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Quando tudo volta ao normal

Flamenguistas magoados, estranhando a nova fase. Vendo algo que não nos pertencia, um espaço ocupado em um local estranho à todos, que eram as colunas de noticias policiais. Um 2010 que em sua primeira parte nos deu tristezas demais, e não se dá para mensurar se foi pior nas quatro linhas ou fora delas.

Primeiro foi Adriano, com problemas envolvendo traficantes, bolha estranha no pé, faltas e mais faltas, ritmo aquém do necessário e a imprensa só dando pancada. Depois, Vagner Love envolto por traficantes em favela e, para fechar com chave de ouro, Bruno, que era investigado por seqüestro há nove meses, acaba preso, suspeito de envolvimento no sumiço de Eliza Samúdio.

A verdade é que, como Zico falou, o hexacampeonato brasileiro fez muito mal ao nosso elenco. Jogadores passaram a se achar os donos do mundo e da verdade, fazer e acontecer, sem nem ao menos se importar com as pessoas em volta. Isso sem falar que dentro da gávea queriam mandar e desmandar, ditando horário de treinos e escalação, o que afastou de certa forma o sérvio Petkovic do elenco por não achar tais decisões certas.

Ainda bem que, tudo que vai, passa. Após um mês inteiro sem ver o Flamengo jogar, pelo menos deu para se matar a saudade. E por incrível que pareça, quando estava no maracanã assistindo ao clássico Flamengo x Botafogo, tudo foi embora. Claro que o time não era o ideal, não sabíamos se iríamos ganhar, estávamos estreando nosso goleiro como titular absoluto (até o momento ninguém na gávea é páreo para o Lomba) e o Botafogo, como nosso próprio goleiro citou, vinha mais bem estruturado como time no momento.

Mas é exatamente nessa hora que a mística rubro-negra entra em ação para botar a arcoirizada roxa de raiva. Não importa quem está em campo, nem o fato de o outro time ser superior. A raça e a vontade de vencer simplesmente incorporam no nosso time e ninguém que estiver na frente pode segurar. Pelo menos por 90 minutos, todas as memórias recentes somem e a torcida quer apoiar, gritar, ajudar. A vitória dá moral ao time e daqui pra frente a confiança volta ao peito do torcedor.

Quem sabe agora, daqui para a frente, tenhamos um novo horizonte. Muita paz para o trabalho que vem sendo feito pelo nosso Diretor Executivo e resultados positivos. Como diria nosso novo vice de futebol, o sonho do hepta é muito possível e iremos lutar com unhas e dentes. Se vamos com atacantes de ponta ou não, vimos neste ultimo jogo que, dependendo da raça e do suor depositados nas quatro linhas, tudo é possível. A hora é essa.

Por João Mayworn, escrituário de Secretaria Estadual


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