ABERTURA - DO DESCRÉDITO À GLÓRIA
Após
14 anos de jejum, o Flamengo enfim conquistou mais um título
nacional. O bicampeonato da Copa do Brasil consolidou o
Mengão como o maior vencedor de título nacionais
no Brasil - sete no total - e como o único clube
carioca a conquistar a Copa do Brasil. Mais do que isso,
coloca o clube rubro-negro na Copa Libertadores, maior competição
interclubes da América do Sul, pela oitava vez. Neste
especial você saberá tudo sobre a conquista
do Mengão, a começar pelo árduo caminho
trilhado pelo Rubro-Negro até chegar a glória
máxima na competição.
Com um time apenas mediano, o Flamengo entrou completamente
desacreditado nesta Copa do Brasil. Todos se apressavam
em apontar Santos, Cruzeiro e Fluminense como os grandes
favoritos ao título, e colocavam outros clubes, como
Atlético-PR, Grêmio e Botafogo, à frente
do Mais Querido em termos de chances de conquistar a taça.
Contribuia para isto o histórico recente de vexames
em Campeonatos Brasileiros, com ameaça constante
de rebaixamento, e até mesmo em Campeonatos Cariocas,
no qual terminara entre os últimos em 2005 e neste
mesmo ano de 2006.
O confronto da Primeira Fase contra o fraco ASA de Arapiraca
por muito pouco não serviu para reafirmar as previsões
pessimistas dos críticos. Exibindo um futebol muito
abaixo do que se espera de um grande clube, o Flamengo saiu
perdendo o jogo de ida, em Arapiraca-AL, e somente empatou
a partida em meados do segundo tempo, num lance de bola
parada, com o zagueiro Ronaldo Angelim. Ainda buscou o gol
da vitória mas esbarrou nos próprios erros.
Quem esperava uma goleada rubro-negra no jogo de volta,
no Maracanã, se decepcionou. Mais uma vez o Mengão
jogou mal, e saiu atrás no marcador. Como a derrota
por 1 a 0 o eliminava, o Flamengo partiu para cima e conseguiu
a virada ainda no primeiro tempo, com Renato Silva e Peralta.
No segundo tempo o jogo se arrastou, com um futebol de baixíssimo
nível das duas equipes, e o ASA pouco ameaçou
a classficação rubro-negra.
Chegava a Segunda Fase, já com o técnico Waldemar
Lemos no comando da equipe. O adversário era mais
um clube de pouca expressão, o ABC de Natal. Mostrando
um futebol superior ao da fase anterior, o Flamengo despachou
facilmente o adversário. No jogo de ida o Mengão
só não venceu por dois gols de diferença
e eleminou o jogo de volta graças a imprecisão
nas finalizações. Foram três bolas na
trave e vários chutes para fora. Mas ao menos uma
finalização foi certeira, de Ronaldo Angelim,
suficiente para garantir uma amarga vitória simples.
No jogo de volta, o Flamengo atropelou o frágil adversário
impondo uma goleada de 4 a 0, que poderia ter sido por um
placar ainda mais dilatado, dada a superioridade rubro-negra.
A vaga nas Oitavas-de-final estva mais do que garantida.
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O
adversário nas Oitavas seria o Guarani, mordido
após o rebaixamento no Paulistão. Mas
o Flamengo não deu chances ao adversário,
e com muita raça e espírito de luta conquistou
um resultado expressivo no jogo de ida, ao golear por
5 a 1 e começar a mostrar a sua força
jogando no Maracanã. Com uma confortável
vantagem, o time rubro-negro entrou em campo excessivamente
acomodado no jogo de volta, em Campinas, e teve uma
péssima atuação. Mesmo enfrantando
um adversário muito desfalcado e enfraquecido,
sofreu um gol no primeiro tempo, e foi incapaz de reagir
no segundo tempo e evitar a derrota por 1 a 0, que seria
a única na Copa. |
O
Flamengo chegava às Quartas-de-final, e muitos
consideravam que já estava no lucro, e era o
azarão no confronto contra o Atlético-MG.
