Gato escaldado
Felipe foi decisivo nas cobranças
da marca penal e garantiu o Mengão na final. Passamos
pelo Botafogo nas semifinais da Taça Guanabara
e agora vamos enfrentar o surpreendente Boavista, que
eliminou o Fluminense e evitou o tão aguardado
Fla-Flu. É o Flamengo super-favorito contra o azarão
Boavista. E é aí que mora o perigo.
Quando era mais novo criei a estigma que
sempre queria ver o Flamengo jogando sem ser o favorito.
Vamos jogar o favoritismo para o outro lado e ser a zebra.
Na verdade isto não era um mero sentimento de torcedor.
Era constatação do fato real. O Flamengo
não sabia jogar como favorito. Dos anos 90 pra
cá essa observação já se comprovou
várias vezes. Santo André, América
do México e Resende que o digam.
Essa característica do time chega
a ser curiosa, mas tem tudo a ver com o sentimento da
torcida. Raça e vontade são sensações
comuns e muito marcantes em situações de
desvantagem. Seja numérica, física ou técnica.
Vale o jargão que se não vai técnica,
vai na raça. E foi na raça nos tricampeonatos
contra o Vasco e contra o Botafogo.
Bom, é isso aí. O recado está
dado e não custa nada calçar as sandálias
da humildade. Vamos valorizar os feitos do nosso adversário
e, na raça, conquistar mais um caneco. Já
que não podemos negar o favoritismo, podemos pelo
menos justificá-lo. Vamos Mengão!
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação