ABERTURA - O TÍTULO DA SUPERAÇÃO
Logo
no primeiro ano de uma nova diretoria, que promete revolucionar
a administração do clube, o Flamengo conquistou
o primeiro título importante nesta nova era. O tricampeonato
da Copa do Brasil consolida o Mengão como o clube carioca
com mais títulos desta competição, além
de ter o maior número de títulos nacionais,
com dez no total (seis Brasileiros, três Copas do Brasil
e uma Copa dos Campeões). Mais do que isso, coloca
o clube rubro-negro novamente na Copa Libertadores em 2014,
maior competição interclubes da América
do Sul, pela 12ª vez. Neste especial você saberá
tudo sobre a conquista do Mengão, a começar
pelo árduo caminho trilhado pelo Rubro-Negro até
chegar a glória máxima na competição.
Com um time considerado limitado por grande parte da torcida
e dos especialistas, o Flamengo entrou completamente desacreditado
nesta Copa do Brasil. Dos times que iniciaram a competição,
eram apontados como favoritos Botafogo, Santos, Cruzeiro e
Internacional. E ainda mais favoritos eram os times que disputaram
a Copa Libertadores de 2013 e que pela primeira vez em anos
passaram a disputar a competição nacional na
mesma temporada: Corinthians, Atlético-MG, Fluminense
e Grêmio. Após o fracasso no Campeonato Estadual
e o início ruim no Brasileirão, era praticamente
impossível encontrar alguém que apostasse no
Flamengo como candidato ao título.
O confronto da Primeira Fase contra o fraco Remo por muito
pouco não serviu para reafirmar as previsões
pessimistas dos críticos. Exibindo um futebol muito
abaixo do que se espera de um grande clube, o time do então
técnico Jorginho sofreu bastante para superar o adversário
no jogo de ida, em Belém. Conseguiu o seu gol no início
do segundo tempo, em bela jogada de Rafinha, grande revelação
do Campeonato Carioca. Mas não teve forças para
buscar mais um gol e decidir logo a classificação.
No jogo de volta, no Raulino de Oliveira, não houveram
maiores dificuldades, e o Flamengo venceu por 3 a 0, com todos
os gols marcados pelo artilheiro Hernane.
Chegava a Segunda Fase, e o adversário era o então
campeão do Nordeste, o Campinense da Paraíba.
Ainda sem apresentar um bom futebol, o Flamengo foi pressionado
pelo time de Campina Grande no início do primeiro tempo,
saindo atrás do marcador após gol em bola desviada
pelo zagueiro Renato Santos. Aí coube a outro Renato,
o Abreu, salvar o Mengão. E bem ao seu estilo, com
dois gols em cobranças de falta, um em cada tempo.
Resultado insuficiente para garantir a classificação.
No jogo de volta em Juiz de Fora mais um jogo complicado,
onde o Campinense não se intimidou e tentou buscar
o resultado que lhe interessava. Logo no início do
jogo foram dois gols para cada time. Após sofrer alguma
pressão do time paraibano no segundo tempo, o Flamengo
garantiu a classificação perto do fim do jogo,
com gol de Elias.
Após péssimos resultados no início do
Campeonato Brasileiro, o técnico Jorginho foi demitido.
No lugar dele chegou o renomado Mano Menezes, ex-treinador
da seleção brasileira. Coube a ele dirigir o
time na terceira fase da Copa do Brasil, diante do ASA de
Arapiraca. Um dos lanternas da Série B, o time alagoano
não impôs grandes dificuldades ao Flamengo, que
venceu o jogo de ida no Coaracy Fonseca com certa facilidade,
apesar do placar não expressivo de 2 a 0. Os gols foram
de Marcelo Moreno e Nixon, ambos na segunda etapa. O jogo
de volta, em Volta Redonda, só serviu para confirmar
a classificação rubro-negra. Mano pôde
observar alguns novos jogadores nesta partida, na qual o Mengão
venceu por 2 a 1. A vaga nas Oitavas-de-final estava mais
do que garantida.
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O
adversário nas Oitavas seria o Cruzeiro, líder
disparado do Campeonato Brasileiro. O chaveamento foi
definido por sorteio, e para muitos o Flamengo não
deu sorte. Diante de um adversário nitidamente
superior, Mano fez mudanças radicais para tornar
o time mais defensivo no jogo de ida, no Mineirão.
Mas a estratégia não deu resultado, e o
amplo domínio do time celeste foi traduzido em
um 2 a 0 no placar. O Mengão precisava de um gol
para ficar vivo no confronto, e ele acabou saindo na metade
do segundo tempo, com Carlos Eduardo, após falha
do zagueiro Dedé, ex-Vasco. Um gol que mudaria
o destino desta Copa do Brasil. |
No
jogo de volta bastava uma vitória simples para
o Flamengo conseguir a improvável classificação.
E diante de um Maracanã quase lotado, o time rubro-negro
conseguiu se superar e partiu para cima do adversário
teoricamente superior. Excessivamente recuado, o Cruzeiro
parecia sentir a pressão de 50 mil rubro-negros
no estádio. Ainda assim o Flamengo esbarrava em
suas próprias limitações, e pouco
criava chances de gol. O final do jogo se aproximava e
o tão sonhado gol não saía. Até
que aos 43 minutos, após assistência de Paulinho,
Elias chutou da entrada da área, vencendo Fábio.
Era o gol da classificação, que poucos acreditavam.
