A fase mudou. O Flamengo avassalador de 
                        Vanderlei Luxemburgo, de seis vitórias nos sete 
                        primeiros jogos do Brasileirão, encara seu primeiro 
                        momento de maior pressão. Dos últimos 21 
                        pontos, somente seis foram conquistados. Entretanto, o 
                        treinador mantém a postura do período em 
                        que estava em alta: é preciso equilíbrio. 
                        Em uma rara entrevista em que não citou a "zona 
                        da confusão", Luxa tratou com naturalidade 
                        o revés por 2 a 1 para o Bahia, neste domingo, 
                        na Fonte Nova, pela 25ª rodada, em discurso para 
                        evitar que o Rubro-Negro não saia dos trilhos.
                      Se não foi tão produtivo como 
                        nos outros tropeços recentes, para Grêmio 
                        e Goiás, o Flamengo ao menos não se privou 
                        de buscar uma reação diante de uma Fonte 
                        Nova lotada. Principalmente no segundo tempo. Os cariocas 
                        finalizaram o dobro do time da casa (16 a 8), mas não 
                        foram felizes. Tranquilo, Luxa analisou a partida:
                      - Acho que o Bahia mereceu o resultado. 
                        Finalizou menos, mas com eficiência. Sofremos dois 
                        gols por erros de posicionamento. O nosso segundo tempo 
                        foi melhor, mas no contexto geral, o Bahia foi melhor.
                      Depois de rodadas com polêmicas envolvendo 
                        a arbitragem em lances contra e a favor, o treinador do 
                        Flamengo admitiu que houve, sim, pênalti de João 
                        Paulo em Railan, em lance determinante para o placar final. 
                        Agora, o time carioca volta o foco para Copa do Brasil, 
                        embarca para Natal na segunda-feira e encara na quarta 
                        o América-RN, pelas quartas final da competição.
                      No Brasileirão, o próximo 
                        compromisso é diante do Santos, sábado, 
                        no Maracanã, em partida que deve marcar o jogo 
                        500 de Léo Moura pelo clube.
                      Pênalti determinante para 
                        o resultado
                       - A substituição do Wallace 
                        foi ruim. É sempre ruim perder jogador por lesão. 
                        O pênalti existiu e em uma bola do zagueiro lançando 
                        para o lateral. Precisávamos de um posicionamento 
                        melhor, mas foi mérito do adversário também. 
                        Tirei o Elton porque não adiantava ter jogador 
                        na área sem chegar pelo lado. Coloquei o Gabriel, 
                        que carrega mais a bola, e o cruzamento foi um pouco mais 
                        da linha (no lance do gol). Isso é o que estou 
                        querendo. O Eduardo (da Silva) pediu para sair. Não 
                        é nada anormal perder para o Bahia aqui.
                      Quatro jogos sem vencer
                      - O Flamengo é assim, te bota no 
                        céu e no inferno em três, quatro jogos. Acho 
                        que está dentro de uma normalidade. Temos uma gordura 
                        para queimar, mas temos que terminar essa fase difícil 
                        da competição. Temos o Santos em casa, Figueirense 
                        fora, Cruzeiro... Agora, temos a Copa do Brasil agora 
                        para ver o que fazer.
                      Wallace lesionado
                      - Ainda não fizemos uma avaliação, 
                        mas pelo que vi, ele está fora do jogo de quarta-feira.
                      Ausência de Cáceres
                      - O Cáceres é o primeiro volante. 
                        Tive dois jogadores ali, mas com maior qualidade e não 
                        tanto poder de marcação. Até gosto 
                        de jogar assim. Não optei pelo Amaral ou Recife 
                        para poder puxar um pouco mais o contragolpe ali. Tanto 
                        Márcio quanto Canteros têm uma saída 
                        de bola boa.
                      Problemas de saúde de treinadores
                      - Nós não somos mais nenhuma 
                        criança. Esse tipo de problema existe com o técnico, 
                        a faxineira, o médico, o repórter, todo 
                        mundo... O que aconteceu com o Muricy acontece no mundo 
                        muitas vezes ao mesmo tempo. Não é por causa 
                        dessa pressão, para a qual estamos preparados. 
                        Esse é um percentual normal da população 
                        mundial. O que o Joel teve, eu já tive lá 
                        atrás e não precisei operar. Eu tenho 62 
                        anos, o Muricy deve ter 61 ou 62, e são coisas 
                        que acontecem, não por causa do futebol. Às 
                        vezes, um cara morre de infarto por subir a escada. Teve 
                        o menino que morreu no São Caetano (Serginho). 
                        O futebol mexe muito com a pressão, mas não 
                        quer dizer que seja por causa disso.