O aumento do valor dos ingressos do Flamengo
para a partida contra o Corinthians, domingo, no Maracanã,
em relação aos últimos jogos em casa
gerou muitos efeitos colaterais. O torcedor protestou,
uma crise política foi instalada internamente com
opiniões discordantes, e o departamento de futebol
ficou insatisfeito. Nada disso, porém, foi capaz
de tirar a calma de Eduardo Bandeira de Mello. Primeira
pessoa a comentar o caso em nome do clube, o presidente
tratou a situação com naturalidade e minimizou
o reajuste.
Depois de bater o recorde de público
do Brasileirão na derrota para o Grêmio,
o Fla aumentou o setor Norte, mais popular, em 25% (de
R$ 40 para R$ 50), o Leste em 50% (R$ 60 para R$ 90) e
o Sul em 75% (R$ 40 para R$ 70). Bandeira de Mello usou
o fato de sócios-torcedores pagarem metade, além
dos benefícios existentes no estado do Rio de Janeiro,
para dar seu ponto de vista sobre a situação.
– É um jogo Flamengo x Corinthians,
com um apelo muito grande, e fizemos um aumento evidentemente
por isso, mas não nos afastamos da nossa promessa
de praticar preços promocionais nos ingressos mais
baratos. O aumento ali atrás do gol foi irrisório.
Para quem é sócio-torcedor e paga meia,
passou de R$ 10 para R$ 12,50. Não é nem
um cafezinho de diferença. Aquela promessa de trabalhar
com preços promocionais está mantida. Pode
ser até que voltemos ao preço anterior.
Isso tudo é questão de sentar, conversar
e trabalhar. O fato é que precisamos do dinheiro,
temos um déficit projetado entre R$ 23 e R$ 30
milhões, precisamos tirar o dinheiro de algum lugar.
O mandatário rubro-negro fez questão
de frisar que a promessa de ingressos mais baratos foi
feita somente para o setor mais popular do Maracanã
(o Norte) e prometeu mantê-la até o fim do
Brasileirão. Por outro lado, Bandeira de Mello
lembrou que o Flamengo tem altos custos para atuar no
estádio e chegou a dar a entender que há
prejuízo para que estes preços sejam mantidos.
– É claro que precisamos da
torcida. Estamos mantendo um preço abaixo do custo.
Estamos pagando para o nosso torcedor atrás do
gol. Vamos manter os preços promocionais até
quando conseguirmos. Vai seguir sendo visto jogo a jogo,
sempre foi assim. Tudo vai ser analisado, sabemos que
temos uma promessa de praticarmos o preço baixo
atrás do gol. Mas temos o nosso lado, que é
chegar ao fim do ano pagando contas, jogadores, premiação.
Temos que equilibrar as duas coisas: a vontade de agradar
à torcida e de fazer caixa. Até porque,
os credores estão batendo aí.
Crise? Para Bandeira, situação
na Gávea é tranquila
Por fim, o presidente também tratou
com naturalidade os questionamentos externos e internos
a respeito do aumento. O vice de futebol, Alexandre Wrobel,
por exemplo, é um dos que mais lutam pela volta
dos preços dos jogos contra Botafogo, Sport, Atlético-MG,
Coritiba e Grêmio. Esta, por sinal, foi uma de suas
promessas quando assumiu o cargo.
– No Flamengo, tudo é superlativo.
As coisas são sempre maximizadas. Acredito que
tudo vá terminar bem, não vai ter problema
nenhum. Alias, está tudo tranquilo – definiu
Bandeira de Mello.
Para partida contra o Corinthians, os preços
estão mantidos, mas há uma forte corrente
dentro do Flamengo a favor de preços mais baixos
para as oito partidas seguintes que o clube fará
como mandante no Brasileirão. O próximo
compromisso será contra o Fluminense, dia 21.