Expectativa de casa cheia, empolgação
da torcida para a semifinal da Copa do Brasil e sem esquecer
da tal "confusão" no Campeonato Brasileiro.
Vanderlei Luxemburgo tenta ser o ponto de equilíbrio
para manter o Flamengo com os pés no chão.
Não deixar a emoção sobrepor a razão,
independentemente do resultado do jogo contra o Atlético-MG
nesta quarta-feia, às 22h (de Brasília),
no Maracanã, pelo primeiro dos dois duelos valendo
vaga na decisão do torneio. O técnico adota
o tom de cautela para a partida, reconhece a necessidade
de ser ofensivo sem sofrer gols em casa, mas cita o exemplo
do Corinthians para minimizar o peso dos primeiros 90
minutos numa disputa de ida e volta. O time paulista foi
eliminado pelo próprio Galo mesmo após ganhar
em São Paulo por 2 a 0.
- Tem que jogar os 180 minutos mais os acréscimos
dos dois jogos. Todo primeiro jogo é muito bom
se sair intacto. Sofrer um resultado ruim para quem joga
fora de casa no primeiro jogo, fica com a obrigação
dentro de casa contra um adversário de qualidade.
O Corinthians fez 2 a 0, saiu com vantagem, mas tomou
quatro gols. Coisas que acontecem no futebol. Qualquer
coisa que acontecer nesse primeiro jogo não define
nada. Vem do comportamento de equipe. Vai ter que se expor
um pouco mais, mas não sair para cima de qualquer
maneira e deixar jogadores de qualidade soltos. A característica
do Atlético-MG é ser muito ofensivo, na
escalação se vê que a equipe busca
velocidade, o contragolpe - alertou.
Admitindo um "friozinho na barriga"
antes da semifinal, Luxa usa da experiência para
frear os ânimos. Em sua quarta passagem pelo Flamengo,
o técnico mostra conhecimento do ambiente do clube
e contém qualquer euforia ao lembrar que o objetivo
principal da temporada, que é se manter na Primeira
Divisão do Campeonato Brasileiro, ainda não
foi conquistado. Restando sete rodadas, o Rubro-Negro
ocupa o 11º lugar com 40 pontos, sete à frente
do Botafogo, que abre a zona de rebaixamento.
- No Flamengo é do céu ao
inferno em 90 minutos. Mata-mata, acha que "deixou
chegar"... Minha preocupação é
não deixar quebrar uma situação que
foi criada. No Brasil é tudo muito momentâneo.
Quando cheguei, a única coisa era sair da confusão,
essa era a meta, o ano do Flamengo era se manter na Primeira
Divisão. A Copa do Brasil se apresentou para nós.
O que me preocupa é esquecer que nossa prioridade
era outra aqui. Podemos ganhar ou perder, vamos jogar
para ganhar, mas não podemos esquecer que tem mais
sete jogos aqui. Tenho que chegar aqui e passar esse equilíbrio.
A escalação para a partida
ainda não foi definida. Enquanto na defesa Luxemburgo
confirmou a dupla Samir e Chicão, a principal dúvida
do treinador é no sistema ofensivo. Sem Alecsandro,
que passou por uma cirurgia na cabeça após
ter um afundamento no crânio, Eduardo da Silva e
Elton são as opções para a função
de centroavante. Mas o comandante pode optar por jogar
sem um homem de frente.
- O time vai saber depois. Temos que ter
um pouquinho mais de calma para decidir qual equipe vai
jogar. O Elton joga mais na frente, é diferente
do Alecsandro, que tem mais movimentação.
O Elton é mais fixo, joga mais em espaço
menor. Mas não quer dizer que seja uma regra. Posso
fazer outras situações, e já fiz.
Não necessariamente tem que ter um jogador na frente
para ser agressivo, pode ser agressivo de outra maneira
- despistou.