Exemplo do rival
Na minha última coluna eu coloquei
de maneira bem objetiva a necessidade do Flamengo de errar
o mínimo possível neste momento de remontagem
e preparação do elenco para as competições
mais importantes do ano. É fundamental que realmente
consigam contratar os cinco reforços com condições
de serem titulares. O problema é que até
o momento a maioria dos nomes especulados, muitos deles
realmente em negociação, infelizmente não
se enquadram neste perfil. Com todo respeito a Filipi
Souza, Roger Carvalho, Radamés, Bruninho, Gabriel
e Micael, mas estes jogadores mais parecem ter saído
de uma lista de reforços do Madureira para a Série
C, e não de um Flamengo que sonha brigar pelas
primeiras posições da Série A.
Se confirmadas algumas destas contratações
dentro dos reforços prometidos pela diretoria,
já posso dizer que o trabalho do departamento de
futebol será a maior decepção da
atual administração. Em outra circunstância,
com um time já montado e sem tantas carências,
seria até uma atitude acertada apostar em jogadores
baratos que se destacaram em time pequenos, como o Corinthians
vem fazendo com sucesso nos últimos anos. Desta
forma esses jogadores viriam inicialmente apenas para
compor elenco, e caso fossem se destacando ganhariam espaço
aos poucos, sem muita pressão. Ou será que
alguém pensa que jogadores como Paulinho, Ralf
e Romarinho chegaram no seu primeiro grande clube e já
viraram titulares logo nos primeiros jogos?
No caso do Flamengo atual, cheio de carências
tanto no time titular quanto no elenco, qualquer reforço
que chegue já teria que ser titular e resolver
os problemas da equipe. E querer isso de um jogador sem
experiência alguma em um grande clube é dar
um tiro no pé. Ainda mais num clube onde a pressão
é maior do que em qualquer outro no Brasil. Diria
que apenas 1 a cada 100 jogadores dariam certo nesta situação.
O que nós precisamos neste momento são de
soluções, e não de apostas. Se for
para fazer apostas, que se faça nos jogadores da
base que já estão no elenco principal, como
Frauches, Luiz Antonio, Rodolfo, Adryan, Thomás
e Rafinha, ou nos que estão despontando no time
Sub-20, como Digão, Samir, Felipe Dias, Recife,
Quiroga, Igor Sartori e Douglas Baggio.
Eu acho muito estranho algumas situações
relacionadas a esses possíveis reforços
pouco conhecidos. Principalmente essa insistência
em contratar algum zagueiro do possante Lajeadense-RS.
Primeiro tentaram trazer Gabriel, mas o Grêmio chegou
na frente e o contratou. E agora o Pelaipe quer contratar
Micael, o seu companheiro de zaga. A não ser que
esse pequeno clube do interior gaúcho seja a maior
escola de zagueiros do Brasil, é no mínimo
curioso que lá existam atualmente dois defensores
com futebol para jogar no Flamengo... É uma situação
que dá margem a especulações em relação
à influência de empresários no trabalho
do nosso diretor de futebol. E caso realmente esteja atendendo
o interesse de terceiros nas contratações,
seria uma decepção enorme para quem apoiou
a eleição desta diretoria.
Acho que o melhor caminho neste momento
seria seguir o exemplo de outro rival. Em 2011 o Vasco
estava na mesma situação atual do Flamengo,
sem grandes recursos e com um time limitado, que acabara
de dar vexame no Campeonato Carioca. Então contratou
na sua maioria jogadores de grandes clubes que estavam
disponíveis para serem negociados, como Fagner,
Eduardo Costa, Felipe, Juninho, Diego Souza, Eder Luis
e Alecsandro, todos praticamente de graça. E com
estes reforços, e mais alguns bons nomes que já
estavam lá, alcançou exatamente os objetivos
do Flamengo para 2013: Foi campeão da Copa do Brasil
e fez uma grande campanha no Brasileirão (pra variar
sendo o vice). É este tipo de reforço que
o Mengão deveria buscar, como ao menos está
fazendo no caso de Marcelo Moreno.
Por Daniel Marques,
editor-chefe do site Flamengo MTM