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Choque de realidade

Após mais dois tropeços contra adversários fracos, acho que ficou bem claro quais são as reais aspirações do Flamengo com este time atual. Temos visíveis limitações de time e elenco, que prejudicam qualquer possibilidade de ascensão do time na classificação do Campeonato Brasileiro. O máximo que podemos alcançar é ficar exatamente onde estamos agora, no meio da tabela e com uma razoável distância da zona de rebaixamento. Infelizmente é o que dá com o que temos. Por melhor técnico que o Mano seja, não consegue fazer milagres com um material humano que deixa a desejar.

Os dois últimos jogos poderiam ter sido vitórias tranquilas caso o Flamengo tivesse um time à altura da sua grandeza. Contra um limitado Goiás, onde o único jogador de destaque é o surpreendente Walter, o time rubro-negro sofreu no primeiro tempo enquanto o gordinho teve pique para comandar as jogadas ofensivas da sua equipe. No segundo tempo o Flamengo até teve o domínio das ações, mas esbarrou em suas limitações e apenas conseguiu buscar o empate, graças ao golaço de falta do estreante Chicão. Mesmo praticamente sem ser ameaçado em toda a segunda etapa, o Mengão não teve qualidade o suficiente para chegar à virada.

Já contra o desesperado São Paulo o panorama foi ainda mais desalentador. Novamente tivemos o domínio numa etapa do jogo, desta vez no primeiro tempo, mas não conseguimos transformar o maior volume ofensivo em gols. Pra variar, mais uma vez faltou qualidade na hora de criar e concluir as jogadas. Mas o pior foi a superioridade são-paulina no segundo tempo, que até merecia sair com a vitória pelo que conseguiu produzir. Felipe acabou salvando o Flamengo da derrota ao pegar um pênalti muito mal batido por Jadson no final do jogo. Se não temos time para se impor sequer contra um adversário em crise e que não ganha de ninguém, como sonhar com algo mais neste ano?

Esses dois jogos expuseram a falta de peças de qualidade na equipe do Flamengo. Pelaipe e Wallim erraram feio ao não contratarem um lateral-direito para a reserva do Léo Moura, visto que Digão é bem fraquinho e Luiz Antonio não rende como lateral. Fazem muita falta também ao menos um meia de ligação e um segundo atacante, que pudessem dar a esse time uma melhor produção ofensiva, que fizessem a bola chegar mais e melhor ao centroavante. De que adianta ter dois centroavantes artilheiros (Moreno e Hernane) se revezando no time e a bola raramente chegar neles em condições de finalização?

Contra o ótimo Cruzeiro, no Mineirão, as possibilidades de escapar de uma derrota são muito pequenas. A chance de classificação existirá apenas se o Flamengo conseguir perder por um placar mínimo, de preferência fazendo gol. E também se o jogo de volta for disputado no Maracanã. Por mais que a torcida compareça, Brasília não é a nossa casa. Mais do que nunca vamos precisar do fator casa para tentar esta surpreendente classificação para a próxima fase da Copa do Brasil. É a única chance de título que ainda temos em 2013, e não há dinheiro nenhum nesse mundo que substitua a importância de levantar uma taça. Espero que os azuis não errem novamente!

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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