A chegada de Vanderlei Luxemburgo à
Gávea, no fim de julho, foi a cartada definitiva
da diretoria rubro-negra na briga contra o rebaixamento
num momento em que a equipe ocupava a lanterna –
ou, como o próprio técnico popularizou,
"escapar da confusão". Mas o novo comando
trouxe também a afirmação de um novo
camisa 1. Luxa afastou Felipe, e Paulo Victor assumiu
o posto de titular.
A sequência de jogos, a maior no clube
onde está desde os 19 anos, trouxe confiança
não apenas ao goleiro, hoje com 27 e definitivamente
amadurecido, mas também para a torcida. Terminou
a temporada em alta, nas graças do treinador que
apostou nele – Luxemburgo chegou mesmo a pedir uma
chance para Paulo Victor na seleção brasileira
–, e espera mais. Nesta quarta-feira, nos estúdios
da Rede Globo, ele concedeu uma entrevista para falar
da temporada que terminou e no que está por vir,
respondendo também a perguntas dos torcedores.
Entre elogios a Luxemburgo e detalhes sobre
a carreira, revelou que a partir de 2015 assumirá
o número 1 na camisa – durante toda a temporada,
estampou o 48 nas costas (em 2013, usou o 27). E declarou
amor ao Flamengo.
– Vou usar a camisa 1. Defender o
Flamengo é um prazer e um sonho que tive. Se fosse
para escolher, não escolheria um momento. Se fosse
final, um jogo menos importante ou a última colocação,
como quando entrei... Sabia a responsabilidade e me preparei
para acontecer da melhor maneira possível.
Confira os principais momentos.
Vanderlei Luxemburgo e Joel Santana
Já tinha um carinho enorme pelo Vanderlei.
Trabalhei com ele em 2010, 2011. Sou grato a tudo que
fez por mim. É um treinador que não preciso
ficar falando aqui. Minha melhor resposta é em
campo, correspondendo. Ele confiou no meu trabalho e foi
um diferencial na minha carreira. Mas não posso
esquecer do Joel (Santana), que me colocou de titular.
Ele (Luxemburgo) optou por me colocar de primeiro goleiro,
mas todos foram importantes. Aproveitei um pouco de cada
um. Se for para escolher, escolho pelo que acreditaram
em mim, e o Joel e o Vanderlei confiaram.
É um ídolo no Flamengo?
Vejo o carinho que o torcedor tem, mas quero
trabalhar muito ainda para que a torcida me elogie cada
vez mais. Hoje, tenho esse carinho por tudo que venho
fazendo, mas quero crescer mais para agradar a todos.
Dia mais importante no clube
Todos. Nesses tempo todo procurei viver
muito o Flamengo. Sou grato pelas portas que me abriu.
E procuro retribuir com trabalho e dedicação.
Cesar (goleiro reserva)
Gosto muito dele, como pessoa e goleiro.
É bacana de conviver. Jogadores de linha são
30. Goleiro são quatro, e toda hora junta ali.
Vai crescer muito ainda no futebol. É um jogador
que a cada dia evolui. Vai crescer cada vez mais, ter
a oportunidade como tive a minha. Desejo tudo de melhor
a ele. Sei que é um cara que merece estar no profissional
hoje.
Jogador mais difícil de enfrentar
O Luis Fabiano. Ele disputa bola, vai lá
trás brigar. É um jogador que incomoda.
Início na carreira
Joguei na linha até os 13 anos, mas
sempre quis ser goleiro. A vontade vem desde criança.
Meu treinador não deixava, achava que eu tinha
qualidade na linha. Um dia faltou goleiro, e fui para
o gol.
Seleção brasileira
Claro que tenho esse sonho, é o sonho
de todo jogador estar na Seleção. Mas penso
primeiro no Flamengo. Tenho que estar concentrado aqui,
para fazer grandes jogos.
Defesa em chute de Fred
Foi engraçado. Fui jantar, e um torcedor
do Fluminense disse que, por causa dessa defesa, vestiu
a camisa do Flamengo. Vestiu para o amigo e mostrou.
Futebol carioca
Às vezes, costumam criticar o futebol
carioca. Mas ele não pode ser desprezado. Falta
alguma coisa? Falta, assim como falta em todos. Não
é só aqui. Tem as referências, como
São Paulo e Cruzeiro, em termos de estrutura. Mas
não podemos esquecer também do futebol carioca.
Fora de campo
O tempo é curto. Não temos
muito, por isso procuro estar com a minha esposa, meu
pai e minha mãe. Procuro estar sempre com a família
e curtir o máximo. Temos que fazer essas pessoas
felizes.