Mas o Mengão mostrou sua força no Maracanã,
e voltou a golear no jogo de ida, desta vez por 4 a
1, com gols de Renato (dois), Obina e Jônatas,
após excelente atuação. No jogo
de volta o time enfrentou um Mineirão quase lotado,
e suportou brilhantemente a pressão do time e
da torcida do Galo, bem armado defensivamente, com muita
garra e lutando o tempo inteiro. No final do jogo poderia
até ter vencido, caso o gol legal de Vinícius
Pacheco não fosse anulado. Mas 0 a 0 garantiu
a vaga na Semifinal. |
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Na
Semifinal o adversário seria o surpreendente
Ipatinga, que por ter eliminado grandes clubes, como
Botafogo e Santos, entrou no confronto com um certo
favoritismo. No jogo de ida, no Ipatingão, o
Mengão conseguiu segurar o adversário
com uma forte marcação, e num contra-ataque
em velocidade abriu o placar no primeiro tempo, com
Obina. No segundo tempo o time rubro-negro perdeu várias
chances de ampliar o marcador, e foi castigado com um
gol de empate nos acréscimos, de Camanducaia.
O empate por 1 a 1 teve gosto de derrota para os flamenguistas,
e renovou as esperanças do time do Vale do Aço. |
Na
partida de volta, no Maracanã, o Flamengo começou
muito mal, e deixou o Ipatinga tomar a iniciativa do
jogo até marcar o primeiro gol, novamente com
Camanducaia. Parecia que o sonho do Bi estava acabando,
mas logo em seguida Marcelinho renovou as esperanças
rubro-negras ao marcar o gol de empate, na raça.
O Ipatinga seguir melhor, e perdeu várias chances
de gol até o final do primeiro tempo. No segundo
tempo o Flamengo foi bem superior, e após muita
persistência chegou a virada, com um gol de Renato.
Então foi apenas administrar a vantagem para
garantir a tão sonhada vaga na final, contra
o rival Vasco da Gama. |
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Antes
da grande final, houve uma paralização de
cerca de dois meses, por causa da realização
da Copa do Mundo. Neste meio tempo, o técnico Waldemar
Lemos foi demitido, devido a divisão no elenco criada
por ele, ao privilegiar alguns jogadores - os pratas-da-casa
- em prejuízo aos outros - vindos de fora do clube.
Para o seu lugar chegava Ney Franco, técnico que
acabara de ser eliminado com o Ipatinga em confronto contra
o Flamengo. O clube realizou um período de inter-temporada
no Norte/Nordeste, realizando amistosos de preparação
que foram fundamentais para a montagem do time que disputaria
a decisão. Ascendiam então os jovens Toró
e Renato Augusto.
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Duas
derrotas em jogos do Brasileirão (uma delas para
o próprio Vasco com reservas) colocaram o Flamengo
em situação inferior ao rival, que até
mesmo antes da paralização era apontado
como o favorito na decisão. A escalação
dos garotos no meio-campo era contestada, e a fragilidade
defensiva da equipe assustava a torcida rubro-negra.
Mas na hora do jogo de ida, Ney Franco supreendeu, e
escalou o time no esquema 3-6-1. A atitude acabou sendo
acertada, e o time cresceu defensivamente, anulando
o badalado ataque do Vasco no primeiro tempo. Mas faltava
um maior poderio ofensivo, já que o time pouco
criava oportunidades de gol. |
Mas
no segundo tempo a sorte e competência de Ney
Franco resolveram este problema. Com a lesão
de Renato Silva, o técnico colocou Obina em seu
lugar, e o time cresceu ofensivamente, chegando aos
dois gols, com o próprio Obina, em chute certeiro
no ângulo, e Luizão, com uma cabeçada
indefensável. Depois foi só administrar
o jogo e garantir a boa vantagem para o jogo de volta.
Neste, a expulsão do vascaíno Valdir Papel
facilitou tudo e o Mengão, mantido no esquema
3-6-1, dominou completamente o jogo, chegando rapidamente
ao gol da vitória e do título, ainda no
primeiro tempo, em chute forte e rasteiro de Juan. |
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A
vitória neste jogo de volta da decisão
poderia ter sido por um placar até mais elástico,
visto que o Flamengo perdeu várias chances de
gols ao longo do jogo, sem ter sua vitória e
o título ameaçados em nenhum momento pelo
Vasco. Mas isto é o que menos importa, e sim
o título nacional que o Mengão voltava
a conquistar após vários anos, a quinta
vitória seguida sobre o maior rival em decisões
e a vaga conquistada na Copa Libertadores de 2007. Um
título que resgatou o orgulho de ser rubro-negro
em todo Brasil, e poderá ser o pontapé
inical para o Flamengo se reerguer definitivamente e
voltar a ser o melhor time do Brasil. Parabéns
Mengão! |
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