ABERTURA - AMÉRICA RUBRO-NEGRA DE NOVO
Após
seguidas participações vexatórias na
competição mais importante do continente americano,
o Mengão coroou a histórica temporada de 2019
com mais um título da Copa Libertadores. A segunda
conquista da América, 38 anos após o primeiro
título que Zico e cia. foram buscar. A nova gestão
do presidente Landim cumpriu logo no seu primeiro ano de administração
a promessa de fazer o Flamengo novamente campeão dos
principais campeonatos, exorcizando os fracassos de anos anteriores.
Neste especial você saberá tudo sobre a conquista
do Mengão, a começar pelo árduo caminho
trilhado pelo Rubro-Negro até chegar a glória
máxima na competição.
O Flamengo entrou nesta Libertadores como um dos favoritos,
após o vice-campeonato brasileiro no ano anterior e
o alto investimento em reforços no começo do
ano. Um sorteio na sede da Conmebol determinou que o Mengão
enfrentaria San José-BOL, Peñarol e Emelec na
fase de grupos. Aparentemente não seria um grupo tão
dfícil para conseguir uma das duas vagas nas oitavas-de-final,
mas o histórico de campanhas decepcionantes em Libertadores
neste século sempre era uma preocupação
constante nos torcedores rubro-negros. O forte time então
comandado pelo técnico Abel Braga teria a missão
de mostrar que esse passado ruim não influenciaria
no desempenho da equipe.
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O
adversário na estreia foi o San José, na
altitude de Oruro. Um jogo que se desenhou muito complicado
devido aos efeitos da altitude. O time boliviano dominou
as ações no 1º tempo, criando várias
oportunidades de gol que pararam nas ótimas defesas
do goleiro Diego Alves. Na segunda etapa o panorama seguia
o mesmo, até que em um contra-ataque bem armado
Gabigol abriu o placar para o Flamengo. Após o
gol o San José seguiu pressionando e criando chances,
mas foi parado pelos defensores rubro-negros e pelas defesas
de Diego Alves, que garantiram uma grande vitória
na estreia. |
Na segunda
rodada tivemos a estreia do Maracanã lotado, que seria
peça chave durante toda a campanha. O adversário
foi a LDU, um dos candidatos a brigar pela classificação.
O Mengão abriu o placar logo no começo do jogo,
com uma finalização precisa de Éverton
Ribeiro dentro da área. Depois seguiu criando oportunidades,
mas esbarrou no goleiro adversário e em erros de finalização.
Um pênalti cometido por Diego no final do 1º tempo
quase complicou o jogo, mas Diego Alves defendeu e evitou o
empate. No 2º tempo o Flamengo seguiu superior e criando
chances. Até que enfim saiu o 2º gol, de Gabigol,
e o 3º gol, de Uribe. No final do jogo a LDU descontou
batendo mais um pênalti, mas a vitória por 3 a
1 estava garantida.
Contra o Peñarol no Maracanã, pela terceira rodada,
o Flamengo tinha a oportunidade de se consolidar na liderança
do grupo e ficar bem próximo de já garantir a
classificação para as oitavas-de-final. Mas desta
vez as coisas não correram com o esperado. Com uma forte
marcação, o time uruguaio conseguiu segurar o
ataque rubro-negro, que não conseguiu marcar um gol.
A expulsão infantil de Gabigol na metade do 2º tempo
complicou ainda mais a situação, que se agravou
de vez com o gol no final de Viatri. 1 a 0 Peñarol e
a liderança do grupo ficou com os uruguaios. Na rodada
seguinte uma vitória tranquila contra o San José
no Maracanã. 6 a 1 fora o baile. Mas este era o último
jogo em casa nesta fase de grupos, e o Flamengo teria que pontuar
fora de casa para garantir a classificação.
Pela 2ª vez nesta Libertadores o Flamengo teria que encarar
a altitude para cumprir a meta de passar de fase. Desta vez
o jogo era contra a LDU, em Quito. O Mengão conseguiu
equilibrar as ações no 1º tempo, abrindo
o placar com um gol meio de ombro, meio de braço de Bruno
Henrique. O jogo seguia sob controle, até que uma falha
de Léo Duarte permitiu o gol de empate da LDU, no último
lance da primeira etapa. No 2º tempo o jogo foi todo do
time da casa, que dominou completamente as ações
até fazer o gol da virada, num belo chute de fora da
área. O time de Abel Braga não teve forças
para reagir, saindo derrotado e se complicando na Libertadores.
