Os primeiros três minutos do Flamengo
na vazia FedExForum Arena contra o Memphis Grizzlies foram
promissores. Intenso na defesa e com muita velocidade
no ataque, o time de José Neto abriu rapidamente
10 a 2. Mas a esperança da primeira vitória
no tour dos EUA parou por aí. Nem mesmo a reação
no início do segundo quarto, por conta de seguidas
bolas de três, que geraram um empate em 36 pontos,
deu a impressão que o feito inédito viria.
A forte defesa e o eficiente jogo de garrafão dos
Grizzlies determinaram ao Rubro-Negro sua pior derrota
das três em quadras americanas. O placar de 112
a 72 (62 a 41) retratou a superioridade de uma equipe
em franca ascensão nas últimas temporadas
da NBA, e que conta com uma das melhores defesas da liga
mais competitiva do mundo, contra um rival que atua em
um campeonato ainda em desenvolvimento.
Para o Flamengo fica a experiência
ímpar de poder confrontar três dos mais fortes
times do mundo (Orlando e Phoenix foram os outros). Agora,
o Rubro-Negro volta sua atenção ao mercado
nacional, onde estreia no próximo dia 31 de outubro
contra o Paulistano pelo NBB. Já o Memphis segue
sua pré-temporada antes do primeiro jogo da NBA,
dois dias antes, dentro de casa, diante do Minnesota Timberwolves.
Com 17 pontos, sendo 15 em bolas de três,
Marcelinho Machado foi o cestinha do embate. Marquinhos
(14) e Meyinsse (13) e Gegê, com nove pontos e seis
assistência, também fizeram um bom trabalho.
As decepções ficaram por conta dos argentinos
Nico Laprovittola e Walter Herrmann. O armador saiu zerado
e com 10 erros. Já o ala-pivô só assinalou
dois pontos, pegando seis rebotes. Contratado para as
finas da Copa Intercontinental e os três amistosos
nos EUA, o ex-Lakers, Derrick Caracter, foi à quadra
por apenas 4m18, sem pontuar e pegar rebotes.
Pelo lado dos Grizzlies, a distribuição
de pontos foi o destaque. Cinco atletas passaram dos 10
pontos. Marc Gasol (15), Tony Allen (14), Quincy Pondexter
(13), Mike Lee (10) e Zach Randolph (10). Gasol e Randolph
ainda pegaram oito rebotes. Conley deu sete assistências.
Fla começa bem, mas defesa
do Memphis cresce
O jogo definido como o mais difícil
dos três disputados em terras americanas começou
com um cenário não tão hostil para
os cariocas. Sentindo-se à vontade em quadra, o
Flamengo impôs um forte ritmo, com uma defesa postada
e muita velocidade no ataque, não demorando a abrir
10 a 2, o que forçou o técnico David Joerger
a parar o jogo. Meyinsse no garrafão e Marcelinho
nos tiros de três eram os destaques.
Mas, na volta à quadra, o cenário
mudou. Laprovittola não conseguia fazer o jogo
fluir e apresentava uma de suas piores exibições
com a camisa do Flamengo - foram quatro erros só
nos 12 minutos iniciais e mais três no restante
do primeiro tempo. Os arremessos passaram a ser forçados
e o jogo de garrafão a inexistir. Aplicado na defesa,
o Memphis engoliu o Rubro-Negro e abriu uma corrida de
25-2, não permitindo aos brasileiros pontuarem
por quase seis minutos. No fim, duas cestas de três
do Flamengo com Gegê e Marquinhos cortou a diferença
para sete (27 a 20).
História se repete, e Memphis
abre vantagem
Assim como no primeiro quarto, a intensidade
rubro-negra levou a melhor sobre o mesclado time do Memphis,
que poupava seus principais jogadores. Com boa distribuição
de jogo de Gegê, que substituía Laprovittola,
e mãos calibradas de Marquinhos e Olivinha, a diferença
desapareceu (36 a 36). Já com Zach Randolph em
quadra e depois com Marc Gasol, os americanos voltaram
a dominar as ações, principalmente dentro
da área pintada, onde venceram por 36 a 10, e repetiram
o que fizeram anteriormente, deixando o Flamengo mais
de seis minutos sem pontuar. Rapidamente, a diferença
subiu e a etapa inicial terminou na casa dos 20 pontos
a favor dos Grizzlies (62 a 41).
Fla some do jogo e Memphis aplica
surra
Se na primeira etapa os primeiros minutos
de cada quarto foram bons para o Flamengo, no segundo
tempo a história não se repetiu. Com seus
titulares em quadra, os Grizzlies foram melhores durante
todo o tempo e abriram mais de 30 pontos logo nos primeiros
quatro minutos (74 a 43). O campeão intercontinental
não conseguia achar o rival na defesa e muito menos
pontuar. O reflexo disso apareceu na parcial, vencida
pelos donos da casa por 24 a 13 (86 a 54), que chegaram
a ter 38 pontos de frente.
Tendo em quadra uma garotada, como os calouros
Jordan Adams e Jarnell Stokes, de 20 anos, o Memphis perdeu
sua intensidade e permitiu ao Flamengo equilibrar a partida
naquele momento. A diferença que chegou a ser de
42 pontos caiu para 30. Os cariocas aproveitavam o máximo
que podiam no quarto final em terras americanas. Chupeta
e Danielzinho também tiveram suas chances, até
por conta dos problemas no dedo de Marquinhos e no rosto
de Meyinsse. No fim, a vantagem voltou para a casa dos
40, mas nada que estrague o momento do basquete rubro-negro,
que aproveitou o quanto pôde os dias desfrutados
nas quadras americanas (112 a 72).
Escalações:
Memphis: Courtney Conley, Mike Lee, Tony
Allen, Zach Randolph e Marc Gasol; Entraram: Earl Clark,
Vince Carter, Jordan Adams, Kalin Lucas, Jarnell Stokes,
Nick Calathes, Patrick Christopher, Kosta Koufos, Beno
Udrih, Jon Leuer, Quincy Pondexter; Técnico: David
Joerger
Flamengo: Nico Laprovittola, Marcelinho,
Marquinhos, Walter Herrmann e Jerome Meyinsse; Entraram:
Benite, Gegê, Danielzinho, Chupeta, Olivinha, Cristiano
Felício, Derrick Caracter; Técnico: José
Neto.