Gabriel curtia férias em Salvador
no fim do ano passado. Ao lado da família, o jovem
refletia sobre as atuações ruins que contrastaram
com o título da Copa do Brasil com a camisa do
Flamengo e planejava uma volta por cima em 2014. Dez meses
depois, o meia-atacante rubro-negro tem a certeza de tudo
deu certo. Com nove gols, é o vice-artilheiro do
time na temporada e figura importante uma reta final que
pode culminar com mais um título da Copa do Brasil
e a fuga definitiva da confusão. Por muito pouco,
porém, consolidação na Gávea
não passou de ilusão. Indispensável
para Luxa, o camisa 17 chegou a ter seu nome escrito na
lista de dispensados em dezembro passado.
Gabriel fazia parte da barca que contou
com Rafinha e Adryan, jovens emprestados para pegarem
experiência por falta de perspectivas no clube.
O então vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcellos,
chegou a encaminhar uma troca com o Vitória, pelo
lateral-esquerdo Euller. Com o rival de olho, o Bahia
também manifestou interesse no retorno de sua prata
da casa, como parte da negociação que levou
Feijão para o Rio de Janeiro. No entanto, duas
pessoas travaram as conversas: Paulo Pelaipe e Jayme de
Almeida.
O ex-diretor executivo antecipou o fim das
férias, em Punta del Leste, para contornar uma
polêmica envolvendo a troca de Feijão por
Rafinha, anunciada por Wallim e desmentida pelo Bahia.
Ao saber do envolvimento do nome de Gabriel nas conversas,
vetou de imediato. Jayme de Almeida reforçou a
posição dizendo que contava com o garoto,
esfriando as tratativas. O próprio jogador foi
outro que fez questão de bater o pé e deixar
claro para seu empresário, Carlos Leite, que não
deixaria a Gávea como uma decepção.
Quase um ano depois, o tempo se encarregou de mostrar
que o trio estava certo.
Com cinco gols nos últimos seis jogos,
Gabriel cresceu muito de produção sob o
comando da dupla Vanderlei Luxemburgo e Deivid. O ex-atacante
é o professor no quesito finalização,
enquanto o treinador passa confiança e tem paciência
para minimizar os altos e baixos de quem começou
tarde no futebol e não fez categorias de base.
Titular, o camisa 17 relembra os questionamentos do passado
e celebra a volta por cima.
- Acredito que todos passam por fase ruim.
Terminei o ano passado em um momento ruim, e isso é
normal. Aconteceram especulações, mas eu
disse que queria mostrar o meu valor no Flamengo. Não
quero passar aqui por passar. Quero jogar bem. O Pelaipe
também me ajudou muito, e eu deixei claro meu interesse
em ficar. Procurei esquecer a queda de produção
durante as férias para ter um 2014 melhor. Tirando
as lesões, estou fazendo um bom ano. Fiz um bom
Carioca, fui titular em jogos da Libertadores e agora
estou retomando uma sequência. Vivo um momento bom.
Gabriel chegou ao Flamengo no início
de 2013, após se destacar com a camisa do Bahia.
Na primeira temporada, disputou 55 partidas (32 como titular)
e marcou somente três gols. Já em 2104, com
muito a provar, as oportunidades de início foram
menores, mas o rendimento melhorou, e muito. Em 41 exibições
(somente 19 como titular), balançou as redes nove
vezes, e é a principal figura rubro-negra em campo
no clássico de sábado, contra o Botafogo,
às 21h (de Brasília), na Arena Amazônia,
em Manaus, pela 31ª rodada do Brasileirão.