Paciência. Esta foi a principal virtude
de Chicão no caminho até o retorno ao time
titular do Flamengo na vitória por 1 a 0 sobre
o Corinthians, domingo, no Maracanã. Justamente
contra o Timão, clube onde fez história
durante cinco anos, e com atuação elogiada
pelo treinador. Um dos jogadores mais experientes do elenco,
o zagueiro é visto como Vanderlei Luxemburgo como
figura principal para o ambiente interno. Faltava, no
entanto, provar que podia ser importante também
dentro de campo. E, ao que parece, Luxa está convencido
disso.
Atrás de Wallace, Marcelo e Samir
em determinado momento da temporada, Chicão agora
é o titular ao lado do camisa 14, com quem jogou
também no Corinthians. Diante do Timão,
o zagueiro chegou ao sétimo jogo na temporada,
garantiu a permanência na Gávea ao menos
até o fim do contrato, em dezembro de 2014, e garante:
mesmo no período na reserva nunca baixou a guarda.
- Minha postura, jogando ou não,
será sempre a mesma. Trato todos iguais. O Vanderlei
Luxemburgo é um cara que já ganhou tudo
e ainda tem essa vontade de vencer. Vou falar o quê?
O admiro muito e quero ajudar muito. No futebol, acham
que quem não está jogando não tem
importância, mas em um grupo todo mundo é
importante.
Chicão ganhou a posição
por suas atuações nos jogos com o Coritiba,
pela Copa do Brasil, e diante do Grêmio, no Brasileirão.
Enquanto Marcelo e Samir demonstravam certa insegurança,
o camisa 3 fez valer a experiência e conquistou
o treinador, que elogiou a dupla com Wallace.
- O Chicão fez duas grandes partidas,
contra Coritiba e Grêmio. Usei o Chicão que
conhece o Corinthians, as características dos jogadores
(...) O Wallace foi um zagueiro de altíssimo nível
e fez uma grande partida com o Chicão, sem dar
chance ao adversário.
Quando está em campo, Chicão
é uma das principais vozes de Vanderlei Luxemburgo.
Na ocasião do pênalti diante do Corinthians,
era o defensor o indicado por Luxa para cobrança.
De dentro do campo, porém, apontou para o treinador
e informou que deixaria a responsabilidade para Eduardo
da Silva. Em seguida, foi até o croata, incentivou
e falou algo em seu ouvido.
- Eu cobraria, sim, mas o Eduardo estava
confiante. Isso mostra que o grupo não tem vaidade,
estamos fechados por um só objetivo, que é
sair da confusão. Para isso, temos que fazer como
foi contra o Corinthians, com todo mundo ralando e se
dedicando para vencer.
Com a bola rolando, o zagueiro não
deu mole para Paolo Guerrero. Ex-companheiros dos tempos
de Parque São Jorge, os dois travaram uma disputa
marcada por trancos e divididas fortes. No fim, o peruano
não levou perigo ao gol de Paulo Victor.
Chicão tem 35 jogos pelo Flamengo e dois títulos:
Copa do Brasil 2013 e Carioca 2014
- Marcar o Guerrero é diferente.
É um cara experiente, muito bom jogador, e protege
bem. Tem técnica, sabe finalizar... Então,
eu tinha que ficar muito concentrado. Fico feliz pelo
resultado.
Por fim, Chicão tratou com naturalidade
o triunfo sobre o ex-clube e garantiu que não há
sabor especial.
- Tenho um carinho enorme pelo Corinthians,
mas defendo o Flamengo e tenho que fazer o meu trabalho.
O sabor da vitória não muda nada. Nos deu
três pontos, como deu contra o Atlético-MG,
o Botafogo...
A partida contra o Corinthians foi a de
número 35 de Chicão contra o Flamengo, com
dois gols marcados. Na quarta-feira, o zagueiro estará
em campo para encarar o Palmeiras, no Pacaembu, pela 22ª
rodada do Brasileirão.