Afundado na crise financeira, o Rio Branco,
de Americana-SP, luta para vencer um batalha distante
das quatro linhas num confronto contra o Flamengo. Acionado
pelo Tigre por supostamente quebrar cláusulas do
contrato do empréstimo do meia Igor, que defendeu
o clube em 2003, o Rubro-Negro foi processado pela equipe
do interior de São Paulo. A cobrança de
multa chega à casa de R$ 3 milhões.
No processo, que corre desde abril na 3ª
Vara Cível de Americana, consta que o Flamengo
descumpriu cláusula do contrato de empréstimo
do jogador, com validade entre 2003 e 2005. Nela, Igor
poderia rescindir o acordo se o Rubro-Negro não
honrasse alguns compromissos financeiros. Como a equipe
atrasou pagamentos de salários e ainda, recolhimentos
de FGTS, o atleta deixou, por lei, de ter vínculo
com o Fla.
Outra cláusula afirmava que, caso
o Flamengo perdesse os direitos federativos do atleta,
teria de pagar multa de US$ 1 milhão (valor definido
à época) ao Rio Branco. E isso aconteceu
quando Igor acertou transferência para o Coritiba,
em 2004. Com a correção, o montante gira
atualmente em torno de R$ 3 milhões.
- Havia uma garantia que, no caso de perda
dos direitos econômicos ou federativos, o Flamengo
seria obrigado a nos indenizar em um milhão de
dólares. Como a Justiça do Trabalho concedeu
o passe ao Igor, considerando a inexistência de
depósitos de fundo de garantia e pagamento de salários,
o Flamengo perdeu os direitos federativos do jogador -
comentou o advogado e presidente do Conselho Deliberativo
do Rio Branco, José Antônio Franzin.
Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com,
o Flamengo disse ter conhecimento da situação,
sem revelar se vai recorrer ou buscar um acordo. O caso
está entregue ao seu departamento jurídico,
que estuda a melhor medida a ser tomada.
Por conta da complicada situação
financeira, o Rio Branco conseguiu na Justiça o
benefício da gratuidade processual, que livra o
clube de pagar taxa à Justiça por ter movido
a ação. Além da quantia milionária,
o Tigre espera também receber cerca de R$ 1,2 milhão
da transferência de Romarinho, que deixou o Corinthians
para defender o El Jaish, do Catar.
Por ser clube formador do atleta, o clube
tem, por lei, direito a 5% do total do dinheiro envolvido
- cerca de R$ 24 milhões.
- Na condição de formador,
o Rio Branco terá 5% desse dinheiro. Nós
temos o direito de receber esse dinheiro e vamos atrás
- finalizou Franzin.