Despedida do Ronaldo
Nesta segunda-feira, a notícia que
vários meios de imprensa já noticiavam no
decorrer do Domingo se confirmou através da entrevista
coletiva: Ronaldo Fenômeno está se aposentando.
O momento provoca reações opostas e contraditórias
neste rubro-negro que vos escreve. É o rubro-negro
e o brasileiro se contrapondo e concordando (ou não)
sobre o momento e suas diversas facetas.
A face brasileira verde-amarela e do admirador
de futebol fica triste pela despedida, mas feliz pelo
jogador, que evitará um final ainda mais melancólico.
Se as lesões acabavam com o atleta, as piadas e
as ironias sobre o seu peso denegriam a imagem do ídolo.
Jogador de raro talento, de início
fulminante no Cruzeiro e na Seleção Brasileira.
Três vezes o melhor do Mundo e dois títulos
mundiais na conta. Um dos poucos que pode se gabar de
ter sido melhor na vida real do que no videogame. Genialidade
que máquina nenhuma conseguiria copiar. Mas que
as lesões o pararam por várias vezes e impediram
de ser ainda maior na história do esporte bretão.
A face rubro-negra ainda nutre muito ressentimento
pela traição mal explicada. Ou melhor, muito
bem explicada e clara. Fenômeno com a bola nos pés
e com a máquina registradora. Viveu o boom do futebol
business e foi um dos pioneiros na arte de transformar
a grama que pisava em grana, muita grana. Não à
toa, ignorou a paixão clubística ao defender
os maiores arqui-rivais na Espanha e na Itália
e ao trocar sua paixão de criança pelo ótimo
negócio no Corinthians.
Amor declarado e propagado. Mas que não
foi recompensado. Fica a frustração de não
vê-lo com o manto sagrado num Maracanã lotado.
Mas a certeza que quem perdeu muito mais nesta história
foi ele.
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação