O ano de 2014 já terminou para o
Flamengo. Falta apenas cumprir a tabela do Campeonato
Brasileiro, disputando mais três jogos antes das
férias. No entanto, o planejamento para 2015 já
iniciou há algum tempo e foi acelerado depois de
o time cair na Copa do Brasil e se livrar da zona da confusão.
Uma reformulação se faz necessária,
com jogadores em fim de contrato, outros que voltam de
empréstimos e, principalmente, a busca de um nome
para assumir o papel de ídolo.
Uma das preocupações da diretoria
ao se discutir a contratação de um grande
nome é o alto valor do mercado. Com participação
ativa na discussão sobre reforços para 2015
e preocupado em disputar títulos importantes em
2015, o técnico Vanderlei Luxemburgo vê de
uma forma diferente essa situação.
- Craque é o mais barato. Ele traz
campeonato, atrai novos torcedores e enche o estádio.
Na época do Zico, a gente dizia: "vamos correr
que ele resolve". Caro é quem não dá
resposta. Hoje, o problema é que qualquer jogador
é craque. Pode ter um projeto. Aquele time do Palmeiras
de 1993, quando começou, ninguém conhecia
Roberto Carlos e Edílson. Tem que ver no mercado
o potencial de crescimento e se aí tornam diferentes.
É buscar para dar o tiro certinho, ver quantos
jogos faz por ano, se contagia os colegas, olhar e dizer
que pode ser - comentou Luxemburgo.
Nessa busca intensa, o treinador mantém
seu apoio ao trabalho realizado pela atual diretoria do
Flamengo. Para ele, é preciso manter essa responsabilidade,
com o departamento de futebol dentro do orçamento,
mas sem perder a capacidade de fazer grandes contratações
mesmo sem ter recursos. Para isso, lembra a participação
dos investidores.
- Não se monta um grande time sem
investidores. Isso existe há tempos no futebol.
Tem que olhar o mercador sul-americano, ver os brasileiros
que estão voltando do futebol internacional. A
gente tem que ter discernimento de análise. Não
podemos ser irresponsáveis pela necessidade de
construir um time. É criar um sem comprometer o
orçamento. É questão de inteligência.
Modéstia à parte, já faço
isso há muito tempo. Nas gestões em que
participei, ganhamos campeonatos e auferimos lucros com
jogadores de mercado para serem vendidos depois - disse.
Luxemburgo vem conversando diariamente com
os dirigentes para determinar nomes capazes de mudar o
patamar do Flamengo em 2015. Para ele, esse jogador de
mais destaque precisa criar uma identificação
para suprir essa ausência de ídolo que o
clube vive.
- A gente não pode chegar em um lugar,
e o Luxemburgo ser o carro chefe, quem mais tira foto.
Tenho minha identificação com o Flamengo
e prestígio no futebol, mas precisamos daquele
jogador que sai primeiro no saguão do aeroporto
para levar a torcida toda com ele e o restante poder sair
sem problema. Temos que descobrir esse jogador. O Flamengo
precisa desse ídolo. Pode ser que não contrata
e surja um. Há alguns meses, queriam trocar o Gabriel
pelo Feijão. Pergunta hoje para o torcedor se ele
quer que o Gabriel vá embora. Pela jeito de jogar,
insinuante, moleque, pode se tornar um ídolo -
comentou o treinador.