Uniforme da discórdia
Domingão. Corinthians e Flamengo
no Pacaembu. As duas maiores torcidas do Brasil envolvidas
no jogo entre o alvinegro paulista e azul-amarelo carioca.
Azul-amarelo? O manto rubro-negro foi deixado de lado
desta vez e o terceiro uniforme foi utilizado para satisfação
dos modernistas e "desgosto profundo" dos tradicionalistas.
Mas qual a gravidade desta situação?
Recentemente, diversos clubes têm
adotado a estratégia de lançar um terceiro
uniforme. As mais diversas opções já
tiveram sua oportunidade de ir para as vitrines das lojas.
Seja com cores similares as tradicionais dos clubes ou
mudanças radicais tanto na forma como na coloração.
E este segundo caso é que sempre provoca maior
repercussão.
O Flamengo já teve experiências
anteriores com terceiros uniformes. Lançou uniformes
inspirados na Papagaio de Vintém, modelos com predominância
das cores vermelha ou preta e até uma camisa com
as cores azul, amarelo, vermelho e preto (http://www.flamengo.com.br/flapedia/Uniforme_03_-_1995B).
Os modelos com as cores tradicionais do clube não
levantam maiores discussões e são, em sua
maioria, bem recebidos. Mas basta mudar uma cor que está
armada a confusão.
O tetra colorido modelo de 1995 não
teve uma repercussão muito grande pela divulgação
(que foi mínima) e pelo veto do conselho deliberativo
no uso em jogos. Já o modelo azul-amarelo lançado
pela Olympikus neste ano está dando pano pra manga.
Erros ocorrem desde a concepção até
a chegada ao consumidor, passando pelo seu lançamento.
O objetivo de lançar um terceiro
uniforme é meramente comercial. Vender camisa.
Qualquer outro motivo é secundário, como
homenagens e afins. Logo, o conservadorismo é algo
que não combina com este pensamento mercantil.
Não existe a intenção de mudar as
cores do clube ou mexer com qualquer simbolismo do clube.
Este foi o erro da concepção e o que não
ficou claro ao consumidor.
O lançamento veio rodeado de desculpas
como a inspiração histórica das cores
e uma emenda pior que o soneto de nossa presidente. Usar
o uniforme para torcer pelo Brasil na Copa? Ok, válido.
Mas o flamenguista precisa de motivo para comprar uma
camisa do Flamengo? Este foi o erro do lançamento.
Limitar a criatividade por questões
burocráticas e sempre ter uma inspiração
histórica para justificar suas escolhas podem gerar
aberrações. As preocupações
devem ser simplesmente o bonito e o bom gosto. Bonito
pra vender. Bom gosto pra não ser ofensivo aos
olhos. E isto já é uma baita restrição.
subjetivos que são, cabe a cada um fazer a sua
escolha. Você gosta do uniforme azul e amarelo?
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação