ABERTURA - NEM A PANDEMIA PAROU O MENGÃO
Num
ano atípico, em que a pandemia do novo coronavírus
paralisou o futebol no Brasil por quase três meses
e deixou os estádios sem público no retorno,
nem mesmo essa enorme adversidade foi capaz de impedir o
Mengão de conquistar o bicampeonato carioca. Dando
sequência assim a uma era vitoriosa iniciada com as
conquistas de Libertadores, Brasileiro e Carioca em 2019,
passando pelos títulos da Supercopa e Recopa de 2020.
Um desfecho com chave de ouro para o vitorioso trabalho
do técnico Jorge Jesus e sua comissão técnica,
que inesperadamente retornaram para Portugal logo após
a conquista do 36º título carioca do Flamengo.
Neste especial você poderá saber tudo sobre
mais esta conquista do maior clube de futebol do Rio de
Janeiro.
Com
os três maiores rivais enfrentando grandes dificuldades
financeiras, era bastante evidente o favoritismo do Flamengo
no Campeonato Carioca 2020. Ainda mais após o clube
rubro-negro chegar ao topo do futebol brasileiro e sul-americano
no ano anterior. Cabia a Botafogo, Vasco e Fluminense tentar
superar suas limitações para surpreender o
maior rival e desbancar o seu favoritismo. O Vasco acabou
fazendo péssima campanha, sequer chegando às
semifinais em ambos os turnos. O Botafogo também
fez um campeonato muito fraco, ficando de fora da semifinal
da Taça Guanabara e caindo na semifinal da Taça
Rio. Já o Fluminense chegou ainda mais longe, conquistando
a Taça Rio e disputando a decisão do campeonato.
Mas não foi páreo para um Flamengo muito superior
tecnicamente.
Após
disputar a final do Mundial de Clubes em dezembro, o Flamengo
teve que estender a pré-temporada do time principal
para o período das primeiras rodadas da Taça
Guanabara. Isso levou a montagem de um time alternativo,
mesclados de juniores e jovens reservas pouco utilizados,
para a disputa das quarto rodadas iniciais do turno. Comandados
pelo técnico dos juniores Maurício Souza.
E a garotada deu conta do recado. Após um empate
em 0 a 0 na estreia contra o Macaé, perdendo inúmeras
chances claras de gol no 2º tempo, o time alternativo
venceu as duas partidas seguintes, contra o time reserva
do Vasco (1 a 0) e o bom time do Volta Redonda (3 a 2),
encaminhando assim a classificação. Ainda
fez um jogo equilibrado contra um Fluminense com força
máxima, perdendo por 1 a 0 num lance de genialidade
de Nenê.
O
time principal fez sua estreia no campeonato na 5ª
rodada, derrotando Resende por 3 a 1 de virada, num jogo
em que a falta de ritmo pesou na atuação do
time, mas no final os atacantes Pedro, Bruno Henrique e
Gabigol resolveram a situação e garantiram
o Flamengo na semifinal da Taça GB. Na última
rodada mais uma vitória, desta vez contra o Madureira
por 2 a 0. Gols de Pedro e Gabigol. A derrota da garotada
para o Flu acabou pesando na classificação
final do grupo A, com o Flamengo se classificando apenas
no 2º lugar, atrás do Boavista. No grupo B o
Fluminense terminou na 1ª colocação,
e seria o adversário do Mengão na semifinal
do turno. O Volta Redonda foi o 2º colocado e faia
uma semifinal de pequenos contra o Boavista.
