O mercado do futebol brasileiro tem um
"queridinho" neste fim de 2014. Trata-se do
atacante Dudu. Destaque do Grêmio no último
Campeonato Brasileiro, ele é cobiçado por
outros quatro clubes: Corinthians, Flamengo, Internacional
e São Paulo. Também é considerado
uma joia por seus representantes, que veem na definição
do seu futuro a chance de uma cartada certeira para levá-lo
à seleção brasileira e colocá-lo
na vitrine para um retorno ao futebol europeu.
Dudu tem 22 anos e pertence ao Dínamo
de Kiev, que pede 6 milhões de euros (R$ 19,8 milhões)
para negociá-lo. Um novo empréstimo está
descartado. Sua carreira é agenciada pelo pai,
Giba Brasil, e pela OTB Sports, cujo sócio mais
atuante no caso é o empresário Bruno Paiva.
Por tratar-se de um atleta ainda jovem, o staff deseja
colocá-lo numa vitrine, para ser visto por Dunga,
técnico da Seleção, e por centros
europeus mais tradicionais que a Ucrânia.
Uma das estratégias para reduzir
o valor pedido pelo Dínamo é tentar a compra
de apenas uma porcentagem de seus direitos econômicos.
Dessa forma, o clube ucraniano teria participação
numa futura venda de Dudu. Seus representantes trabalham
com a informação de que o Grêmio não
vai exercer a prioridade de compra, cujo prazo se encerra
na próxima segunda-feira.
Luiz Felipe Scolari gostaria muito de contar
com o jogador no ano que vem, mas a ausência na
Taça Libertadores atrapalhou suas pretensões.
A competição é uma das vitrines que
tanto o Dínamo quanto os empresários buscam
para Dudu. Ponto para São Paulo e Internacional,
já classificados à fase de grupos, e Corinthians,
que disputará a primeira fase.
Ao longo da última semana, a OTB
confirmou que teve um encontro com dirigentes do Internacional,
mas não citou o nome de Dudu. Na verdade, o comunicado
serviu para negar que houvesse tratativas pelo peruano
Paolo Guerrero, do Corinthians, outro cliente da empresa.
O pai de Dudu, Giba Brasil, cuida da carreira
do filho desde as categorias de base. A OTB só
se tornou sua parceira no empréstimo do jogador
do Dínamo para o Grêmio. Giba esteve em São
Paulo nos últimos dias, mas afirma que também
tratou de outros assuntos.
- O atleta custa 6 milhões de euros.
Ele não quer voltar para Kiev. Vamos ver o clube
que der uma boa condição de trabalho a ele
e que tenha poder de compra. Gostaria de definir rapidamente
porque tem a pré-temporada vindo aí - afirmou
Giba, sem revelar se há algum interessado mais
próximo de contratar seu filho.
Alvo principal do mercado neste momento,
Dudu é atacante, mas está longe de ser artilheiro.
No Brasileirão, fez apenas três gols. Mas
o número de jogos impressiona: foram 35 dos 38
disputados pelo Grêmio, dos quais foi substituído
somente sete vezes.
O jovem costuma atuar pelos lados do campo,
o que também ajuda a explicar o baixo número
de gols. É daqueles baixinhos (1,67m), rápidos,
dribladores, que vão à linha de fundo e
ajudam a marcar o lateral adversário. No Campeonato
Brasileiro, o atacante fez 59 desarmes, mais do que as
44 finalizações. As jogadas de linha de
fundo indicam versatilidade: também foram 44, só
que 23 pela esquerda e 21 pelo lado direito. Sinal de
que seu futuro técnico poderá escalá-lo
em qualquer um dos lados do campo.
Enquanto o pai e os empresários decidem
qual será a cor de sua próxima camisa, Dudu
curte as férias na Praia do Forte, na Bahia, e
recebe, nas redes sociais, pedidos de torcedores para
que reforcem seus times em 2015. Os gremistas pedem, também,que
ele não se transfira para o Internacional, maior
rival.
Nas negociações, seu staff
faz questão de ressaltar que a fama de "problemático"
ficou para trás. Aos 22 anos, ele já tem
dois filhos. A maior polêmica envolvendo seu nome
ocorreu em janeiro de 2013, quando o atacante foi detido
em Goiânia, acusado de agredir a esposa. Na época,
ele disse que foi um "mal-entendido".
Dudu também tem no currículo
uma passagem pela seleção brasileira. Em
2011, indicado por Ney Franco, que trabalhava nas categorias
de base da CBF, teve chance em dois amistosos sob comando
do técnico Mano Menezes.