Cadê o ataque D2?
Após ficar várias rodadas
sofrendo com a falta de gols, enfim o sistema ofensivo
do Flamengo voltou a funcionar nas últimas rodadas.
Foram nove gols marcados nos últimos quatro jogos,
e nenhuma derrota nestas partidas. Mas ainda assim o ataque
rubro-negro não deixa de ser um motivo de preocupação.
Apenas dois desses gols foram marcados por atacantes:
Diego Maurício contra o Prudente e Deivid contra
o Fluminense. Contratado a peso de ouro, o ataque D2 não
tem correspondido às enormes expectativas criadas
em torno dele.
Enquanto Zico teve a postura de não
querer gastar dinheiro com contratações,
o Flamengo deixou de contratar jogadores como Emerson,
Washington, Montillo e Eder Luis, que hoje se destacam
por suas atuais equipes e tem marcado gols. E quando a
janela do exterior estava quase fechando, investiu alto
para contratar Deivid e Diogo, sendo que para o segundo
foi gasto 1 milhão de Euros por um empréstimo
de um ano. E até o momento os números da
dupla no Brasileirão são tão ruins
quanto os dos outros atacantes do elenco: Deivid –
6 jogos e 1 gol, Diogo – 7 jogos e 0 gol.
No caso de Deivid até há justificativa
para o baixo rendimento. Ele estava há muito tempo
sem jogar, e já não é mais nenhum
garoto (tem 30 anos). Aos poucos ele até vem crescendo
de rendimento, mas ainda é pouco para ser o artilheiro
que dele se espera. Já o caso de Diogo caminha
para a decepção mesmo. Ele vinha atuando
pelo seu antigo clube (Olympiakos) e fez até pré-temporada
pelo clube grego. Tinha tudo para chegar arrebentando,
mas parece estar sentindo a pressão de jogar pela
primeira vez num grande clube. Ele até que não
joga mal, sempre busca o jogo, dribla, faz tabelas. Mas
tem pecado muito na hora de finalizar, além de
jogar muito afastado da área adversária.
Em cinco minutos contra o Prudente, Diego
Maurício fez mais do que o Diogo em sete jogos:
gol. E é isso que se espera de um atacante. Para
goleiros, zagueiros, laterais, volantes e meias, é
fundamental jogar bem. Mas para o atacante jogar bem é
apenas um detalhe, o importante mesmo é fazer gol.
Então já começo a pensar que está
na hora de Diego Maurício voltar ao time titular
no lugar de Diogo. O ataque do Flamengo não pode
viver só de nome. Se o jogador não está
rendendo o esperado, é banco para ele!
Cobertor curto
Se o sistema ofensivo, apesar do fraco rendimento
dos atacantes, tem funcionado bem nos últimos jogos,
o mesmo não se pode dizer da defesa. Foram dez
gols sofridos nos últimos cinco jogos, que impediram
que o atual bom momento fosse traduzido em mais vitórias.
A situação se inverteu em relação
à época do Rogério Lourenço,
quando a defesa era uma das melhores do campeonato e o
sistema ofensivo não funcionava. A mudança
da postura do time sob o comando de Silas é evidente.
O Flamengo sempre teve zagueiros fracos.
Mas com o antigo técnico os laterais e os volantes
pouco apoiavam, faziam uma super proteção
aos zagueiros. E desta forma “a bomba” estourava
pouco no colo dos zagueiros. Mas com Silas o time passou
a jogar de forma mais ofensiva. Os volantes saem mais
e os laterais voltaram a ser as melhores armas na criação
de jogadas. E com isso a zaga fica mais exposta, sujeita
às falhas individuais e coletivas que vem se sucedendo
nos últimos jogos. É a história do
cobertor curto: para cobrir a cabeça, não
dá para não descobrir os pés. Ao
menos com isso os jogos do Flamengo deixaram de ser os
mais chatos do campeonato!
Por Daniel Marques, editor-chefe
do site Flamengo MTM