O monstro do meio-campo
Quando foi apresentado como reforço
no início da temporada 2009, o jovem volante oriundo
do Santo André não passava de um ilustre
desconhecido. Muito pela avassaladora campanha do Corinthians
na série B do ano anterior, que ofuscou os seus
concorrentes e monopolizou as notícias da Segunda
Divisão, e em parte pela baixa visibilidade do
seu ex-clube. Este é Willians Domingos Fernandes.
Ou, simplesmente, Willians, o "monstro" do meio-campo
rubro-negro.
Nas primeiras partidas do estadual de 2009
já ficaram evidentes algumas características
deles. Disposição, fôlego interminável
e o desarme. Marcador implacável, perseguia seus
adversários como se aquilo fosse garantir o seu
prato de comida e o final era sempre previsível.
Willians roubou mais uma bola. A história se repetiu
muitas outras vezes e a conquista da titularidade no time
de Cuca foi questão de tempo. Pouco tempo.
No Brasileirão de 2009, o meio-campo
formado por Willians, Airton e, posteriormente, Maldonado
deram a estabilidade defensiva do time comandado por Andrade,
no banco, e por Petkovic e Adriano, dentro das quatro
linhas. E nesta história Willians foi protagonista.
Foi o maior "ladrão" de bolas do campeonato.
O "rei" das roubadas de bola deixou para trás
jogadores tarimbados e referências neste quesito,
como o colorado Guinazu e o palmeirense Pierre.
Neste mesmo campeonato, a chegada de Maldonado
e a contusão de Kléberson deslocaram o outrora
primeiro volante Willians a segundo volante e com mais
liberdade para o apoio pelo lado direito. Suas habilidades
defensivas já tinham sido testadas, mas como se
sairia ofensivamente? A surpresa talvez tenha sido tão
grande quanto a primeira. Arrancada a la Léo Moura
e algumas pedaladas a la Robinho também faziam
parte do repertório de Willians. Cumpriu seu papel
com maestria.
"Volante moderno que marque e saia
pro jogo" deixou de ser um clichê e se personificou
na imagem do camisa 8 rubro-negro. De desconhecido a fundamental.
A trajetória de um vencedor na vida e na bola.
Jogador que enche os olhos ao ver jogar e que justifica
plenamente ter o seu nome gritado pela torcida. Jogador
que nos faz torcer para que nem todos o vejam como o mesmo
encantamento que eu. Jogador que nos faz torcer para a
janela de transferência fechar o mais rápido
possível. E que feche rápido mesmo!
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação