O técnico Vanderlei Luxemburgo falou
pela segunda vez com a imprensa após a eliminação
rubro-negra na Copa do Brasil. Na tarde de quinta-feira,
a delegação rubro-negra desembarcou no Aeroporto
Santos Dumont, e o treinador foi criticado por alguns
torcedores pelas substituições feitas durante
a partida no Mineirão - principalmente pela entrada
de Mattheus. Nesta sexta-feira, a equipe retornou às
atividades no Ninho do Urubu, visando ao jogo com o Sport,
domingo, na Arena Pernambuco, pelo Campeonato Brasileiro.
O comandante disse ser uma grande covardia tachar o filho
de Bebeto como o vilão da derrota.
- Não é nenhuma surpresa para
mim, dentro do imediatismo do futebol brasileiro. Se eu
tivesse colocado o Amaral e perdêssemos, seria o
Amaral o alvo. Sempre tem o bode expiatório. Acho
uma covardia muito grande com um menino que pode se tornar
um grande jogador. Se tem um responsável, fui eu,
que escalei. Não me arrependo de ter escalado naquele
momento, de ter dado oportunidade a ele. Acho uma covardia
muito grande colocar o Mattheus como grande vilão
dessa derrota. O culpado vai ser sempre alguém.
Luxa ainda se disse triste pela derrota,
mas tratou o resultado como algo natural dentro do futebol.
- A vida continua. Você sabe que pode
ganhar ou perder. Perdemos, e hoje voltamos ao trabalho
pensando no jogo de domingo. Seis jogos para completar
uma vitória e sair totalmente da confusão.
Não estou feliz. Triste pela derrota, mas com a
consciência de que ela podia acontecer.
A atuação do Galo no confronto
realizado no Mineirão foi ressaltada por Luxemburgo.
O técnico afirmou que a eficiência do Atlético
foi incontestável e que está satisfeito
com a trajetória do Flamengo na Copa do Brasil.
- Eu sabia que o Atlético Mineiro
se entregaria ao jogo. Quando eles empataram, eu já
preparei a cabeça pensando que precisaria de um
jogador com uma bola boa na frente. O Mattheus é
esse jogador, que pensa, que raciocina. O problema do
futebol brasileiro é que queremos achar um culpado
e esquecer a competência do adversário. O
Atlético, além de jogar uma partida com
muita eficiência, estava totalmente determinado
a ir à final da competição. Não
vamos culpar uma pessoa. Eu me sinto orgulhoso e satisfeito
com o grupo que tenho. Se olharmos três meses atrás,
esse grupo era execrado. Mas é um grupo com vontade
incessante de superar as deficiências e limitações
técnicas. Esse imediatismo é muito forte
e, às vezes, maltratamos alguém por causa
disso.
Domingo, na Arena Pernambuco, contra o Sport,
o Flamengo faz o primeiro dos seis jogos que restam para
o término do Campeonato Brasileiro. Sem Léo
Moura, Gabriel e Eduardo da Silva, ambos lesionados, Luxa
disse que o time não terá grandes modificações.
- Não vamos mudar muito, não.
Já vou pensar no time de domingo para depois termos
uma semana limpa importante. Eu já conversei com
os jogadores. O jogo será difícil domingo,
porque ainda temos a derrota (para o Galo) dentro do corpo.
Mas temos que ter uma capacidade grande de analisar a
derrota e crescer.
A partida contra o Sport será realizada
às 17 horas (de Brasília). O Rubro-Negro
ocupa a 10ª colocação, com 43 pontos.