Eu acredito no Ronaldinho
A contratação do Ronaldinho
colocou em rota de colisão as opiniões sobre
o seu futuro desempenho em campo. Será brilhante
como nos tempos de Barcelona ou será um fracasso
enorme alimentado pelas constantes baladas? A imprensa
vive este dilema. A Nação Rubro-negra está
certa do sucesso.
O sucesso da sua chegada, seja com venda
de camisas ou pela festa de recepção no
gramado (para 20 mil pessoas) dão a dimensão
do craque e do ícone que estamos lidando. Seu apelo
comercial é, ainda hoje, um dos maiores do mundo.
A união Flamengo/Ronaldinho tem potencial para
ultrapassar o sucesso da parceria (comercial) Corinthians/Ronaldo.
Mas todo este estardalhaço fora de campo depende
do sucesso dentro das quatro linhas. E eu acredito neste
sucesso. Nos dois aspectos.
Pra reforçar este ponto de vista,
vale fazer uma análise física, técnica
e disciplinar do Ronaldinho nos últimos tempos.
No aspecto físico, ele é um jogador que
ganhou muita massa (principalmente se comparado aos tempos
de Grêmio) e se destaca por não ter sofrido
graves lesões na carreira. Nunca ficou muito tempo
parado e sempre tem participação ativa nos
times em que joga.
Vendo pelo lado da técnica é
onde mora uma grande interrogação. Não
acho que ele será brilhante como nos tempos dourados
de melhor do mundo. Mas é um jogador tão
fora de série que se jogar 20% do seu potencial
será o melhor jogador do Brasil. Ronaldo, com todos
os seus problemas, quando joga, se destaca.
Outro ponto é que não considero
seu rendimento tão pífio nas últimas
temporadas. Mesmo no Milan, teve lampejos de genialidade
e foi titular constantemente na época do Leonardo.
Na atual temporada perdeu espaço no time pelas
chegadas de Robinho, que é um jogador muito mais
aplicado taticamente, e Ibrahimovic. Mesmo assim não
se pode desprezar sua temporada. Talvez tenha sido um
dos melhores brasileiros atuando na Europa no período
pré-Copa. E sua ausência foi muito lamentada
na própria Copa.
Já a parte disciplinar parece ser
o ponto mais preocupante. Adriano foi o exemplo mais recente.
Mas mesmo ele demonstrou que o jogador pode se destacar,
apesar da festas. Coisa de fora de série. É
claro que não se pode ter a mesma permissividade
dos tempos do Imperador, mas um pagodinho ou outro serão
bem digeridos se o resultado aparecer dentro de campo.
Peso os três aspectos pra reafirmar
a opinião que ele dará certo. Espero que
o seu discurso de voltar pra Seleção e disputar
a Copa do Mundo não fique apenas como palavras
soltas. A motivação dele é fundamental
para isso dar certo. Futebol, ele tem. Falta a vontade.
A motivação. A raça. Eu acredito!
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação