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Rumo à conquista da América

Corinthians x Flamengo, segunda parte do duelo de 180 minutos pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Verdade seja dita, esse jogo merecia ser a final, com toda a América assistindo. O Flamengo tinha a vantagem do empate e poderia até perder por um gol de diferença, desde que marcasse um. Precisava evitar, de qualquer maneira, a vantagem de dois gols de diferença do adversário, para não ser eliminado de forma precoce do campeonato mais importante do ano.

Mas o que se viu no primeiro tempo foi um Flamengo apático. O treinador Rogério Lourenço errou ao colocar o apoiador Vinicius Pacheco em campo, que entrou completamente perdido. Entrou para dar velocidade aos contra-ataques, mas essa situação não chegou a existir, pois, ao tentar imprimir velocidade, perdia a bola para os volantes do Corinthians com extrema facilidade, causando uma pressão na defesa, que ficava sufocada com os 60% de posse de bola da equipe adversária. Errou também ao “liberar” Willians ao ataque pelo lado direito, em uma tentativa de jogar como em 2009, dando liberdade no setor à Dentinho.

Com isso, o Flamengo foi facilmente pressionado, pois não conseguia segurar a bola e atacar de forma eficiente. O lado esquerdo da defesa, perfeito e seguro, anulava as tentativas de Jorge Henrique e Alessandro de colocar bolas em condições para Ronaldo finalizar. Mas o lado direito pecava, dando liberdade à Dentinho e Danilo, que jogaram “soltos” e conseguiram encontrar os gols em duas falhas do zagueiro David. Primeiro não conseguiu cortar cruzamento de Danilo, depois preferiu “acompanhar a bola”, esquecendo Ronaldo, livre na área. Alguns diriam que foi falha de Bruno, mas uma cabeçada à queima-roupa deveria ter sido evitada pelo zagueiro.

No intervalo, hora de conversa e correção da equipe. Rogério botou Kléberson que, com toda sua experiência, teria capacidade de melhorar a posse de bola e a qualidade do passe no meio campo do Flamengo, e rearmou a defesa. Colocou Willians preso, colado em Dentinho, e liberou Leonardo moura. A partir daí, precisava mexer com o emocional dos jogadores, para acabar com a apatia do time em campo. Deu certo e, com 5 minutos de jogo, bela jogada pela esquerda, iniciada por Juan, com bela assistência de Kléberson e gol oportunista de Love.

A partir daí, era só controlar as ações. Não precisava mudar nada, pois continuava com três volantes, duas linhas de quatro com a zaga bem postada, Maldonado à frente colado em Danilo, que não conseguia produzir mais nada sem Dentinho lhe ajudando pelo setor e outra linha de quatro, com Juan e Leonardo moura de alas apoiando tanto a defesa quanto o ataque, Kléberson e Love no meio, com Adriano mais à frente. Tirando uma cabeçada tosca de Ronaldo e falta de Chicão, duas vezes, uma passando com perigo e outra com defesa milagrosa de Bruno, O Corinthians nada produzia e o Flamengo saiu merecedor do resultado.

Parabéns ao Rogério que soube ler muito bem o jogo no primeiro tempo e ao time que soube reverter uma situação complicada diante de um adversário fortíssimo. Agora é hora de treinar muito para jogar contra a La U, que é um time perigoso e que tem um armador (Montillo) que precisa ser marcado de forma perfeita, assim como os alas e o pivô, Olivera. Hora de preparar o time contra as bolas aéreas, que são a principal arma dos chilenos. E claro, hora da torcida de comparecer ao maracanã em massa para apoiar o time em busca da classificação. Hora de Adriano fazer uma grande partida, quem sabe motivado pela convocação à Copa do Mundo, assim como Kléberson. Hora de, quem sabe, uma goleada para calar os críticos e convencer a todos que o Flamengo tem condições de brigar igualmente com todos os times da América pela taça.

Por João Mayworn, escrituário de Secretaria Estadual


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