No retrovisor, um mosaico de gols, títulos,
alegrias e também tristezas compõe os 499
jogos de Leo Moura pelo Flamengo. Antes de a bola rolar
contra o Santos, às 16h20m, os telões do
Maracanã vão reviver alguns desses lances.
Mas o lateral-direito prefere olhar para frente. Ele acredita
que pode ir ainda mais longe. E já faz planos.
O primeiro deles é, ano que vem, completar a marca
de uma década no clube.
— Tenho o projeto de encerrar a carreira
em dois, três anos no máximo. Mas quero (completar
dez anos no clube). Bater mais recordes vestindo a camisa
do Flamengo vai ser motivo de orgulho — afirma o
jogador, que sonha até com a partida número
600.
— Eu sempre gostei de jogar muito.
E essa é uma marca que pode ser alcançada.
A meta de completar dez anos de clube ou
chegar às 600 partidas por enquanto não
passam de sonhos. O clube ainda não abriu negociação
com o lateral, cujo contrato se encerra no dia 31 de dezembro.
Uma indefinição que ele garante não
tirar seu foco.
— A gente ainda não falou não.
Mas quero terminar o Brasileiro bem, junto com essa Copa
do Brasil. No final do ano a gente vai ver o que vai ser
melhor, o que essa diretoria pensa, o que o treinador
pensa. Estou supertranquilo.
Se a renovação não
vier, ele vai lamentar. Mas seguirá em frente.
Apesar dos 35 anos, não pensa em antecipar a aposentadoria.
Após nove anos de Flamengo, atuar por outra equipe
pode até soar estranho, mas de forma alguma algo
descartado.
— Se não for de continuar aqui,
outras portas vão abrir com certeza. E eu, como
profissional, vou encarar da melhor forma possível.
E quando os próximos (e últimos)
três anos passarem, Leo já sabe o que fazer.
Com suas escolinhas e uma agência de marketing digital,
ele quer mostrar que também pode ser bem sucedido
longe dos gramados. Como manda o manual dos bons laterais,
Leo mira à frente.
— Sei que no futuro isso também
vai me ajudar. Vou ter mais 30, 40 anos e não quero
estar diretamente ligado a futebol. Já botei isso
na cabeça. Não vou ser treinador, auxiliar,
nada disso.
Leo Moura por ele mesmo
Uma partida
“Final da Copa do Brasil de 2006,
por ter sido meu primeiro título".
Um gol marcado
“Contra o Botafogo, ano passado,
também pela Copa do Brasil. Foi no dia do meu aniversário".
Um gol sofrido
“Os da derrota para o América
do México (2008)”.
Rival difícil de marcar
“Tive grandes adversários.
Mas sempre dei conta".
Rival difícil de driblar
“Roberto Carlos e Dedé".
Um técnico
“Paulo Autuori".
A pergunta mais difícil
“Quando vou parar de jogar, é
a que mais fica martelando".
Depois do Maracanã
“O estádio do América
do México (Asteca). Joguei uma vez, mas me surpreendeu”.
Uma música da torcida
“Conte comigo, Mengão.
Acima de tudo rubro-negro".