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Canteros não se ilude e repete mantra de Luxa

Em campo, Hector Canteros não precisou de muito tempo para se tornar importante no Flamengo. Depois de 13 partidas, o argentino já tem status de intocável com Vanderlei Luxemburgo e tem retorno garantido no duelo com o São Paulo, quarta-feira, no Morumbi, depois de cumprir suspensão automática no Fla-Flu. Fora dele, no entanto, o volante ainda tropeça nas palavras. Sempre acompanhado dos gringos Victor Cáceres e Lucas Mugni, o camisa 20 dribla a dificuldade no português com simpatia. Uma palavra, porém, já faz parte do vocabulário e foi ensinada justamente pelo professor Luxa: confusão.

Com sotaque carregado, Canteros foi mais uma a utilizar a expressão criada pelo treinador em entrevista coletiva nesta terça-feira, na Gávea. Um dos mais assediados pela torcida na atividade na sede social rubro-negra, o argentino fez coro com o discurso pé no chão que tem pautado os jogadores desde a chegada de Luxa e falou da missão complicada de ter pela frente o badalado quarteto paulista, com Kaká, Pato, Ganso e Alan Kardec.

- O Vanderlei sempre fala que temos que sair da "confusión", e essa é a realidade. A equipe estava em último, começou a subir aos poucos e tem que seguir trabalhando passo a passo. Essa é nossa ideia. Sempre pensamos em ganhar como visitantes, mas é difícil. Vamos em busca de um bom resultado. Temos um bom meio-campo, e é o setor onde está a chave da partida. O São Paulo tem jogadores de nome, de seleção...

O "portunhol" ainda embolado é encarado com bom humor pelo hermano. Garantindo já ter o ouvido adaptado ao novo idioma, Canteros admite a dificuldade na hora de se expressar. Talvez por isso, sequer tenha se aventurado nos pontos turísticos do Rio de Janeiro, mesmo já em seu terceiro mês na cidade.

- Entender, eu entendo quase tudo. O que me custa é responder. Às vezes, não sei conjugar o verbo certo (risos). Ainda não tive tempo de visitar o Cristo. Quando estou livre, trato de descansar. São muitas partidas e vínhamos de uma situação difícil. Quando o jogo acaba, quero estar em casa me recuperando para ficar 100%.

A falta de desenvoltura fora de campo, por sua vez, não atrapalhou em nada a adaptação do ex-jogador do Vélez Sarzfield ao futebol brasileiro. Os elogios, entretanto, não empolgam e a preocupação de Canteros é de que não se tornem passageiros.

- Sempre trato de dar o meu melhor, não penso no que acontece fora do campo. Trabalho para tirar o time da situação que estava e seguir crescendo. O futebol às vezes é ingrato. Hoje, te amam. Amanhã, te odeiam. O importante é seguir crescendo.

Convocado por Alejandro Sabella para o Superclássico das Américas de 2011, Canteros ganhou notoriedade no Brasil por marcar Ronaldinho Gaúcho. Desde então, não teve mais oportunidades com o treinador vice-campeão da Copa do Mundo. Agora, com a seleção da Argentina sob o comando de Tata Martino, há um processo de renovação, mas o rubro-negro não se ilude e confessa ainda estar distante de um retorno.

- Não penso nisso. Na seleção, tive uma oportunidade, dei o máximo no jogo com o Brasil e pude jogar bem. Hoje, penso no Flamengo. Jogando bem aqui, posso voltar para seleção. Estou tranquilo. Uma convocação é um plus. Não posso pensar nisso sem jogar bem aqui. Trato sempre de dar o meu melhor.

Com Hector Canteros de volta, o Flamengo encara o São Paulo, quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Morumbi, pela 24ª rodada do Brasileirão. Os cariocas estão em 11º na tabela, com 30 pontos, enquanto os paulistas são vice-líderes, com 42.


Fonte: Globo Esporte


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