Favoritos Página Principal E-mail
 

O folclórico Obina

Enquanto Flamengo e Vasco se enfrentavam no Clássico dos Milhões um velho conhecido chamou a atenção. Não estava no Engenhão, tampouco no Rio de Janeiro. Estava em Uberlândia e com a camisa do Atlético-MG. Ele mesmo! O folclórico Obina! Marcando três gols e abalando as estruturas do agora ex-líder do Campeonato Brasileiro. A surpresa dos narradores e comentaristas ao hat trick do baiano são sempre genuínos como em vários outros momentos de sua história, inclusive com a camisa do Mais Querido do Brasil.

Manuel de Brito Filho, mais conhecido como Obina, chegou ao Flamengo em 2005 após breve passagem pelo Al Ittihad da Arábia Saudita. Os 18 gols marcados no Campeonato Brasileiro do ano anterior pelo Vitória o credenciavam como grande artilheiro e muita expectativa foi gerada. Logicamente, a expectativa nunca foi confirmada e logo passou a ser criticado e perseguido pela torcida. Criticado como o time todo que contava com figuras como Adrianinho, Ricardo Lopes, Fabiano Oliveira e Caio (que veio do Paraná Clube, na época).

De criticado ele passou a ser usado como uma crítica irônica da torcida ao time. O time era horrível e a torcida, numa medida desesperada, começava a gritar pelo nome do baiano durante as partidas. Era ironia, mas nasceu o folclore. Tanto nas arquibancadas, quanto no Orkut. Gols decisivos, como o da final da Copa do Brasil contra o Vasco, transformaram a brincadeira em realidade. Não era (e nem é) melhor que o Eto´o, mas a disposição e a motivação sempre foram marcas destacadas. O carisma do baiano e os famigerados acarajés reforçavam ainda mais o status do ídolo folclórico. Seria ele um Fio Maravilha dos anos 2000?

Mas nem só de folclore viveu sua passagem na Gávea. Títulos, como Copa do Brasil e Carioca,e belas parcerias, como com Souza em alguns momentos, também marcaram sua passagem. Mas um momento em especial marcou o melhor e o pior da passagem do baiano pelo Flamengo. Gol e contusão no mesmo lance. Foi na Semifinal da Taça Guanabara de 2007. Obina atravessava seu melhor momento com a camisa do Flamengo, mas ao marcar o gol se contundiu e ficou vários meses afastado. Depois da recuperação o "melhor momento" nunca mais se repetiu. E o folclore suplantou o atleta. Ficou a fama, mas o futebol não o justificava mais. Desgaste que aumentou em 2009 e culminou com sua saída no começo de 2010.

Obina seguiu sua carreira, mas fica o carinho da Nação por ele. De técnica questionável, mas de carisma e disposição enormes. Fazer três gols no Corinthians com a camisa do Palmeiras ou fazer três gols no Cruzeiro com a camisa do Atlético-MG são uma surpresa. Ou não. Afinal, como bem definiu o narrador João Guilherme do Sportv: "Com Obina tudo pode acontecer!". Golaços e dribles ou furadas e chutes pela linha lateral. Tudo no mesmo jogo. Parece mentira, mas é folclore!

Por Marcus Kimura, engenheiro de computação


COMENTÁRIOS



Voltar | Topo | Home
  Site criado por Daniel Marques. Todos os direitos reservados ©.   
Free Web Hosting