Montando o quebra-cabeça
A estréia de Deivid ontem no Maracanã
pode ser considerada a última grande "estréia"
do Flamengo este ano. Com a janela de transferência
para o exterior fechada, fica difícil imaginar
alguma grandiosa contratação interna, ou
seja, algum destaque da série B ou encostado na
série A (e que não tenha jogado os sete
jogos). Logo, se o elenco rubro-negro ainda não
está fechado, pouco valor vai ser agregado a ele
até o final da competição. Nosso
time está nestes jogadores. Nossa solução
tem que estar nestes jogadores. Vamos montar este quebra-cabeça
e tentar encontrar a melhor formação.
Se formos analisar rapidamente o Flamengo
das últimas temporadas, apesar da alternância
de jogadores, o time não teve mudanças drásticas
na sua forma de jogar. Oscilava entre o 3-5-2 e o 4-4-2.
Aparentemente diferentes, mas muito similares na disposição
tática dentro de campo. O 4-4-2 sempre contou com
um volante fazendo o papel de um terceiro zagueiro e um
segundo atacante (em ambas as formações)
voltando para fechar o meio. Airton, Rômulo e Toró
já fizeram o papel deste volante-zagueiro e Marcinho,
Zé Roberto e Vágner Love já atuaram
como o atacante-meia.
Coincidências à parte, os treinadores
que passaram pela Gávea neste período atuaram
desta forma parecida por dois motivos, ou melhor, dois
jogadores: Léo Moura e Juan. Os "laterais"
têm a sua qualidade reconhecida e, não por
acaso, são considerados destaques em suas posições
ano após ano. Técnica, velocidade e o enorme
potencial ofensivo são suas armas. Ofensivos demais
para laterais. Por isto precisam ser protegidos pelo sistema
tático para que não se tornem o calcanhar
de Aquiles do time. Tendo isto em mente, vamos a montagem
do time:
Goleiro:
Marcelo Lomba já vem atuando com frequência
e não tem comprometido. Mostrou qualidade embaixo
das traves, mas precisa melhorar com os pés.
Defesa:
Trio defensivo com Angelim pela esquerda, Jean centralizado
e David (ou Welinton) pela direita.
Angelim atuará pelo seu lado forte, protegendo
as subidas do Juan e, em raras oportunidades, subindo
como "lateral-surpresa" pela esquerda.
Jean, que não é muito veloz, ficará
na sobra se aproveitando do seu bom senso de posicionamento.
David (ou Welinton) é rápido e fechará
pelo lado direito.
Alas:
Léo Moura e Juan atuarão resguardados pelos
trio defensivo e com liberdade para apoiar o ataque.
Meio:
Maldonado mais recuado, tendendo a fechar o lado esquerdo.
Willians atuando pela direita e com certa liberdade para
apoiar Léo Moura pelo corredor direito.
Petkovic (ou Renato) sendo responsável pela criação,
flutuando entre a faixa central e a esquerda.
Ataque:
Diogo alternando entre o sexto homem de meio e o segundo
atacante. Fechando espaços no meio quando atacado
e encostando no outro atacante na hora de atacar.
Deivid atuando mais fixo na área.
Os papéis no ataque podem ser alternados, já
que ambos já atuaram mais recuados, mas é
importante a manutenção da referência
na área.
Esquema simples e sem muita invenção.
Já deu certo outras vezes e pode repetir o sucesso
com as peças que chegaram. Time compacto e equilibrado.
Sem dependência de um jogador em específico,
mas com forte tendência a usar a força das
laterais (ou alas). Vamos Flamengo! De volta ao rumo das
vitórias!
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação