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Essa tal filosofia

Num dos meus textos anteriores comentei sobre a nova filosofia que o Luxa está tentando implantar no Flamengo para moldar o seu trabalho e justificar suas atitudes. Sigo acreditando que o treinador deve ter os seus métodos de trabalho e objetivos traçados para atingir o sucesso. Mas quando esta filosofia é imposta e não necessariamente é algo em que ele acredita? Será que estamos vendo isso na Seleção Canarinho?

Treinador de Seleção pela cultura popular tem mais responsabilidade que o Presidente da República. Todo mundo dá pitaco na escalação e a do treinador nunca será unanimidade. Isto demonstra o tamanho do peso deste cargo e, mais do que isso, deixa claro que o treinador da Seleção é escolhido ao invés de escolher. Se jogar pela Seleção é o auge para o jogador, por que seria diferente com o treinador?

Após todo fracasso em Copas do Mundo passamos pelo mesmo processo aqui no Brasil. A torcida (manipulada em sua maioria pela imprensa) sai em busca de culpados. Como o "país do futebol" não ganhou esta Copa? Barbosa foi a representação máxima desta verdadeira "caça as bruxas" que fazemos por aqui.

E destes episódios marcantes estão sendo retiradas lições e novas filosofias a serem implementadas. Mas isto esta sendo feito por cartolas e as vezes a toque de caixa. Ricardo Teixeira já tinha como veredicto que a Seleção era muito velha e precisava de uma renovação para a Copa de 2014. Isto pouco minutos após o time ser eliminado da Copa de 2010. Time que tinha a filosofia (estabelecida pelo mesmo) de "amor a camisa" imposta após a eliminação de 2006.

E aí que mora a minha preocupação. A filosofia é imposta por um cartola (o que já é errado!) e um treinador é escolhido para implantar esta filosofia. Você realmente acredita que ele iria bater de frente com esta nova filosofia e, por consequência, com o cartola?

Falando sobre a Seleção atual, o time está passando por uma renovação forçada. Estrelas ascendentes estão com lugar cativo e antigos jogadores estão tendo que batalhar para reconquistar o seu espaço (Já vi este filme depois de 2006).

Pensando em Copa do Mundo esta filosofia renovadora me parece ao menos arriscada. A Copa já é um fator de pressão, mas a Copa no Brasil multiplicara esta pressão em muitas vezes. O trauma de 50 será um fantasma constante. E não parece prudente ter um pouco de experiência pra segurar a barra?

Outro ponto é o talento. Zidane jogou (e muito) na Copa de 2006 com 34 anos. A França não podia se privar do talento dele e sua convocação nunca foi questionada. Por que o Brasil deveria fazer isto com os seus craques? Se existirem substitutos talentosos e igualmente decisivos não vejo problema, mas em caso contrário... Só pela idade? Kaká e Ronaldinho, por exemplo, já estão sendo alijados da Copa de 2014.

Muitas perguntas e poucas respostas. Este texto foi feito mais como um desabafo e cabe a reflexão a cada um. Não existe filosofia certa ou errada antes do resultado final. E o nosso resultado só vai aparecer em 2014. No gramado do Maracanã...

Por Marcus Kimura, engenheiro de computação


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