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Jayme de Almeida elogia Luxa e projeta 2015

Com sua simplicidade, Jayme de Almeida trilhou um caminho grandioso com o Flamengo em 2013. Cria do clube, o ex-zagueiro deixou de ser assistente para assumir o comando do time profissional com menos de dez rodadas para o fim do Brasileiro de 2013, tirou o time da zona de rebaixamento e ainda o conduziu ao título da Copa do Brasil, e do Carioca de 2014. Demitido de forma peculiar, quando ficou sabendo do seu desligamento primeiro pelos amigos e pela imprensa, para chegada de Ney Franco, Jayme garante não guardar ressentimentos, diz que se divertiu e se emocionou, que se sente orgulhoso do que fez e que pretende retornar como técnico em 2015. Além disso, elogiou o trabalho que vem sendo realizado pelo amigo de longa data, Vanderlei Luxemburgo. (Assista no vídeo acima)

- Quando eu sai, e o Ney Franco entrou (que ficou pouco tempo e não ganhou), foi um momento difícil para o clube. E o Vanderlei, quando me perguntaram, além de ser meu amigo, é um profissional muito competente. Achei que a escolha tinha sido muito boa, porque no momento em que estava o Flamengo tinha que ser alguém que conhecesse o clube, a torcida e como tudo funciona. Ele tinha todos esses predicados e está fazendo um trabalho fantástico, estou muito feliz por ele, porque ficou muito tempo parado e estavam cobrando, dizendo que já estava fora do mercado e defasado. Ele está provando que tudo isso é mentira. A competência e a experiência dele são fantásticas. Ele pode ajudar muito o Flamengo e o futebol brasileiro.

FICOU ALGUMA MÁGOA?

- Não. A forma como eu saí é que me deixou muito triste. Eu fiquei sabendo pela imprensa, que começou a me ligar, e o Flamengo, por algum motivo vazou a notícia. Não me comunicaram e foi chato. Mas eu não levo para minha vida mágoa e rancor. O Flamengo errou, tanto que o presidente mandou uma nota no jornal dizendo que tinha errado. A partir daí minha vida segue. Em relação ao Flamengo, eu fui criado lá, fui campeão como atleta, e depois consegui dois títulos em oito meses de trabalho. É um clube que me deu todas as oportunidades. Tenho orgulho disso tudo, só tenho amigos lá, entro e saio do clube recebendo o carinho de todos.

COMO VOCÊ VÊ O FLAMENGO ATUAL?

- O Flamengo com Vanderlei encontrou uma forma de jogar. Não é mais um time que entra perdido. Ganhando ou perdendo, tem uma forma de jogar bem estruturada. Os jogadores entram em campo sabendo o que fazer. Está de parabéns. Está fazendo um trabalho muito bom.

VOCÊ PODERIA TER TIDO MAIS TEMPO?

- Eu tenho que respeitar a vontade do clube. Ninguém quer sair assim, é chato quando você sai porque por algum motivo seu trabalho não está indo bem e por isso te mandaram embora. Eu não fico chateado, nem magoado, acho foi o meu tempo que tinha que ser. Aproveitei bem, fui feliz, me diverti, me emocionei, foi legal para caramba.

VIDA DE TREINADOR NO BRASIL É MAIS DIFÍCIL?

- É mais difícil. Só olhando a estatística já percebe que é complicado, pois não se dá tempo de trabalhar. Todo time oscila: ganha e perde. Se você contrata um profissional, você tem que ter confiança nele. Não pode ser contratado e daqui quinze dias ser mandado embora. O cara não teve tempo de conhecer o clube e montar o que pretende para essa equipe. Tem profissional qualificado que vai para um determinado clube, e o trabalho no inicio não vai bem, e já querem tirar. O mínimo para um técnico de futebol, para começar a mostrar mudança, é seis meses. Em duas, três semanas, não é possível qualificar o trabalho de alguém.

JÁ TEM PLANOS PARA 2015?

- Até janeiro devo voltar a trabalhar, já temos algumas coisas. Já tive até perto de ir para dois clubes nessa mexida de técnicos no Brasileiro, faltaram detalhes. Acho que as coisas acontecem na hora certa, fiz um trabalho bacana no Flamengo, as pessoas já me conhecem melhor, sabem como sou. Meu modo de lidar com o futebol. Então tenho certeza que uma oportunidade vai aparecer e vou poder continuar fazendo meu trabalho.

FOI SONDADO PARA TREINAR A BASE DO FLAMENGO?

- Eu sou profissional de futebol. Sempre falei, e as pessoas sabem, que meu sonho é voltar a trabalhar com os meninos (base). É o que eu mais gosto. Acho que com minha experiência e com tudo que passei no futebol posso dar uma contribuição boa para as categorias de base. Mas ainda acho que posso ficar mais uns quatro, cinco anos no profissional, depois pensar em base. Acho que ainda tenho condições físicas de trabalhar mais com os profissionais. Mas um dia quero voltar e, se Deus quiser, terminar meus dias no esporte trabalhando com os meninos.

O QUE TE EMOCIONA?

- Encontramos muita gente no caminho, e fiquei emocionado com duas senhoras que me pararam no decorrer do caminho. Uma pediu até beijo e disse: "Tenho que beijar você, agradecer tudo que você fez, volta para o Flamengo". O carinho que recebo não só do torcedor do Flamengo, mas do Botafogo, do Fluminense, do Vasco. É muito legal saber que fez um trabalho bonito.

VOCÊ COSTUMA IR AO ESTÁDIO VER OS JOGOS?

- Essa mordomia que eu tenho, que na época de garoto eu não tinha, essa facilidade de assistir em casa. É mais tranquilo. Pois sendo uma pessoa pública, ir ao Maracanã é complicado para assistir ao jogo. Apesar de que carinho é sempre bom.

Jayme também fez questão de elogiar Alecsandro, que se machucou na partida pela Copa do Brasil, e só deve retornar ao Flamengo em 2015.

- Uma contusão grave, séria. A gente fica na torcida que ele fique bem. Um profissional muito correto. Alecsandro, um grande abraço, estou aqui na torcida, você vai voltar e vai voltar bem.

Acompanhado do neto Breno, que estava sempre com ele nos jogos, Jayme de Almeida participou do programa do Cartola e escalou um time para disputar a 29ª rodada. Breno relembrou do momento emocionado que teve com o avó no ano passado após o Flamengo vencer o Botafogo e avançar para semifinal da Copa do Brasil.


Fonte: Globo Esporte


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