A história do futebol brasileiro
está recheada de exemplos de goleiros que tiveram
paciência para se firmarem e, em alguns casos, se
tornarem referências em seus clubes e até
na Seleção. No duelo entre Flamengo e São
Paulo, nesta quarta-feira, às 22h, no Morumbi,
dois aspirantes a este status serão titulares e
contam com trajetórias semelhantes e momentos ainda
distintos.
O camisa 48 rubro-negro tomou conta da
posição e barrou Felipe desde antes da Copa
do Mundo. Aos 27 anos, vive sua melhor fase na carreira,
sendo um dos destaques do time na arrancada no Campeonato
Brasileiro. No total, Paulo Victor acumula 74 partidas
como profissional do clube e 20 somente em 2014. Ele reconhece
sua própria história na luta atual de Denis
para mostrar serviço com Rogério Ceni como
rival e torce pelo futuro do colega.
- Vai ser (um encontro legal). O Denis tem
história parecida com a minha. Ele tinha um ídolo
no gol, precisa esperar, é uma situação
parecida. Vai ter sua chance de forma mais clara quando
o Rogério Ceni sair e desejo toda a sorte do mundo
a ele - disse o goleiro do Flamengo.
Com a mesma idade, o são-paulino
participou de apenas quatro jogos na temporada e soma
86 no geral - leva na bagagem também três
anos de Ponte Preta antes de se transferir. Já
está definido por Muricy Ramalho que Denis assumirá
o posto quando Ceni se aposentar, em dezembro.
Ambos, aliás, vêm de clássicos
regionais. Enquanto PV passou no teste e fez pelo menos
uma grande defesa, em chute de Fred, no empate em 1 a
1, e Denis saiu derrotado e sofreu três gols, mas,
além de terem sido dois de pênalti, foi responsável
por evitar uma derrota maior.
- Cada treino e cada jogo é importante
para que o Muricy possa me avaliar. Me senti bem na partida
(contra o Corinthians), mas não gosto de me avaliar.
Acho que é uma coincidência o time ter perdido
as duas que joguei, afinal ganham todos e perdem todos
- afirmou, após a partida.
Se a expectativa em cima de Denis é
sobre regularidade, Paulo Victor encarará nesta
quarta uma artilharia pesada. Mesmo acostumado a trabalhar,
não é todo dia que nomes como Ganso, Kaká,
Alan Kardec e Luís Fabiano estão na sua
frente. O vice-líder da competição,
porém, não assusta, e o goleiro aposta em
sua defesa, que foi vazada oito vezes nas últimas
12 rodadas.
- Vejo o lado da confiança na minha
defesa também, já que estamos tomando poucos
gols. Parabenizar a todos, isso tem sido diferencial.
O São Paulo conta com grandes jogadores, mas confio
no meu setor defensivo - ressaltou.