Clássico inusitado
Antes de começar o Campeonato Carioca,
acredito que ninguém poderia imaginar que o primeiro
clássico da competição seria disputado
em circunstâncias tão inusitadas: Um Vasco
100% lanterna enfrentando um Flamengo 100% líder.
Ambas as situações podem ser consideradas
surpreendentes. Em mais de 15 anos acompanhando o futebol,
eu nunca vi um grande clube iniciar um Estadual com três
derrotas consecutivas. Nem o mais pessimista vascaíno
poderia imaginar um vexame desta magnitude. Já
o Flamengo iniciou o campeonato sem os principais reforços,
com um time, no papel, mais fraco que o de 2010. E mesmo
assim venceu todas até agora.
Isso imputa um favoritismo inegável
ao Rubro-Negro, principalmente se formos analisar o time
vascaíno que irá a campo. Sem Felipe e Carlos
Alberto, a escalação do Vasco é tão
inofensiva quanto à dos times pequenos que já
enfrentamos e vencemos. Mas isso está longe de
significar uma vitória fácil e garantida.
Esse jogo é a última chance do Vasco se
reabilitar e ao menos terminar a Taça Guanabara
de forma honrosa. Mal ou bem, com certeza eles vêm
com tudo para cima do Flamengo, afinal no panorama atual
eles não têm mais nada a perder, já
estão praticamente eliminados.
E em caso de derrota rubro-negra, a crise
muda de lado. Poderemos até terminar a rodada fora
da zona de classificação para às
Semifinais. E enfrentaremos nas três últimas
rodadas os três pequenos que derrotaram o Vasco
e fazem boas campanhas. Então todo cuidado é
pouco, especialmente após a fraca atuação
diante de um Americano que jogou praticamente todo o jogo
com um jogador a menos. O time do Flamengo ainda não
é o ideal, mas se reencontrar o bom futebol das
duas primeiras rodadas tem tudo para vencer o Vasco e
já ir se preparando para ter um time azeitado para
a fase decisiva da Taça GB, com Thiago Neves e
Ronaldinho Gaúcho prontos para nos levar ao título.
Geração de ouro
Na última terça-feira o Flamengo
se sagrou campeão da Copa São Paulo Sub-18,
apresentando uma geração de jovens jogadores
que pode trazer grandes frutos ao clube. O goleiro César
foi o grande destaque da competição, mostrando
capacidade para fazer grandes defesas e talento para defender
pênaltis. Lembra muito o Júlio César
no início de carreira. O volante Luis Philipe Muralha
também é outro que demonstra futebol para
já estar no time de cima, muito bom na marcação
e com qualidade na saída de bola. O já profissional
Negueba nem fez uma Copinha brilhante, mas também
deu sua contribuição e deve ajudar bastante
no profissional.
Outros jogadores também mostraram
talento, como os laterais Alex e Anderson, o meia Adryan
e os atacantes Rafinha, Lucas e Thomas. Mas todos eles
ainda precisam pegar mais “corpo” e jogar
um pouco mais no time de juniores antes de chegarem aos
profissionais. Mas com certeza são jogadores que
futuramente tem que estar no time de cima. É uma
nova geração de promessas de craque que,
se bem trabalhada, pode fazer ainda mais sucesso do que
a do primeiro título de 1990. Basta que eles sejam
valorizados pela diretoria e lançados nos profissionais
na hora certa, sem precipitações.
Por Daniel Marques, editor-chefe
do site Flamengo MTM