Nosso eterno rival
Quando o juiz apitou o início do
jogo de ontem no Maracanã, confesso que senti um
misto de alegria e nostalgia. Afinal, quase dois se passaram
desde o último encontro entre Flamengo e Vasco
por Campeonatos Brasileiros. Foi em outubro de 2008. Vasco
0 X 1 Flamengo. Depois disso veio o rebaixamento do nosso
maior rival e ficou este vazio. Foi bom matar a saudade
hoje.
As últimas edições
do Brasileirão ficaram marcadas pelos rebaixamentos
consecutivos dos grandes e tradicionais times brasileiros.
Antes evitados pela qualidade dos times ou por estranhas
viradas de mesa, a verdade é que a 2a divisão
foi valorizada pela presença ilustre dos times
com tantos títulos e torcedores. Palmeiras, Botafogo,
COrinthians, Atlético-MG e Vasco já sentiram
o gosto amargo do rebaixamento.
Num primeiro momento a satisfação
de ver um rival derrotado e humilhado é inigualável.
As gozações são uma contante e parecem
não ter fim. A alegria do sarro é imensa,
assim como a satisfação. Mas, após
este êxtase inicial, cabe a reflexão. Não
jogar a primeira divisão significa não nos
enfrentar. Não nos enfrentar significa não
ser derrotado por nós. A gozação
pela queda é boa, mas a gozação pela
vitória é melhor ainda. Se estiver valendo
título então...
O valor de um título pode ser medido
pelos participantes do campeonato. E, fazendo uma analogia,
podemos considerar que a importância de um time
passa pelos seus rivais. O que seria do Real Madrid sem
o Barcelona? Do Corinthians sem o Palmeiras? Do Flamengo
sem o Vasco? É o jogo "diferente". Que
mobiliza a torcida e que efetivamente é um campeonato
a parte. Podemos perder outros jogos, mas este não.
A volta do Vasco a primeira divisão
o trouxe de volta a seu lugar. Lugar dos times grandes
e palco dos grandes clássicos. Clássico
dos Milhões! Não foi empolgante desta vez,
mas os 60 mil que foram ao Maracanã puderam matar
um pouco da saudade. Bem-vindo de volta nosso eterno "Vice".
Por Marcus Kimura, engenheiro de
computação