Na casa onde Léo Moura festejou
uma série de conquistas com a camisa do Flamengo,
a torcida estava presente para lhe dar os parabéns
pelos 500 jogos - foram mais de 40 mil presentes. Mais
do que merecido, afinal, a marca é difícil
de ser alcançada em tempos de movimentação
intensa no mercado da bola. O reconhecimento, porém,
não impediu a derrota para o Santos, sábado,
pelo Brasileirão.
Desde 2005 no clube, Léo Moura vestiu
a camisa 2 como o torcedor que entrou em campo ao lado
de Zico na infância. Dedicou-se, conquistou títulos
do Carioca, duas Copas do Brasil e o Campeonato Brasileiro
de 2009. Entrou em campo da mesma forma no domingo, com
a faixa de capitão no braço e a vontade
de vencer.
No entanto, do outro lado havia o Santos
de Robinho disposto a estragar a festa. Na formação
para cantar o hino nacional, Léo Moura recebeu
os cumprimentos dos adversários, que reconhecem
nele um jogador de respeito, quase símbolo rubro-negro
nos últimos anos. Associar jogador e clube é
quase uma obrigação.
- A marca é importante demais. Fico
muito feliz por alcançar jogando pelo Flamengo.
Para a festa ser completa faltou sair com a vitória,
mas essas coisas acontecem. É motivo de emoção
e orgulho. Faltou um pouco mais de sorte - comentou o
jogador.
Os primeiros minutos foram intensos. O Flamengo
foi ao ataque e Léo Moura protagonizou um belo
lance, aplicando uma caneta desconcertante em Alan Santos.
Suficiente para os aplausos dos torcedores, ainda que
a jogada não tenha continuado.
A torcida manifestava seu desejo de ver
o jogador reinar em seu jogo de número 500. Mas
foi o Santos que abriu o placar. Léo Moura estava
na linha do gol quando o chute de Robinho venceu Paulo
Victor e balançou a rede do Maracanã.
Ele tentou reagir. Reclamou com o assistente
de uma falta sobre ele não marcada. Correu para
ajudar, duelou em alguns momentos com Robinho e deixou
a torcida satisfeita quando conseguiu roubar a bola do
craque do Santos.
No segundo tempo, Léo Moura criou
boa jogada, cruzou para Gabriel e viu a cabeçada
ir para fora, sem direção. A agonia em busca
de um gol foi grande. O capitão lançou bolas
para a área, tentou se apresentar na área,
mas o destino parecia decidido pela derrota em uma data
marcante na sua vida.
No fim do jogo, a derrota não foi
suficiente para fazer o time sair vaiado. Léo Moura
aprendeu a conviver com esses momentos. Saiu do campo
e foi atender os fãs como já estava previsto.
Teve seu dia de ídolo como merece por serviços
prestados ao longo de quase 10 anos vestindo a mesma camisa.
Sonhando com mais um.
- Quero cada vez mais poder entrar em campo
e poder ajudar o Flamengo com meu futebol, independentemente
da quantidade de jogos. É se cuidar, preparar e
prevenir. É o que tenho feito. Meu contrato termina
no final do ano e deixo na mão do treinador e da
diretoria. A vontade é de permanecer, mas vamos
conversar no fim do ano. É terminar bem para poder
continuar - afirmou Léo Moura, que completa 36
anos no dia 23 deste mês.