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Mugni engrossa lista de decepções com a 10

Falar em maldição pode até ser exagero, mas a verdade é que o Flamengo completa neste domingo dois anos e cinco meses órfão de um jogador que siga a tradição de sua camisa 10. Escolhido em 2014 para envergar o número imortalizado por Zico, Lucas Mugni decepcionou mais uma vez na derrota por 2 a 1 para o Botafogo, deixou o gramado da Arena Amazônia, em Manaus, muito vaiado, e evidenciou mais uma vez uma carência que existe desde 26 de maio de 2012. Na ocasião, Ronaldinho Gaúcho encerrou sua passagem pelo clube, em empate por 3 a 3 com o Internacional.

O argentino, entretanto, é apenas mais uma vítima da pressão de vestir a 10. Depois do adeus de Ronaldinho, a camisa ficou guardada nos armários da Gávea à espera de um nome de peso para 2013. O escolhido pela diretoria foi Carlos Eduardo, que decepcionou e acabou adotando o 20 na numeração fixa na temporada. Antes dele, Nixon e Rodolfo já tinham sido testados, mas o escolhido acabou sendo Gabriel. O resultado? Nova decepção.

Um dos destaques do Fla na atual temporada, Gabriel precisou assumir a camisa 17 para, enfim, demonstrar o potencial que o clube enxergou ao contratá-lo do Bahia. Com nove gols e uma série de boas arrancadas e dribles insinuantes, em nada parece o meia-atacante tímido e capaz de errar lances simples que usou a 10 rubro-negra no ano passado.

Com a chegada de 2014, a lacuna no meio-campo do Flamengo era evidente. Faltava um pensador, capaz de agregar criatividade e classe ao time, fazendo jus ao número que foi de Zico. Diego, ex-Santos e atualmente no Fenerbahçe, da Turquia, chegou a ser o nome escolhido. A pedida de cerca de R$ 1 milhão por mês, entretanto, não permitiu que os rubro-negros nem sonhassem com sua chegada. O jeito, então, foi buscar uma opção mais em conta.

Visto como oásis na escassez de meias-armadores do Brasil, a Argentina atraiu os olhares da diretoria, até que Lucas Mugni foi o eleito. Comprado ao Colón, o hermano de 22 anos chegou com boas credenciais e agradou na estreia, diante do Boavista, pelo Carioca. Dez meses depois, o sentimento da torcida é de nova desilusão.

Lucas nunca conseguiu se firmar como titular, marcou quatro gols em 34 partidas, e está longe de ser o camisa 10 dos sonhos. Contra o Botafogo, o argentino ganhou uma nova oportunidade de ser titular após quase dois meses, mas as vaias do público amazonense deram o tom de sua atuação. Vanderlei Luxemburgo, por sua vez, mantém a esperança no jogador.

- O Lucas tem qualidade, mas falta o final. Ele domina, participa, mas falta o finalzinho. Tem muita qualidade, dinâmica de jogo, só que continua muito ansioso. Ele veio de um outro país, quer fazer as coisas acontecerem, e isso provoca o erro. Vai ter que encontrar o "timing", como o Canteros encontrou. Mas o Canteros é mais experiente, mais rodado, já jogou mais jogos decisivos. Ele vai ter que se esforçar mais um pouquinho.

Com mais três anos de contrato, Lucas Mugni terá o tempo que Luxa pede para se adaptar ao Flamengo. Porém, dificilmente seguirá com o número 10 nas costas. Sem alarde, a diretoria começa a planejar 2015 e carências já foram detectadas. Em meio ao mistério feito para não perder o foco na Copa do Brasil e na fuga da confusão no Brasileirão, uma coisa é certa: um nome para envergar o número mais importante do Rubro-Negro é uma das prioridades.


Fonte: Globo Esporte


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