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Fla perde primeiro jogo da final do basquete

À primeira vista, o campeão da Euroliga parecia imbatível. Repleto de americanos, cinco ao todo, sendo dois naturalizados, o Maccabi Tel Aviv, apresentava uma certa soberba no anúncio dos jogadores na Arena da Barra. Dava a impressão de que viera ao Rio apenas para cumprir um protocolo. Mas dentro de quadra, a história não foi bem assim na noite desta sexta-feira. Numa noite pouco inspirada de Marcelinho, que errou suas oito tentativas para três pontos, o Flamengo saiu na frente e controlou o jogo até os três minutos finais. O problema foi que Jeremy Pargo, que havia anotado apenas sete pontos no primeiro tempo, acordou no segundo. Com duas bolas de três e 14 pontos - o dobro dos vinte minutos iniciais - o camisa 4 mudou o roteiro do jogo e foi o protagonista da vitória do campeão da Euroliga por 69 a 66, obrigando o Flamengo a vencer por pelo menos quatro de vantagem - ou três com placar a partir de 70 a 67 no próximo domingo para comemorar o título da Copa Intercontinental.

Um triunfo rubro-negro por três pontos, de 68 a 65 para baixo, dá a taça aos israelenses. Ou seja, uma vitória para cada lado por diferença igual de pontos dá o título a quem venceu pelo placar mais algo. Se o Fla devolver os 69 a 66, decisão vai para a prorrogação.

O jogo 2 será no mesmo local, às 12h, com transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar tudo pelo SporTV Play.

Além de Pargo, cestinha da partida com 21 pontos e cinco rebotes, Guy Pnini, com 11, Landesberg, que anotou 10 pontos e cinco rebotes, e Brian Randle, com oito pontos e nove rebotes, também se destacaram pelo Maccabi Tel Aviv.

- A vitória é grande, pois nos deixa confiantes para domingo. Não importa quantos pontos de diferença foram, pois não foram muitos. Nós temos jogadores que jogam juntos há muito tempo e outros que chegaram agora. A cada jogo que fazemos, vamos melhorando - disse o armador Keith Haynes ao SporTV.

Pelo lado do Flamengo, Olivinha saiu do banco e foi o maior pontuador com 13 pontos. O estreante Derrick Caracter, com um duplo-duplo de 10 pontos e 11 rebotes, e Marquinhos, que contribuiu com 11 pontos e quatro rebotes, também tiveram boas atuações. Reforço de peso para a temporada, o argentino Herrmann fez nove pontos e pegou cinco rebotes, todos defensivos. A principal decepção do Rubro-Negro foi Marcelinho Machado. O ala-armador anotou apenas quatro pontos. Como um todo, o ponto negativo da equipe foi o aproveitamento da linha de três, com quatro cestas em 31 tentativas (13%).

- Perdemos o jogo nos detalhes hoje. Mostramos que é possível e que nossa equipe tem muita qualidade. Domingo vamos com tudo pra cima deles. Contamos com o apoio do nosso torcedor. Alô nação rubro-negra, vamos lotar a Arena da Barra e fazer dela um caldeirão no domingo - afirmou Olivinha.

Equilíbrio do início ao fim

Se o público era apenas razoável na Arena da Barra, o primeiro quarto também não foi dos melhores. Com as duas equipes errando demais no ataque, os primeiros pontos saíram em dois lances livres de Marcelinho. Com o garrafão dominado pelo gigante australiano Maric, de 2,11m, o time carioca abusava dos chutes de três, mas a pontaria rubro-negra só funcionou uma única vez no período, com Walter Hermann. A cesta do argentino foi justamente a que colocou o Flamengo novamente à frente, muito em função do baixo aproveitamento israelense no ataque.

O técnico Guy Goodes trocou todos os seus titulares durante o primeiro período. Com mais opções no banco, o Maccabi melhorou com as mudanças, assumiu a liderança nos últimos minutos e só não terminou o quarto em vantagem graças a uma infiltração de Laprovittola, que deu a liderança parcial ao time rubro-negro por 15 a 14.

José Neto voltou com o estreante Derrick Caracter e Benite, além de Olivinha, que havia entrado no finzinho do primeiro período. Com os titulares de volta, o Maccabi deu a impressão de que reassumiria o controle da partida. Mas não foi isso que aconteceu. Se os arremessos de fora continuavam amassando o aro, o jogo interno do Flamengo passou a funcionar com Olivinha e, principalmente, Caracter.

