De titular do gol do Flamengo - com salário
que ultrapassa a barreira dos R$ 200 mil - Felipe passou
a ser peça descartável. Mesmo há
quatro meses sem atuar, o futuro do goleiro será
definido somente ao término do Campeonato Brasileiro.
E uma pendenga que ultrapassa a casa de R$ 1 milhão
já está sobre a mesa do diretor executivo
de futebol, Felipe Ximenes, e do vice-presidente do departamento,
Alexandre Wrobel, responsáveis por conseguirem
uma solução juntamente com o setor de finanças
do clube. É preciso equacionar a dívida
para que o jogador deixe o Rubro-Negro.
Os pagamentos na carteira de trabalho estão
em dia, mas os direitos de imagem completaram recentemente
sete meses de atraso, no total de R$ 980 mil, segundo
o GloboEsporte.com apurou. Ainda existe a questão
de luvas. As partes debatem percentuais de juros e qual
seria o valor exato desse último ponto, mas é
certo que o total romperá a casa do milhão.
O Flamengo busca um acordo, pois, além
do débito que supera R$ 1 milhão, ainda
restam 13 salários a serem pagos - o contrato vence
em dezembro de 2015 -, além dos décimos-terceiros.
- Temos questões para serem definidas.
Ao término do campeonato, vamos debater as possibilidades.
Não confirmo valores, mas existem algumas coisas
em aberto. Vamos sentar para saber como isso será
acertado - afirmou o empresário Bruno Paiva, responsável
pelos interesses de Felipe.
O vice-presidente de futebol, Alexandre
Wrobel, reconhece a dívida, mas também prefere
não comentar sobre valores.
- Nós estamos conversando com ele,
buscando uma saída. Uma composição
que seja boa para ele e para o clube. Imagino que ele
não tenha interesse em ficar na situação
em que está. Tivemos conversas com o empresário
dele, estamos em contato direto, com a participação
do financeiro. Acho que vamos conseguir resolver isso
até o fim deste mês - garantiu Wrobel.
Durante o processo, Felipe chegou a demonstrar
abatimento com a situação, e também
se queixou com pessoas próximas sobre a falta de
uma posição mais concreta do comando do
departamento de futebol.
Martírio completa quatro
meses
Nesta quinta-feira completam-se exatos quatro
meses do último jogo de Felipe pelo Flamengo. E,
em um ano complicado para o goleiro, até essa lembrança
é ruim: 4 a 0 sofrido diante do Internacional,
em Porto Alegre, no distante 20 de julho.
Logo depois, Ney Franco foi demitido para
chegada de Vanderlei Luxemburgo. O técnico optou
por Paulo Victor e Cesar como reserva. Na semana seguinte
à chegada do novo treinador, ele não foi
relacionado para vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo.
Nos dias seguintes, queixou-se de uma lesão na
coxa direita. Ao se recuperar do problema, as dores que
passaram a incomodar foram na mão direita.
Contratado em 2011 para uma posição
em que os rubro-negros vinham de uma década de
ídolos, com Julio César e Bruno, Felipe
deu a resposta imediata ao contrato de risco com várias
cláusulas imposto por Patricia Amorim. Com defesas
importantes em pênaltis, foi decisivo na conquista
do Carioca invicto, e em dezembro assinou novo vínculo
até o fim de 2015.