Experiência e uma boa dose de superstição
a favor do Flamengo na semifinal da Copa do Brasil. Nesta
quarta-feira, o Rubro-Negro inicia o confronto com o Atlético-MG,
às 21h45m (de Brasília), no Maracanã,
e o histórico recente mostra que o time que tem
Chicão em campo costuma avançar para grande
final. Foi assim em quatro das últimas sete edições
da competição. A marca fica ainda mais impressionante
se levado em conta que o zagueiro não a disputou
nos outros três anos, quando jogou a Taça
Libertadores da América.
Bicampeão, com o Corinthians, em
2009, e o Flamengo, em 2013, além de ter sido vice
com Figueirense, em 2007, e novamente Corinthians, em
2008, Chicão não sabe o que é ser
eliminado antes da decisão da Copa do Brasil há
dez anos. A última vez que isso aconteceu foi em
2004, quando esteve em campo, ainda na primeira fase,
pela Portuguesa Santista, nos dois empates que deram a
vaga ao XV de Novembro de Campo Bom (RS). Em 2005 e 2006,
o zagueiro não participou.
Um dos homens de confiança de Vanderlei
Luxemburgo, o camisa 3 tem escalação garantida
ao lado de Samir, diante do Galo. Com as estatísticas
a favor, Chicão terá a chance ainda de evitar
que uma outra marca - desta vez, incômoda - complete
um ano na próxima quinta-feira: a de jejum de gols.
Se serve de alento, o último aconteceu justamente
em uma semi de Copa do Brasil, contra o Goiás,
no Serra Dourada.
Com tanta história, Chicão
admite que tem um carinho especial pela competição
e tenta orientar os companheiros para que seja "pentafinalista".
Apesar da euforia natural de um Maracanã lotado,
o defensor pede paciência ao Flamengo e reforça
que, mesmo sendo importante largar na frente, o que acontecer
no Rio de Janeiro não será definitivo.
- É uma competição
gostosa de disputar, em mata-mata, e temos que saber jogar.
Nada fica decidido no primeiro jogo, são 180 minutos.
Vamos tentar de tudo para vencer o jogo, respeitando o
Atlético-MG, que é muito qualificado. Temos
que nos impor para fazer um bom resultado.
Depois de seis mata-matas consecutivos decidindo
a classificação diante do torcedor, o Flamengo
iniciará um confronto no Maracanã. A inversão
de papéis, no entanto, é tratada com naturalidade
por Chicão. Se tomar gol é visto como fundamental,
o defensor novamente tirou o peso de qualquer resultado
e citou a eliminação do Corinthians, nas
quartas, como lição.
- Decidir fora ou em casa, infelizmente,
não dá para escolher. É sorteio e
ficou estabelecido que vamos decidir lá. É
importante fazer o resultado nesse primeiro jogo, mas
não decide nada. Temos o exemplo do Corinthians,
que fez 2 a 0, muita gente achava que o Atlético-MG
estava fora e eles conseguiram uma classificação
heroica. Tem time que ganha de 1 a 0 e consegue a vaga
fora. Temos que pensar primeiro em vencer esta jogo, de
preferência não tomar gol, e depois jogar
lá. A Copa do Brasil vem se apresentando para gente,
mas é importante deixar claro também que
temos o Brasileiro. Ainda não saímos da
confusão e esse é nosso maior objetivo.
A missão de sair intacto do Maracanã,
por sua vez, não é das mais fáceis.
O Flamengo terá pela frente aquele que é
apontado como um dos principais atacantes do país:
Diego Tardelli, líder de um sistema ofensivo que
tem já balançou as redes 42 vezes no Brasileirão.
- Tardelli é um jogador de Seleção,
o Carlos está surgindo agora, é um jogador
que já mostrou que tem qualidade, e os dois formam
um ataque rápido. Temos que ter cuidado para não
cair em armadilhas. Às vezes, o time vem no Maracanã
fechado para sair nos contra-ataques. Então, não
podemos errar. Temos que procurar estar concentrados para
não tomar gol em casa, porque é difícil
depois reverter uma situação. Vamos respeitar
o adversário, mas fazer de tudo para conseguir
o resultado com o apoio do torcedor.
Flamengo e Atlético-MG se enfrentam
nesta quarta-feira, no Maracanã, e no próximo
dia 5, no Mineirão. O vencedor do duelo encara
Cruzeiro ou Santos na decisão da Copa do Brasil.