Por causa de Ricardo que foi fundador, o que causou o
desligamento de Cláudio César, Aguinho,
e outros. Ainda juntaram-se, a eles, Edu e Joãozinho
da Torcida Jovem. Eles, resolveram fundar uma torcida
completamente diferente de tudo até então
visto nas arquibancadas. A idéia era de fazer uma
torcida "entrar em campo" deixando a camisa
12 de lado (um simples reserva que participa como "quebra-galho"
do time) para tornar-se o primeiro jogador do time!
O nome da torcida foi muito discutido — mas de
nada consenso — até que Cláudio, nosso
1º presidente, sugeriu o nome mágico, que
é a razão de ser do C.R.Flamengo, que faz
a camisa jogar, transforma derrotas eminentes em vitórias
consagradoras, que para ser o número 1 da equipe
é preciso possuir a característica mais
importante de qualquer time rubro-negro, a RAÇA
RUBRO-NEGRA, fórmula que faz o Flamengo seguir
a risca o primeiro verso do hino escrito por Paulo de
Magalhães(1920), "Flamengo tua glória
é lutar!"
A torcida tinha o nome escolhido, mas ainda não
tinha o modelo da camisa definido. Ela nascia diferente,
e a camisa não poderia ser a mesmice das outras
facções rubro-negras, elas tinham os modelos
copiados do manto sagrado, e era preciso inovar...
A camisa teria o tom predominante em vermelho, com a
manga, gola e escudo, negros. A mão — punho
cerrado — seria o símbolo de luta, resistência
e vontade. Eles assim definiram porque o rubro é
a cor do coração, vontade, Raça e
estaria sendo vista por todos, o coração
das arquibancadas, o primeiro jogador do Flamengo estaria
em destaque, devidamente uniformizado, esperando apenas
que este coração tivesse o tamanho do Maracanã.
Tendo Raça como nome, não foi difícil
resolver o problema do símbolo. A idéia
inicial seria duas mãos arrebentando uma corrente
(alusão à liberdade, muito ligada ao movimento
negro) mas alguns dos nossos fundadores acreditaram que
seria uma discriminação com as outras raças,
afinal nascemos Flamengo, símbolo do Brasil (fusão
de todas as raças) e não poderia haver preconceito...só
com portugueses mas é outra história...
Por todos estes motivos, o DOI — CODI resolveu
interrogar nossos fundadores. Uma organização
que se chama "Raça", tem camisa vermelha,
o símbolo é um punho cerrado e tem por lema
o "Maior Movimento de Torcidas do Brasil", e
canta "Óh meu Mengão...", que
era uma adaptação de um canto de guerra
da UNE, realmente poderia causar desconfiança...
O punho cerrado saindo do mapa do Brasil, como símbolo
da facção, surgiu anos mais tarde, por causa
das grandes caravanas promovidas pela Raça.
Em 24 de abril de 1977, contra os "portugueses",
nascia a maior torcida organizada do C.R.Flamengo. O Marketing
no esporte, hoje tão em moda, já era usado
pelo pessoal da Raça em 1977, como Cláudio
nos conta: "Foi uma época que era moda fundar
uma torcida. Às vezes em um jogo só, ou
no 1º jogo das facções, estas terem
500 integrantes, no 2º jogo 350, no 3º jogo
200 e até chegar a 50 integrantes como a FLA-12,
que nasceu na mesma época que a Raça".
Ele continua, "Com a Raça foi muito diferente.
Muito antes da torcida ser fundada, seis meses antes,
já colocávamos vários cartazes pelo
Maracanã, íamos às rádios
— inclusive o lema de O MAIOR MOVIMENTO DE TORCIDAS
DO BRASIL surgiu na Rádio Nacinal — para
divulgar a futura torcida". Cláudio concluiu:
"No dia da estréia da Raça nós
tinhamos confeccionado 300 camisas, mas apenas 50 foram
postas à venda, no jogo seguinte outras 50 e assim
as pessoas viam que a Raça estava crescendo".
Quando a torcida nasceu, os integrantes assistiam aos
jogos sentados — como todas as torcidas brasileiras
— mas, para provar, realmente, que esta torcida
queria inovar e "jogar" com o time, com o decorrer
do ano de 1977, esta história foi mudando porque
havia momentos dos jogos que a Raça levantava até
o momento das garrafadas que obrigavam à sentarem
novamente. Mas em um jogo — que ninguém sabe
precisar qual — os associados resolveram assistir
o jogo em pé, mesmo tomando garrafada na cabeça,
mudando a história das arquibancadas. Por muitos
jogos foram encontradas resistências, mas com tempo
ao ouvirem "é, é ,é, a nossa
Raça só assiste o jogo em pé!",
as pessoas levantavam-se automaticamente e empurravam
o Mengão para mais uma vitória. Fomos a
primeira torcida organizada do Brasil a acompanhar os
jogos em pé, porque quem joga, o faz de pé,
sentado é reserva (o camisa 12 citado acima), começando
então a diferença... e a Raça nasceu
para ser a número 1!