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Ainda desacreditado,
o Flamengo estava nas Quartas-de-final. Desta vez enfrentaria
um velho conhecido, o Botafogo. O rival na época era
o vice-líder do Brasileirão, e disputava a liderança
com o Cruzeiro. Obviamente o adversário foi apontado
como favorito, mais uma vez. Uma semana antes do jogo de ida,
o técnico Mano Menezes pediu demissão, após
uma derrota de 4 a 2 para o Atlético-PR, de virada, pelo
Brasileirão. Mano alegou que não conseguia fazer
o time se enquadrar aos seus conceitos de futebol. E assim assumiu
interinamente Jayme de Almeida, então auxiliar técnico
do Flamengo.
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Ainda se recuperando pelo baque da saída de Mano,
o time rubro-negro entrou em campo disposto a mostrar
que poderia sim superar o rival e seguir em frente na
Copa do Brasil. Fez um primeiro tempo amplamente superior,
criando boas oportunidades de gol. Em uma delas, André
Santos fez 1 a 0. Mas no segundo tempo o Botafogo se reorganizou,
e conseguiu ser superior ao Flamengo na maior parte do
tempo. Acabou fazendo o gol de empate no início
do segundo tempo, e ainda teve outras chances de virar
o placar. Mas no final o empate de 1 a 1 acabou sendo
justo, diante do domínio de um time em cada tempo.
A decisão ficou para a partida de volta. |
Sem
a regra de gol fora de casa, por se tratar de um clássico
estadual, qualquer vitória classificaria Flamengo
ou Botafogo, sem vantagem em empate. E o que se viu foi
um verdadeiro show rubro-negro, tanto em campo quanto
nas arquibancadas. Com 80% da torcida no estádio,
o Mengão fez sua melhor partida no ano, atropelando
o rival com uma goleada impiedosa, inapelável.
Mais uma vez o Brocador Hernane marcou três gols,
se consolidando na artilharia da Copa do Brasil. Em cobrança
de pênalti, o aniversariante Léo Moura fechou
o placar em 4 a 0, garantindo com sobras a vaga na Semifinal. |
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O
adversário nesta fase seria o Goiás, algoz
de Fluminense e Vasco nas fases anteriores. Era um dos
times de melhor campanha no Campeonato Brasileiro, postulante
ao G4. O jogo de ida seria no Serra Dourada, onde o
Esmeraldino poucas vezes tinha perdido em 2013. Mas
o Flamengo não se intimidou com isso, e com mais
uma atuação muito consistente sob o comando
do já efetivado técnico Jayme de Almeida
foi buscar uma vitória que poucos esperavam.
Paulinho abriu o placar no 1º tempo, após
bela tabela com André Santos. O Goiás
empatou com Vitor, mas Chicão fez o gol da vitória
em bela cobrança de falta. A vaga na decisão
estava próxima. |
Na
partida de volta, no Maracanã, o Flamengo começou
muito mal, e deixou o Goiás marcar o primeiro
gol logo no início do jogo, com Sasha de cabeça.
Mas o Mengão não iria decepcionar os quase
60 mil rubro-negros no estádio. A essa altura
era um time que não se abatia com nada, que sabia
o que fazer em campo. E assim seguiu com o seu jogo
determinado por Jayme, assumindo o controle da partida
e chegando à virada ainda no primeiro tempo,
com gols de Hernane e Elias. Na segunda etapa apenas
administrou com maestria o resultado, sem maiores sustos.
Na base da raça, da superação e
da entrega, o Flamengo estava na decisão. |
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O
adversário seria mais um time que disputava as
primeiras posições no Brasileirão.
O Atlético-PR fazia uma ótima temporada.
Quase todos os especialistas apontavam o time paranaense
como favorito na decisão, por ter um time superior
ao Flamengo. Mas como duvidar de um time que superou
todos os favoritos para chegar nesta final? E assim
o Mengão foi para Curitiba e buscou o resultado
que precisava para decidir o título no Maracanã.
Marcelo até abriu o placar para o Furacão,
mas Amaral, o cão de guarda, acertou um chute
de rara felicidade, empatando o jogo. Com muito esforço,
o Flamengo segurou o placar de 1 a 1 até o final
do jogo. |
Estava
criado então o cenário para mais uma grande
conquista: Maracanã lotado, time em uma ótima
fase, vantagem no jogo de ida... Mas tudo isso remetia
aos fracassos nas decisões contra Grêmio
e Santo André. Fato que foi muito explorado pela
imprensa na véspera da grande decisão.
Só se esqueceram que desta vez o time do Flamengo
estava muito mais focado, mito mais determinado e contava
com um fator que quase sempre dá resultado no
clube: um técnico da casa. Jayme era o nome certo
no momento certo, o cara para unir o grupo em torno
de um só objetivo: conquistar a Copa do Brasil! |
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Mas
como tudo no Flamengo, esta decisão foi bastante
sofrida. O Flamengo era superior, mas o perigoso 0 a
0 se arrastava até o final do jogo. Qualquer
gol do Atlético levaria a mais um Maracanazo.
Mas aquela era a noite do Mengão, e os 70 mil
rubro-negros no Maracanã foram brindados com
os gols de Elias, em chute rasteiro no contrapé
do goleiro, e de Hernane, após belo voleio cruzado.
Ambos no final do jogo, para dar mais emoção.
Para fechar a conta de um dos títulos de maior
valor na história do Flamengo. Com muita raça,
com muita superação, o Mengão é
Tricampeão da Copa do Brasil. E que venha a Libertadores
de 2014! A América nos espera! |
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