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Enfim o trabalho começou

Quando a diretoria comandada pela presidente Patrícia Amorim venceu as eleições em dezembro, pode-se perceber uma enorme rejeição da torcida rubro-negra. Cerca de 70% dos torcedores não apoiaram essa decisão dos sócios do clube. Uns sem noção diziam que a Patrícia iria investir muito mais nos esportes olímpicos do que no futebol, outros mais babacas simplesmente a discriminaram por ser mulher. Mas a maioria mesmo foi contra por achar que essa nova diretoria não teria capacidade para administrar um clube da grandeza do Flamengo.

Já eu fiquei com a minoria que não foi contra. Porém, adotei a postura do “vamos esperar para ver”. Achava positivo o fato de se romper com as oligarquias políticas que já se revezavam no poder do clube há quase 20 anos, mas também não tinha como garantir que essa nova administração realmente seria boa para o clube. Nos primeiros três meses e meio da administração de Patrícia Amorim, as atitudes – ou a falta delas – da nova diretoria deram razão à maioria que era contrária a ela. Mas após tanto tempo apenas observando o caos tomar conta do futebol rubro-negro, finalmente a alta cúpula rubro-negra começou a fazer as mudanças necessárias para que haja uma grande evolução no futuro. Pode-se dizer que enfim o trabalho começou.

Pois até então se vivia uma falta de comando generalizada, “liderada” pelo vice de futebol Marcos Braz. Aparentemente por um suposto “voto de gratidão” pelo título brasileiro em 2009, Braz deixou que os principais jogadores do elenco passassem a fazer o que bem entenderem no futebol rubro-negro. Os caras tinham poder para faltar aos treinos, desmarca-los ou mudar os horários conforme os seus interesses e, no caso da estrela maior da companhia, até jogar só quando quer. E um dos poucos jogadores que aparentemente quer trabalhar sério e que realmente respeita a torcida, virou persona non grata no clube. Definitivamente a harmonia que existiu na reta final do ano passado foi para o espaço!

O futebol rubro-negro estava nas mãos de um dirigente totalmente sem competência para administrar tantas “estrelas” e tantos “estrelismos”. E dentro dessa panorama, um dos maiores prejudicados foi o Andrade, que com seu estilo dócil e tranquilo mostrava-se totalmente perdido num ambiente tão pesado. E isso se refletia em campo, com erros de escalação, de postura, etc. Faltou ao Tromba ter um pouco mais de atitude, afinal se tinha um cara que teria moral no clube para acabar com todas essas situações lamentáveis, com certeza seria ele. Mas infelizmente faltou comando da parte dele também.

Muitos rubro-negros criticaram essas demissões, principalmente a de Andrade, por achar este um momento inoportuno para elas serem realizadas. Já eu acredito que essa atitude da diretoria já deveria ter sido tomada bem antes. E isso só não ocorreu devido à moral que todos no futebol rubro-negro adquiriram após o Hexa. Foi um acerto tardio, mas com certeza foi um acerto. Nem mesmo a vitória contra o já eliminado Caracas e a classificação para a próxima fase da Libertadores apagam toda essa podridão que existe no Flamengo atualmente. Eram necessárias mudanças o quanto antes, e elas não poderiam ser adiadas apenas por causa de uma passagem de fase que veio muito mais na sorte do que por competência.

E essas mudanças podem ser extremamente importantes para que o futebol do Flamengo possa enfim caminhar para a profissionalização. Uma das principais promessas de campanha da Patrícia Amorim era contratar um profissional remunerado para comandar o futebol do Flamengo. E enfim a presidente parece disposta a correr atrás dessa contratação, que poderá ser tão importante quanto à de um grande craque dentro de campo. Se tudo for feito de maneira correta, acabará essa situação de jogador querer mandar mais que técnico e dirigente, pois isso é inconcebível num ambiente profissional. Nunca um subordinado pode mandar no patrão...

Fico na expectativa também pela contratação de um técnico com “pulso firme”, que não se curve aos caprichos de alguns jogadores como acontecia com o Andrade. Um comandante que tenha coragem de botar todos para trabalhar sério, independente de quem seja. E se alguma das “estrelas” do elenco não gostar disso, que passe no Departamento de Futebol e acerte sua rescisão de contrato. Chega dessas “panelinhas” que só servem para tumultuar o ambiente! Chegou a hora de todos trabalharem duro em busca do título da Copa Libertadores, sem privilégios, sem boicotes, sem estrelismos! Espero que esteja surgindo uma nova era na Gávea, e com isso a Patrícia Amorim merecerá todos os elogios por ter tido a coragem de fazer o que deveria ser feito.

Quem dará a volta por cima?

Esse confronto entre Flamengo e Corinthians marca o encontro de dois ídolos do futebol brasileiro, mas que andam em dívida com seus torcedores. Tanto Adriano quanto Ronaldo perderem vários jogos no ano, estão fora de forma e caíram muito de rendimento nos últimos jogos, chegando a serem vaiados. Esse clássico poderá ser a redenção de um deles, e o fim do outro. Qual dos dois estará mais disposto a dar uma nova guinada na sua carreira? O próprio Flamengo também está precisando dar a volta por cima após tantas crises e fracassos em 2010. E é uma típica característica rubro-negra crescer nas adversidades, vencer quando poucos acreditam nele... É o confronto do semestre!

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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