A Raça nasceu junto ao melhor momento da história
do Flamengo, como o campeonato carioca de 1978 decidido
contra os "portugueses" com gol de Rondinelli
aos 43m do 2º, com o Tricampeonato de 1979 —
nesse ano foram feitos dois campeonatos cariocas e o Mengão
ganhou os dois —, com o memorável título
Brasileiro de 1980, em que a Raça levou mais de
cem ônibus para o Mineirão na final contra
o Atlético-MG, e o título no Maracanã.
Nós poderíamos contar as monumentais festas
realizadas pela torcida, mas para comprovarmos nossa fidelidade,
da vontade de querer jogar com o time, falaremos das grandes
viagens. Avião, ônibus, a pé, e outros
mais exóticos meios de transportes já foram
utilizados por nossos integrantes, tudo para estarmos
presentes e fazermos a "Nossa Parte", porque
somos o primeiro jogador, e o Flamengo, precisa de sua
gente para levá-lo à vitórias históricas.
Ao recordar as grandes caravanas, é preciso esclarecer
dois pontos:
O primeiro que a Raça viajava por conta própria
e apenas em duas caravanas — a final do Campeonato
Brasileiro em 1980 contra o Atlético-MG e o jogo
da Libertadores em 1984 contra o Grêmio, no Pacaembú
— o Flamengo pagou, e com o dinheiro arrecadado,
a Raça construiu sua sala 351-B (hoje desativada
pela Suderj) no Maracanã.
O segundo é a lenda contada pelos corínthianos
e imprensa, de que 70.000 mil alvi-negros estiveram no
Maracanã na semi-final do Brasileiro de 1977.Como
disse César: "Nem se toda a frota urbana de
São Paulo à época, fosse usada".
É evidente que muita gente veio mas a grande maioria
era composta por cariocas, principalmente rubro-negros,
que resolveram dar uma força para o time paulista
devido a rivalidade entre Fla x Flu. Por conta deste episódio,
em 1978 no jogo Flamengo x Corínthians, a Raça
fez uma faixa alvi-negra, colocada na divisão das
duas torcidas, com os seguintes dizeres: "a maior
torcida de São Paulo saúda a maior torcida
do Brasil". Uma gozação típica
rubro-negra como foi a Fla-Madrid, ou a história
para se eleger "O Mais Querido do Brasil", em
que os portugueses compraram quase toda a água
Salutaris patrocinadora do evento, vendida exclusivamente
a eles, e o Jornal do Brasil, também patrocinador,
que sumiu das bancas em que os donos eram portugueses.
No dia da votação os rubro-negros, disfarçados
de portugueses, entraram na sede da água Salutaris
e sumiram com os votos lusitanos — devidamente jogados
no poço do elevador — e colocaram os votos
rubro-negros nos lugar. No dia seguinte, o Flamengo foi
eleito o clube "Mais Querido do Brasil" sem
que a colônia entendesse nada até que a descoberta
fosse feita e o choro fosse livre.
A faixa da Raça Rubro-Negra já esteve presente
em todas os países da América do Sul, Estados
Unidos, França, Inglaterra, Espanha, Japão
e, pasmém, até no Iraque!
Todas as nossas odisséias foram comprovadas pela
imprensa que já as divulgou fartamente. Não
somos uma torcida privilegiada financeiramente, mas temos
energia, luta, criatividade, e Raça, porque aonde
estiver o Flamengo, a sua Raça Rubro-Negra, estará
incentivando-o, levando-o sempre à frente... como
dissemos acima, a Terra está pequena, e agora,
só esperamos a ida do Mengão à Lua,
porque certamente estaremos lá... afinal somos
o jogador número 1 e não podemos desfalcar
o time.
Em 1981, Roberto "Branco" foi eleito presidente
da Raça e liderou por quatro anos dando prosseguimento
ao trabalho de fazer a torcida ainda mais forte e organizada.
Em 1990, Evandro "Bocão" assumiu a Raça
e com ele à frente, a torcida passou a ter uma
sede no centro da cidade. Em 1993, Paulo Apparício,
foi eleito presidente da torcida dando continuidade ao
trabalho dos outros presidentes. Hoje a Raça desenvolve
o projeto "Nossa sede é nossa sede",
esperando em breve termos um espaço condizente
com o tamanho da Raça, porque a nossa sede, que
é própria, está pequena.
Enfim, a História de uma Raça está
relatada, com apenas verdades, sem demagogias ou lendas,
porque a mentira é a ilusão dos derrotados
e a imprensa — quase todos os dias — mostra
a realidade como ela é. E tudo que for encontrado
nesta HOME PAGE, é a realidade, doa a quem doer!
Mas, nós, integrantes do Maior Movimento de Torcidas
do Brasil, não podemos nos acomodar, porque no
Flamengo a glória é lutar, e ficar na Raça,
é cantar e empurrar o Mengão às vitórias
consagradoras, e nos emocionarmos sempre com mais um gol
do Flamengo.
Fonte: Site
oficial da Raça Rubro-Negra