A vida de jogador de futebol conta com
preocupações além de apenas chutar
uma bola. A carreira mais curta leva ao temor do desemprego
precoce diante de um quadro no qual apenas um pequeno
percentual da categoria recebe os salários astronômicos
de grandes estrelas. Nixon e Anderson Pico estão
vivendo essa situação em uma reta final
de temporada com a camisa do Flamengo.
Autores dos gols da vitória por 3
a 0 sobre a Chapecoense, domingo, no Maracanã,
pelo Campeonato Brasileiro, Nixon e Pico têm contrato
até o fim do ano com o Flamengo. Com histórias
diferentes, mas um mesmo objetivo, lutam para provar as
condições de terem seus vínculos
renovados para a próxima temporada.
Aos 22 anos, Nixon foi revelado pelo Flamengo
e assinou seu último contrato em maio de 2012.
Com 61 jogos pelo clube, chegou a 10 gols depois dos dois
marcados contra a Chapecoense, seis deles nesta temporada.
A boa sequência com Luxemburgo pode ajudar na sua
manutenção. Ele, inclusive, é candidato
a ser titular contra o Atlético-MG, quarta-feira,
no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil.
- Tenho que fazer minha parte para ajudar
a equipe. Estamos focados nesse jogo diante do Atlético-MG.
É procurar descansar e trabalhar forte. Tenho amadurecido
bastante, venho trabalhando e aproveitando. O professor
vai optar pelas posições. Eu vou procurar
manter a calma para aproveitar uma possível oportunidade
- disse Nixon.
Pico passou por uma situação
diferente. Depois de deixar o Grêmio e defender
Chapecoense e Novo Hamburgo, ficou desempregado em abril
deste ano. Diante do quadro, decidiu correr atrás
e viajou de ônibus de Porto Alegre para o Rio de
Janeiro para tentar um contato com Luxemburgo, que havia
sido seu técnico no Grêmio.
Ainda em busca de uma melhor forma física,
pediu uma chance ao treinador, que aceitou. Depois de
emagrecer 14kg, Pico espera que o Flamengo decida usar
a cláusula de renovação automática
de seu contrato por mais dois anos. O gol marcado sobre
a Chapecoense deve ajudar, assim como o cruzamento para
o gol de Nixon, o segundo do time.
- Corri para abraçar meu filho (Pedro).
Não consegui, mas encontrei meu compadre. Meus
pais ficam longe e fico feliz por ele estar aqui - comentou
Pico, que foi pai pela segunda vez recentemente, de Gabriel.
Contra o Atlético-MG, quarta-feira,
Pico ficará apenas na torcida, já que foi
contratado depois do fim das inscrições
para a Copa do Brasil. De longe, espera ver o time conquistar
a classificação para a final da competição.
- Queria estar lá com meus companheiros,
mas pelo menos estou ajudando no Campeonato Brasileiro,
crescendo e ganhando oportunidade com o Vanderlei. Foi
uma boa atuação, quero crescer aqui dentro.
Consegui acertar um bom chute e tive minha parcela para
ajudar a equipe - disse Pico, que completa 26 anos na
terça-feira.