Análise do elenco
Neste meio de semana o Flamengo faz sua
estreia na Copa Libertadores da América 2014, contra
o León, no México. Com o elenco fechado
ao menos para a fase de grupos (três mudanças
na lista de 30 jogadores podem ser feitas nas oitavas-de-final),
acho que é o momento ideal para se fazer uma análise
das possibilidades do Flamengo na competição
sul-americana, com o grupo de jogadores que temos atualmente.
Vamos começar analisando cada posição
do elenco rubro-negro:
Goleiros – Estamos bem servidos nesta
posição. Felipe é um bom goleiro,
e seu ótimo desempenho em disputas por pênaltis
pode ser decisivo na Libertadores. Paulo Victor é
um reserva aceitável, apesar de ter alguns defeitos
é capaz de dar conta do recado quando é
solicitado. César é o melhor dos três,
mas ainda não está pronto para assumir o
gol do Flamengo, algo que deve acontecer no futuro.
Laterais – Outra posição
em que não estamos abaixo de ninguém. Léo
Moura e André Santos são jogadores experientes
e de qualidade, que apesar da idade ainda conseguem render
bem. Léo mostrou na estreia que pode ser um ótimo
reserva, mostrou ousadia e personalidade. Já João
Paulo é o mais limitado dos quatro, mas está
na média da maioria dos laterais no Brasil.
Zagueiros – Posição
com maior número de jogadores no elenco, opções
não faltam. Samir e Wallace são os melhores
no momento e devem formar a dupla titular. Uma boa dupla,
por sinal. Chicão é um bom reserva, experiente
e bom nas bolas paradas. Erazo começou muito mal,
mas talvez ainda possa se recuperar e ser uma boa opção.
González vem perdendo espaço, mas serve
para compor elenco, assim como o contestado Welinton.
Frauches e Fernando não devem estar no grupo da
Libertadores.
Volantes – De longe a posição
mais carente do elenco. As saídas de Elias e Luiz
Antonio enfraquecerem bastante o setor, que até
em número de jogadores está muito limitado.
Os titulares Amaral e Muralha não estão
à altura de um time que pretende lutar pelo título
da Libertadores, e os reservas Feijão e Cáceres
são mais ou menos do mesmo nível dos titulares.
Faltaram ao menos dois reforços para repor as saídas.
Meias – Foi o setor com mais reforços
contratados. Elano foi a principal contratação
para 2014, tem tudo para ser um dos líderes do
time na Libertadores. Everton deve dar maior dinâmica
ao meio-campo, e Mugni é a esperança de
termos no time um jogador com características de
um camisa 10. O sempre inoperante Carlos Eduardo deve
perder espaço, até mesmo pelo ótimo
início de ano de Gabriel, que parece estar recuperando
o ótimo futebol dos tempos de Bahia. Bruninho,
Mattheus e Rodolfo não devem entrar no grupo da
Libertadores.
Atacantes – Na prática houve
apenas a troca de Marcelo Moreno por Alecsandro. Acho
que faltou ao menos mais um reforço para disputar
posição com Paulinho, que começou
o ano com atuações bem abaixo do que apresentou
de 2013. No mais, temos dois centroavantes limitados porém
goleadores, e Negueba tentando recuperar o espaço
perdido. Nixon e Igor Sartori não devem ter espaço
no grupo da Libertadores.
Minha conclusão é que faltaram
ao menos três contratações em nível
de titularidade para o Flamengo ser um dos favoritos ao
título da Libertadores: um segundo volante, um
meia de ligação e um segundo atacante. Talvez
mais um cabeça-de-área também fosse
necessário. Nosso meio-campo se ressente de qualidade
tanto na marcação, quanto na criação
de jogadas. Nosso time é apenas mediano, abaixo
de Atlético-MG, Cruzeiro e dos melhores times da
Argentina. Até podemos ser campeões, mas
não somos um grande candidato para tal.
Mas isto não chega a ser uma situação
desesperadora. Na Copa do Brasil 2013 o Flamengo também
não era favorito e conseguiu se superar e chegar
ao título. A força da nação
no Maracanã pode fazer a diferença novamente,
desde que o time se encaixe como no ano passado. Eu não
estou criando grandes expectativas em termos de título,
com o elenco atual minha expectativa é chegar até
as quartas-de-final. A partir daí o que vier é
lucro. Mas acho que até para chegar entre os oito
melhores será necessário encontrar um substituto
para o Elias, ao menos para jogar à partir das
oitavas. Com Muralha de titular fica muito difícil.
Por Daniel Marques,
editor-chefe do site Flamengo MTM