No
Fla-Flu da semifinal o Flamengo logo fez valer a sua
superioridade técnica em relação
ao rival, abrindo 2 a 0 logo no começo do jogo,
com gols de Bruno Henrique e Gabigol. Depois perdeu
inúmeras outras oportunidades de gol, e só
foi ampliar o placar no começo do 2º tempo,
com Filipe Luís. 3 a 0 que parecia garantir a
vaga na final. Mas a partir daí o time rubro-negro
se acomodou no jogo, permitindo uma reação
do Fluminense, que fez dois gols diminuiu o placar para
3 a 2. Como o empate classificaria o Flu, a tensão
durou até o fim do jogo, com dois gols bem anulados
do tricolor. Mas no final o placar não mudou
e o Mengão garantiu sua vaga na final. |
|
|
A
decisão seria contra o Boavista, que fez valer a
vantagem pela melhor campanha e eliminou o Voltaço
com um empate por 1 a 1 na outra semifinal. Em meio a final
da Recopa Sul-Americana, o técnico Jorge Jesus resolveu
escalar um time misto para a decisão da Taça
Guanabara. E logo no começo do jogo isso começou
a pesar pra o Flamengo. O Boavista abriu o placar logo aos
4 minutos, num gol de falta de Jean que o goleiro César
poderia ter evitado. A partir daí o time rubro-negro
pressionou em busca do empate, mas esbarrou na retranca
do adversário e nas atuações ruins
de alguns dos reservas escalados para esta final. Mas a
persistência do Mengão foi premiada no final
do 1º tempo, em chute de Diego que desviou no zagueiro
e encobriu o goleiro do Boavista. Saímos no lucro
levando o 1 a 1 para o intervalo.
|
|
No
2º tempo o Flamengo partiu em busca do segundo
gol, mas seguiu tendo dificuldades para construir jogadas
de perigo ao gol do time de Saquarema. O time melhorou
com a entrada do insinuante Michael, que passou a criar
as melhores oportunidades de gol do time. O gol do título
saiu aos 34 minutos, numa troca de passes espetacular
que terminou na finalização precisa do
artilheiro Gabigol. 2 a 1 e mais um título de
Taça Guanabara para a galeria do Mengão.
Com a mudança do regulamento, que extinguiu as
semifinais do campeonato, esse título de turno
garantiu o Rubro-Negro na final do Campeonato Estadual. |
Na
estreia da Taça Rio o Mengão já mostrou
sua força ao golear a Cabofriense por 4 a 1, com
três gols de Gabigol. Na rodada seguinte o clássico
contra o Botafogo. No 1º tempo o Flamengo esbarrou
na forte retranca montada pelo técnico Paulo Autuori,
mas no 2º tempo o time rubro-negro conseguiu furá-la
e marcar os gols com Éverton Ribeiro, Michael e
Gabigol, que ainda perderia o mesmo pênalti duas
vezes. Um 3 a 0 que traduziu bem o momento das duas equipes.
Na terceira rodada o campeonato começou a ser afetado
pela pandemia do Covid-19. O jogo contra a Portuguesa
teve que ser disputado com portões fechados. Sentindo
a falta do calor da Nação, ou mesmo o temor
pelo coronavírus, o time do Flamengo teve a sua
pior atuação em muito tempo. Saiu atrás
no placar e só conseguiu a virada com dois gols
nos minutos finais, com um gol salvador de Arrascaeta.
Ao final da rodada o campeonato foi paralisado, seguindo
as recomendações de quarentena devido ao
novo coronavírus. E assim ficou por cerca de três
meses. Seguindo vários protocolos de segurança,
no começo de junho o Flamengo foi o primeiro time
a começar a treinar e a pressionar a Ferj pelo
reinicio do campeonato. Sofreu fortes críticas
da maioria da imprensa, que muito por razões políticas
era favorável a manutenção da quarentena
e das atividades suspensas pelo máximo de tempo
possível. Com o apoio de Flamengo, Vasco e de todos
os 12 clubes pequenos, a Ferj marcou o reinício
do campeonato para o meio de junho, seguindo os mesmos
protocolos de segurança que deram certo no Flamengo.
Com forte apoio da imprensa, Fluminense e Botafogo eram
contra o reinício, mas perderam as ações
na Justiça para impedi-lo.
Com
isso o Flamengo reiniciou o campeonato abrindo a 4ª
rodada contra o Bangu. Um jogo que quase ninguém
assistiu, devido à ausência de público
no Maracanã e a não transmissão da
TV, por uma briga jurídica entre Rede Globo e Flamengo.
