Era uma vez...Inevitável começar
a contar um pouco da história de Everton dessa
forma. Era uma vez Evandro, jogador de futebol do União
Garimpeira Esporte Clube, em Nortelândia, Mato Grosso.
Ele casou, teve três filhos e buscou inspirações
para os nomes dos rebentos. Everton, jogador de maior
destaque na atual temporada do Flamengo, foi uma homenagem
a um camisa 10 que o Corinthians teve na década
de 80; Evander, o caçula, faz menção
ao boxeador Holyfield; e o Ebert...Bem, o Ebert foi por
conta da fala que o pai escutava nos finais dos filmes
dublados: "versão brasileira Herbert Richers".
Essa é apenas uma das histórias
- verídica - que Everton conta aos risos. E motivo
para sorrir é o que não falta ao camisa
22 do Flamengo. Além da boa temporada no Rubro-Negro,
nesta quinta-feira, ele completa 26 anos na sua plenitude
pessoal e profissional. A primeira passagem pelo Flamengo
foi em 2008 e 2009. Depois, ele alçou voo para
o Tigres (México), Botafogo, passou por lesões,
duas cirurgias, e defendeu o Samsung Bluewings (Coreia
do Sul). Até voltar ao Brasil no ano passado, quando
jogou pelo Atlético-PR. Em dezembro, fechou com
o Flamengo.
- Como profissional e homem, voltei mais
amadurecido ao Flamengo. Com os anos, você aprende
muitas coisas, ainda mais com passagem pelo México
e Ásia. No México, fiz duas cirurgias; no
Botafogo, tive outra lesão, foram anos difíceis,
mas de aprendizado. Me sinto muito preparado e feliz,
isso é importante, estar de bem com a vida. Voltei
para o Atlético-PR, foi importante, fiz um ano
excelente. Retornar ao Flamengo depois de mais de quatro
anos e jogar em alto nível é uma grande
alegria - afirmou Everton.
Voltar ao Flamengo serviu apenas para ele
provar de um sabor que já conhecia: a pressão
que ronda clube e jogadores, ainda mais com a campanha
ruim no Campeonato Brasileiro.
- Sabemos como funciona, a pressão
que é, fiz um ano bom. Não pode ter medo,
não. Em 2015, temos que brigar por G-4, títulos,
ter um ano melhor. O torcedor merece pelo apoio que nos
deu esse ano - destacou o jogador.
Everton adotou o número 22 desde
a sua primeira passagem pela Gávea, por indicação
de Kleber Leite. Na passagem atual, além de lances
insinuantes, a velocidade chamou a atenção.
A receita para tanta correria é quase óbvia.
- Sempre corri atrás de bola, sempre
bola. Com oito anos, jogava nos campinhos, ficava a tarde
inteira, atrasava um pouco, às vezes apanhava em
casa (risos) - recordou.
Everton, que tem dois filhos, curte férias
ao lado da família. E de novo sorri ao falar da
inspiração de seu pai para batizar os filhos.
- Everton foi um jogador do Corinthians,
Evander por causa do Holyfield e Ebert, que joga no Internacional,
por causa de Herbert Richers (risos). É sério.
Meu pai é um brincalhão. Ele jogou bola
também, mas no União Garimpeira. E tira
uma onda...
Boa fase no Flamengo, aniversário,
férias. Tudo é motivo para sorrir. Até
mesmo quando o assunto é beleza - ou a falta dela.
No retorno ao Flamengo, Everton também mudou o
visual, com mais tatuagens, corte de cabelo ousado, sobrancelha
feita.
- Tem que melhorar, sou todo estragado já,
tem que melhorar de um jeito ou de outro (risos).