Beneficiado
pelo tropeço do Peñarol na rodada anterior,
o Flamengo foi para a última rodada contra os uruguaios
em Montevidéu precisando apenas de um empate para
garantir a classificação. O time rubro-negro
se mostrou bem superior durante todo jogo, criando muitas
oportunidades claras de gol. Mas Gabigol estava numa noite
infeliz, e desperdiçou três chances claras
de gol. A expulsão de Pará no 2º tempo
quase complicou o jogo, mas o Mengão soube segurar
0 a 0 que lhe beneficiava até o final. Assim terminou
na 1ª colocação do grupo D, com os
mesmos 10 pontos de LDU e Peñarol, mas com saldo
de gols superior. Com o pior saldo, os uruguaios deram
adeus. |
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O
adversário nas oitavas seria o Emelec. Apontado
como grande favorito no confronto, o Flamengo foi para
o jogo de ida no Equador com alguns desfalques. O que
levou o estreante Jorge Jesus a improvisar o lateral Rafinha
no meio-campo. O time não se encontrou em campo,
levando o 1 a 0 ainda no 1º tempo. No 2º tempo
o Flamengo ficou com um jogador a mais, após a
expulsão de Vega. Mas o meia Diego sofreu uma grave
lesão pouco tempo depois, e como Jesus já
havia feito as três substituições
o time também ficou com um a menos. Em um gol de
sorte, o Emelec fez 2 a 0, e no final ainda teve um pênalti
anulado pelo VAR por falta na origem da jogada. |
No
jogo de volta no Maracanã o Flamengo tinha a missão
de ao menos devolver os 2 a 0 impostos pelo Emelec no
jogo de ida. E logo na primeira metade do 1º cumpriu
o objetivo, com dois gols do artilheiro Gabigol. Depois
disso estranhamente o time foi caindo de rendimento, ao
ponto de no 2º tempo o Emelec ter tido até
mais chances de fazer o gol da classificação.
Mas o 2 a 0 persistiu e a decisão foi para os pênaltis.
E então o Mengão exorcizou todos os fantasmas
do passado. Todos os jogadores rubro-negros acertaram
suas cobranças, Diego Alves fez uma defesa e a
última cobrança do Emelec no travessão
garantiu o Flamengo nas quartas-de-final. |
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Com moral
após a heroica classificação diante do
Emelec, o Flamengo agora teria que encarar uma
"mini Copa do Brasil" para seguir com o sonho do Bi
da Libertadores. Nas quartas-de-final o adversário seria
o Internacional, até então invicto na competição.
O vencedor deste confronto enfrentaria na semifinal o vencedor
de outro duelo brasileiro, entre Grêmio e Palmeiras. Na
outra chave, River Plate e Boca Juniors era favoritos em seus
confrontos, contra Cerro Porteño e LDU respectivamente,
e tinham a perspectiva de reeditar na semifinal o embate da
final do ano anterior. Já a imprensa gaúcha projetava
um Gre-Nal na semifinal. Esqueceram de combinar com o Flamengo!
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No jogo de ida no Maracanã, o Flamengo encontrou
bastante dificuldades para superar a forte retranca do
time colorado, que se defendia praticamente com todos
os jogadores. No 1º tempo Inter cumpriu seu objetivo,
levando o 0 a 0 para o intervalo. Na segunda etapa o Mengão
aumentou a pressão em busca do gol. Foi dominando
cada vez mais as ações, até marcar
os dois gols que encaminhariam a classificação,
ambos de Bruno Henrique. O Inter ainda teve no final do
jogo a sua única oportunidade clara de gol, mas
Nico Lopez errou o chute, fechando o placar em 2 a 0.
Festa da nação rubro-negra que lotou o Maraca
mais uma vez. |
Com
a boa vantagem construída em casa, o Mengão
fez um 1º tempo no
jogo de volta no Beira-Rio de domínio total das
ações. Mas acabou pecando nas finalizações,
principalmente com Gabigol, e com isso o 0 a 0 persistiu
até o intervalo. Precisando de ao menos dois gols,
o Internacional partiu para a pressão no 2º
tempo, abrindo o placar com gol de cabeça de Lindoso.