Em campo o Mengão fez sua parte e venceu por 3
a 0, garantindo vaga na semifinal da Taça Rio.
A pedido de Flu e Botafogo, a Ferj adiou o restante de
rodada por cerca de 10 dias. Com isso o Flamengo só
voltou a jogar pela última rodada duas semanas
depois, quando venceu o Boavista por 2 a 0, com gols de
Pedro e Gerson, jogo que teve uma inédita transmissão
com imagens pela FlaTV. Que seguiria nos jogos seguintes
do Flamengo como mandante, após uma MP assinada
pelo presidente Bolsonaro. O Mengão terminou em
1º lugar do grupo A com 100% de aproveitamento, com
o Botafogo em segundo. No outro grupo o mesmo resultado
final da Taça GB: Fluminense em primeiro e Volta
Redonda em segundo.
Na
semifinal contra o Voltaço, o Mengão teve
um amplo domínio das ações durante
toda a partida. Criou inúmeras oportunidades
de gol, e praticamente não deu chances ao adversário
de chegar com perigo ao gol de Diego Alves. Chegou ao
gols com dois de Bruno Henrique, um em cada tempo. 2
a 0 e vaga assegurada em mais uma final de turno. A
decisão seria contra o Fluminense, que fez valer
a vantagem do empate contra o Botafogo, se classificando
com um 0 a 0. Assim o Mengão estava a apenas
uma vitória de conquistar dois títulos,
a Taça Rio e o Campeonato Carioca. Cabia ao Flu
tentar impedir isso. |
|
|
|
|
Em
meio à indefinição sobre a permanência
do técnico Jorge Jesus, o Flamengo não
conseguiu mostrar em campo o futebol que vinha encantando
a todos. Deixou o Fluminense abrir o placar ainda no
1º tempo, com gol de cabeça de Gilberto.
O time rubro-negro jogava mal e pouco criava, mas no
2º tempo foi crescendo aos poucos, até chegar
ao gol de empate, num golaço de cabeça
de Pedro. Ainda ficou perto da virada, mas Matheus Ferraz
salvou um gol em cima da linha. O 1 a 1 persistiu até
o final, e a decisão seria nos pênatis.
Apesar das duas defesas de Diego Alves, o Flamengo perdeu
três pênaltis e o Flu venceu por 3 a 2,
sendo o campeão da Taça Rio. |
Assim
fomos para os dois jogos da final, com um Flamengo ainda
favorito, mas abalado com a perda da Taça Rio.
No primeiro jogo o Flamengo conseguiu dominar as ações
no 1º tempo, chegando ao gol com Pedro, após
bela troca de passes. Mas novamente teve dificuldades
para criar mais chances de gol. No 2º tempo o Fluminense
partiu em busca do empate, e diante de uma inexplicável
apatia do time rubro-negro conseguiu empatar com um
gol de Evanílson, e criou várias oportunidades
para virar o placar, esbarrando em Diego Alves. Mas
num raro contra-ataque o Flamengo fez o segundo, em
passe de Gabigol para Michael. Placar final 2 a 1. |
|
|
|
|
No
2º jogo da final, num Maracanã ainda sem
público, mas com transmissão histórica
do SBT, após a Globo rescindir o contrato pelo
Carioca, o Flamengo tentava voltar a mostrar seu melhor
futebol para garantir o título. E desta vez enfim
conseguiu, dominando completamente o jogo e não
dando qualquer chance ao Flu. Mas o gol insistia em
não sair, até que nos acréscimos
Vitinho marcou o gol que deu justiça ao placar
e garantiu o bicampeonato estadual ao Mengão.
Foi a despedida do técnico Jorge Jesus, que dias
depois da decisão voltou ao Benfica, de Portugal.
Mas ficará marcado para sempre por esta e todas
as outras conquistas! VALEU MISTER! |
|