Michel Levy, vice de finanças do
Flamengo na gestão da presidente Patricia Amorim,
está com o nome sujo na praça por conta
de uma dívida não paga pela atual diretoria
do clube. A mesma que causa constrangimento ao ex-presidente
Hélio Ferraz. Ambos foram avalistas de um empréstimo
junto ao Banco Industrial e Comercial em 2013, no valor
de R$ 4,8 milhões, e mantiveram a garantia dada
pela Olympikus após a o acerto com a Adidas.
Hoje tocando sua empresa e trabalhando com
licitações públicas, o ex-dirigente
rubro-negro não pode assinar novos contratos com
seu nome no Serasa. Michel Levy procurou o presidente
Eduardo Bandeira de Mello o diretor financeiro Paulo Dutra
desde que foi notificado, no começo de outubro,
mas até agora não lhe foi apresentada uma
solução. Apesar de não desejar, o
caminho da Justiça vai se desenhando.
— Não quero acionar o Flamengo,
mas eles têm que tomar uma providência. Pode
me trazer um prejuízo grande. Se eu for prejudicado
em uma assinatura de contrato vou à Justiça,
e vai ficar caro para caramba — ameaçou Levy,
desabafando após mais de um ano sem se envolver
na política do clube.
— Botei meu patrimônio em jogo
para ajudar o Flamengo. Aí o Flamengo assina o
melhor contrato de uniforme e passa a não pagar?
E meu nome vai sujo para o Serasa? Foi por conta disso
que essa diretoria recebeu R$ 80 milhões no caixa
da Adidas. O Helio tem tido desgaste. Isso é retaliação.
Eu estou na barca. Não tenho vivido o dia a dia.
Fiz minha parte e toquei minha vida — afirmou.
Nos contratos de empréstimo datados
de 25 de fevereiro de 2013, aparecem como fiadores Michel
Levy, Helio Ferraz e a ex-presidente Patricia Amorim.
Levy explicou que em um primeiro momento apenas ele deu
garantias bancárias para o empréstimo. Logo
que a diretoria assumiu em 2013, a dívida foi renegociada
e Helio Ferraz entrou como avalista também.
— Isso já é a segunda
vez. Em janeiro de 2013 meu nome foi para o Serasa também.
Na ocasião valor era R$ 7,8 milhões. Só
eu era o fiador. Na renegociação em 25 de
fevereiro o Helio se ofereceu e entrou. Quando o Flamengo
se interessou em fazer o contrato da Adidas precisava
do distrato da Olympikus. Precisava de uma garantia. Eu
fui o fiador. Agora o Flamengo parou de pagar novamente
— reclama o ex-dirigente.
Levy ainda mantém o diálogo
com a diretoria para que o fiador seja substituído,
mas recebeu como resposta o pedido de paciência,
porque a dívida estaria sendo renegociada mais
uma vez.
— Eu tenho conversado com o pessoal
no Flamengo, pedido para substituírem. Falei com
o Bandeira, pedindo providência, falei que estava
causando mal estar, porque trabalho com licitação
pública. Eles dizem que não concordam, que
o banco não quer trocar. Eu sou empresário,
cheio de negociações, e meu nome está
no Serasa. Tenho pedido para solucionar com mais rapidez.
Não tenho influência política que
possa estar sendo contrariado. Fizeram uma onda a nosso
respeito sobre balanço, e o único assinado
sem ressalva foi o nosso — afirmou, se referindo
à caça às bruxas promovida pela atual
gestão contra a diretoria da ex-presidente Patricia
Amorim.
O Flamengo informou através de assessoria
que fez nova renegociação da dívida,
recebeu o novo contrato na última segunda-feira
e hoje as parcelas em atraso estão sendo pagas.