Seguiu pressionado em busca do gol que levaria para os
pênaltis, mas no final um contra-ataque fulminante
do Flamengo terminou em mais um gol de Gabigol. Empate
em 1 a 1 e classificação garatida para enfrentar
mais um gaúcho na grande semifinal da Copa Libertadores.
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Campeão
da Libertadores em 2017, o Grêmio chegava na sua
terceira semifinal consecutiva, e apostava nesta experiência
para superar um Flamengo tecnicamente superior. No jogo
de ida em Porto Alegre o Mais Querido teve uma grande
atuação. Dominou completamente o 1º
tempo, tendo dois gols anulados pelo VAR. No 2º
tempo o Grêmio cresceu no jogo, mas o Flamengo
seguiu muito bem e abriu o placar com um gol de cabeça
de Bruno Henrique. Após ter seu terceiro gol
anulado pelo VAR, acabou sofrendo o gol de empate no
final, num contra-ataque após Filipe Luís
se lesionar no campo de ataque. Um 1 a 1 injusto, mas
que levava a decisão pro Maraca. |
Na
partida de volta, no Maracanã, o Flamengo inicialmente
sofreu com a forte marcação gremista.
Mas seguiu dominando e pressionando até marcar
o 1º gol no final do 1º tempo, com Bruno Henrique.
O 2º gol veio logo no começo da etapa final,
num belo chute de Gabigol. A partir daí começou
a festa. Gabigol novamente fez 3 a 0, ao cobrar um pênalti
com perfeição. E em duas bolas paradas
a dupla de zaga Pablo Marí e Rodrigo Caio marcou
de cabeça o 4º e 5º gols, transformando
a vitória em uma goleada histórica e inesquecível.
Era o gigante Flamengo atropelando mais um, rumo à
final da Libertadores contra o então atual campeão,
o forte River Plate de Gallardo. |
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A
final seria pela primeira vez em jogo único em
campo neutro. A princípio marcada para Santiago
no Chile, teve que ser remarcada para Lima no Peru,
devido a grave crise política vivida pelo Chile
na época da decisão. Muitos apontavam
um favoritismo do Flamengo, mas não foi isso
que se viu em campo no 1º tempo. O River Plate
soube anular as principais jogadas do time de Jorge
Jesus e impor o seu jogo. Assim chegou logo ao 1º
gol com Borré, em falha coletiva do sistema defensivo.
E seguiu com o controle da partida até o fim
da primeira etapa, sem que o Mengão conseguisse
levar perigo ao gol de Armani. |
O
Flamengo precisava reencontrar seu melhor futebol no
2º tempo se quisesse virar o jogo e conquistar
o título. Mas o River seguiu superior, ao menos
até a metade da segunda etapa. A partir daí
o time rubro-negro foi melhorando aos poucos e chegou
a ter uma ótima oportunidade de gol, quando Gabigol
e Éverton Ribeiro perderam uma chance clara no
mesmo lance. Mas a bola não entrava, tudo indicava
que o Flamengo ficaria no quase novamente. Mas um gigante
de verdade nunca desiste, luta até o final. E
foi isso que o Mengão fez. E a jogada do gol
de empate não poderia sair de outro lugar senão
do trio ofensivo que encantou a América. |
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Aos
43 do 2º tempo, Bruno Henrique faz grande jogada,
e mesmo marcado por três adversários dá
um passe perfeito para Arrascaeta dentro da área.
O uruguaio só rola para Gabigol empurrar para
as redes. 1 a 1 que levaria a decisão para a
prorrogação. Mas quando ninguém
esperava mais nada, aos 46 minutos Diego faz belo lançamento
para a área. Gabigol vence a disputa com os dois
zagueiros do River e marca o gol do título! Para
o delírio dos cerca de 20 mil rubro-negros no
estádio Monumental de Lima, e dos outros 40 milhões
espalhados pelo mundo. 38 anos depois, a América
é rubro-negra de novo! Flamengo Bicampeão
da Libertadores! |
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