O Conselho de Administração
do Flamengo vota nesta quinta-feira o orçamento
para 2015, que deve ser aprovado após a leitura
dos pareceres da comissão de finanças e
do Conselho Fiscal, que homologa o documento pouco antes
da sessão. A receita bruta total projetada para
o ano de eleição presidencial é de
R$ 364 milhões. Os gastos com o futebol crescerão.
Depois dos ajustes no orçamento de 2014 durante
a temporada, a previsão para o futebol profissional
ficou em R$ 121 milhões. Para 2015, foram orçados
R$ 128 milhões - incluindo despesas como as taxas
para atuar no Maracanã. Para a base, o valor de
R$ 9,5 milhões caiu para R$ 8 milhões de
estimativa de gastos no próximo ano. As informações
foram confirmadas por pessoas que tiveram acesso aos documentos
oficiais.
Novamente chamam atenção os
valores de arrecadação previstos para 2015
com o programa de sócio-torcedor: R$ 37 milhões.
A estimativa é ousada por dois fatores: no início
de 2014, o orçamento apontava receita de R$ 45
milhões no ano nessa rubrica. Com o ajuste feito
no meio do ano, o valor caiu para R$ 34 milhões.
Porém, os números do que foi realizado de
fato em 2014 apontam que, até setembro, o clube
arrecadou R$ 24 milhões com o programa, ou seja,
para atingir o orçamento ajustado, seria necessário
arrecadar outros R$ 10 milhões em três meses.
Outra receita orçada que chama atenção
é a de bilheteria: o clube prevê arrecadar
R$ 49 milhões em 2015.
O clube prevê ainda gastar R$ 18 milhões
com parcelamentos fiscais e valor idêntico com acordos
judiciais. Estão previstos R$ 39 milhões
em penhoras para 2015, além de R$ 92 milhões
de receita de patrocínio e publicidade, e R$ 29
milhões de receita com programas incentivados.
O total de despesa operacional previsto para o próximo
ano é de R$ 188 milhões e a receita líquida
fica em R$ 348 milhões. Em 2014, a previsão
inicial de receita de R$ 342 milhões foi reajustada
no meio do ano para R$ 320 milhões.
Sem falar em números, o presidente
Eduardo Bandeira de Mello confirmou que o montante para
o futebol seria maior, mas avisou que se alguém
espera loucuras em contratações por ser
ano eleitoral, "pode tirar o cavalinho da chuva".
- O que dá para falar é que
2015 será melhor do que 2014, ainda estamos nesse
processo de saneamento financeiro do clube, e ainda que
esse processo não esteja completo, encontramos
o clube em uma situação caótica,
2014 foi melhor do que 2013 e 2015 será melhor
do que 2014. O orçamento será maior, acho
que a torcida pode esperar um time mais forte. Mas não
vamos fazer nada fora da lei. Se alguém está
esperando que a gente deixe de recolher impostos, pagar
nossos compromissos, para investir no time de futebol,
até por ser ano eleitoral ou outra besteira dessa,
pode tirar o cavalinho da chuva. A nossa recuperação
financeira vai permitir que a gente já possa ter
um investimento maior no futebol em 2015.
Questionado sobre o percentual de aumento
no orçamento, o presidente explicou:
- O percentual não importa tanto
porque há uma renovação do elenco.
Alguns não vão continuar conosco, alguns
contratos se encerram, alguns penduricalhos que a gente
tinha de jogadores que não estão mais no
clube e estávamos pagando também se encerram,
então você tem uma folga maior que permitirá
com competência e criatividade montar um bom time.