Além de dois rebotes defensivos, o americano mudou o jogo e anotou seis pontos no período. Benite também entrou muito bem, anotou sete pontos e foi determinante para que a liderança chegasse a 10 a pouco mais de três minutos para o intervalo. Neto trocou Caracter por Jerome Meyinsse, mas a noite não era do MVP (jogador mais valioso) da final do NBB 6. Zerado no jogo, o americano não conseguia levar vantagem sobre a defesa israelense.

Não à toa, o campeão europeu cresceu no jogo, tirou sete pontos seguidos e diminuiu o prejuízo para três. Mas Benite continuava com a mão quente e, em outro arremesso da cabeça do garrafão, ampliou a diferença para cinco. Laprovittola quase aumentou a vantagem num chute de três do meio da quadra no estouro do cronômetro, mas a bola caprichosamente bateu no aro e saiu: 35 a 30 para o Fla.

Espectadores ilustres na Arena da Barra, Vanderlei Luxemburgo e Wallace, técnico e zagueiro do time de futebol do Flamengo, respectivamente, foram muito assediados pelos torcedores no intervalo.

O Flamengo começou o segundo tempo com uma bola de três de Marquinhos, ampliando a diferença para oito pontos. Mas o ala Landesberg, principal pontuador do time europeu, acordou no jogo. Com seis pontos consecutivos, o camisa 15 diminuiu a diferença para apenas dois pontos e se manteve até pouco mais de quatro minutos para o fim.

Depois de quatro ataques errados, o Flamengo voltou a pontuar numa bola de três de Nico Laprovittola. Mas foi só. Nos três ataques seguidos, Marcelinho, duas vezes, e o próprio argentino erraram seus arremessos de longa distância, e os israelenses, que passaram boa parte do período com um quinteto formado apenas por americanos, encostaram de vez, após outra cesta de Landesberg.

Assim como no segundo período, José Neto trocou Marcelinho, que continuava numa noite pouco inspirada, por Olivinha. Novamente o time cresceu, e a diferença que era de apenas um ponto subiu para cinco no fim do terceiro período (51 a 46).

Jeremy Pargo decide

Os donos da casa voltaram mal para o último período e viram Landesberg e Pnini, numa bola de três, deixarem tudo igual. Mas Herrmann e Gegê, numa bola de três do meio da rua, recolocaram o Flamengo cinco pontos à frente. Brian Randle diminui, mas Olivinha deu o troco na jogada seguinte. Foi quando Jeremy Pargo resolveu aparecer com duas bolas de três: 60 a 59.

Sem os tiros de longe de seus principais pontuadores, a vantagem rubro-negra resistiu a dura penas até os três minutos finais. Mas, numa cravada de Hayes, o time israelense assumiu a liderança pela primeira vez desde o primeiro quarto. Mas Caracter, um monstro dentro do garrafão, recolocou o Flamengo em vantagem num tapinha. O jogo era lá e cá, e Pargo mudou a diferença de lado numa cesta de dois. O Flamengo desperdiçou dois ataques seguidos, enquanto o Maccabi não errava mais. Em outra bola de Pargo, a diferença chegou a três. Tyus teve dois lances livres para matar o jogo com menos de 30 segundos para o fim, mas errou os dois e deu ao Flamengo a chance do empate numa bola de três. Laprovittola teve a primeira chance e errou. A três segundos do fim, Marcelinho também falhou. Meyinsse ainda cravou com raiva a quatro segundos do fim, mas o inspirado Jeremy Pargo anotou mais dois no estouro do cronômetro: 69 a 66.

ESCALAÇÕES

Flamengo: Marquinhos (11), Marcelinho (4), Herrmann (9), Laprovittola (5) e Meyinsse (2); Entraram: Benite(9), Olivinha (13), Caracter (10), Gegê (3)
Técnico: José Neto

Maccabi: Pargo (21), Randle (8), Pnini (11), Landersberg (10) e Maric (2); Entraram: Haynes (5), Smith (0), Tyus (8), Ohayon (2), Linhart (2), Cohen (0)
Técnico: Guy Goodes.


Fonte: Globo Esporte


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