Leonardo Ribeiro, ex-presidente do Conselho
Fiscal do Flamengo, é, hoje, o principal alvo dos
partidários da atual gestão nos bastidores.
Um dos líderes da oposição, em agosto
ele foi condenado a 30 dias de suspensão por agressão
a sócio. Nesta terça, recebeu a mesma pena
por ofensas ao vice de marketing, Luís Eduardo
Baptista, o Bap, o homem forte da diretoria. As duas condenações
fazem com que ele preencha o requisito para aplicação
do artigo 57 do estatuto do clube, que prevê a eliminação
do quadro social no caso de duas punições
em menos de um ano.
Ribeiro recorrerá. O seu principal
foco é na ação julgada nesta terça.
Ele alega que apenas emitiu sua opinião e diz que
sua defesa está sendo prejudicada por não
poder estar presente. Está em Manaus até
dezembro, fazendo um trabalho de auditoria para a Suframa
(Superintendência da Zona Franca de Manaus). Por
telefone, mostrou confiança em reverter o quadro.
- Não é agora que eles vão
se livrar do Capitão Léo. Eu nunca perdi
uma votação aí, mas eu não
estava presente. O fato de não estar presente está
prejudicando a minha defesa. Eu vou dar um jeito de até
o final do ano pelo menos passar aí no Rio.
Ele reforçou uma reclamação
recorrente da oposição de que Bap, a quem
atribuem a palavra final no Flamengo, comanda o clube
de São Paulo.
- Já tenho uma pessoa para fazer
a defesa nos próximos 10 dias. Ninguém no
Flamengo pode ser punido por delito de opinião.
Eu fiz um discurso e está tudo provado. As ordens
são de São Paulo, o Flamengo está
sendo administrado de São Paulo, e ele agora aumentou
mais uma vez o preço de ingresso.
Questionado se recorreria das duas punições,
Ribeiro confirmou e, no fim, ironizou:
- Por cautela, eu vou entrar com os dois,
mas o mais flagrante desrespeito é ao direito de
opinião. Nem que tenha de reorganizar o partido
na Sierra Maestra (em Cuba). O que está acontecendo
é que eles querem me lançar candidato à
presidência do Flamengo, só que eu não
tenho condições ainda.