O casamento entre Vanderlei Luxemburgo
e o Flamengo está dando muito certo nesse ano.
Desde que retornou à Gávea, há três
meses, o técnico conseguiu afastar o time da zona
da "confusão" do Campeonato Brasileiro
e está na semifinal da Copa do Brasil, perto de
conquistar o título e a vaga na Copa Libertadores
de 2015. Porém, o divórcio pode acontecer
antes do esperado por conta de exigências feitas
pelo treinador, as quais a diretoria rubro-negra está
dividida para cumprir.
As exigências começam pelo
salário. Como estava desvalorizado no mercado,
Vanderlei Luxemburgo aceitou os R$ 300 mil oferecidos
pela diretoria do Flamengo para treinar o clube neste
ano, recebendo como pessoa jurídica, sem um contrato
de trabalho assinado. Após o sucesso em campo,
o treinador quer R$ 700 mil para assinar o vínculo
e permanecer na Gávea até o fim de 2015.
Além disso, Luxemburgo exigiu para a diretoria
a contratação de três jogadores de
nível internacional para 2015. O treinador argumentou
a necessidade dessa medida visando deixar o time mais
competitivo para a provável disputa da Copa Libertadores
do próximo ano.
Internamente, Vanderlei Luxemburgo não
tem apoio total da diretoria do Flamengo, até porque
o seu nome não foi consenso para substituir Ney
Franco, seu antecessor. Parte dos dirigentes, como o diretor
executivo geral, Fred Luz, que tem interferência
no futebol e é aliado do vice-presidente de marketing,
Luiz Eduardo Baptista, queriam a contratação
de Tite. Luxemburgo tem apoio de outra ala, liderada pelo
executivo de futebol, Felipe Ximenes, e do vice da pasta,
Alexandre Wrobel. Entretanto, argumentações
dos dois não devem ser consideradas por conta de
uma reestruturação do departamento prevista
para janeiro.
Esse atrito com Fred Luz já originou
rusgas nos bastidores. Ao retornar para o Flamengo, por
exemplo, Vanderlei Luxemburgo exigiu ingressos e camisas
oficiais cortesias por jogo do Rubro-Negro. E, no início
deste mês, o diretor executivo geral da Gávea
barrou essas solicitações, que não
estão mais sendo entregues ao treinador. Outro
ponto de destaque nesse casamento vai em relação
ao jogo político para a eleição presidencial
do Flamengo em 2015. Membros favoráveis à
permanência do treinador argumentam que a imagem
pública da gestão ficaria negativa caso
não valorize Luxemburgo, um dos principais responsáveis
pela mudança do rumo rubro-negro na temporada.