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O chororô - parte II

Depois do frustrante empate contra a Universidad de Chile pela Copa Libertadores, o primeiro semestre do Flamengo ficou por um fio. Com o time desgastado após correr atrás do resultado (em vão) contra os chilenos no segundo tempo, o Mengão teve que encarar um jogo decisivo apenas três dias depois, na semifinal da Taça Rio, contra um Vasco que teve a semana inteira livre. Mas desta vez o time rubro-negro não decepcionou, e com muita superação e espírito de luta conseguiu superar o maior rival e chegar a mais uma final contra o Botafogo, freguês dos três anos anteriores.

Foi um grande jogo, digno de um clássico. O Vasco teve maior posse de bola, principalmente no primeiro tempo, o que era até previsível, devido ao fato de estar com um time mais inteiro para este jogo. Mas o Flamengo foi guerreiro, e superou o desgaste da partida anterior com muita raça. Conseguiu segurar o ímpeto adversário na maior parte do jogo, tanto que Bruno praticamente não foi exigido. E mesmo tendo menos a bola no pé, conseguiu criar as melhores oportunidades de gol na partida, principalmente com Leonardo Moura e Vagner Love, os melhores jogadores em campo.

O que eu lamento profundamente é ver que o chororô mudou de lado. Como sempre, os rivais do Mengão insistem em brigar com as imagens da televisão e inventar erros de arbitragem que não existem, típica mania de perseguição de quem sempre se frustra por não conseguir obter o sucesso desejado contra o rival mais bem sucedido. Depois dos alvinegros ficarem marcados com aquela choradeira ridícula no vestiário após perderem a decisão da Taça Guanabara de 2008, agora foi à vez dos vascaínos colocarem a culpa por mais uma derrota em jogos decisivos para o Flamengo em um ilusório complô de arbitragens favorável ao clube da Gávea.

Tudo bem que, ao contrário do Botafogo em 2008, desta vez realmente houve um erro grave de arbitragem que realmente prejudicou o Vasco: Willians infantilmente deu uma cortada com a mão dentro da área e o juiz ignorou. Mas ninguém comenta, por exemplo, que o Juan foi expulso injustamente, num lance em que talvez nem sequer tenha cometido a falta. E os neochorões ignoram também o fato de que o zagueiro Titi, do Vasco, cometeu quatro faltas bem mais violentas do que essa do Juan, todas na primeira metade do segundo tempo, e o juiz errou ao não lhe dar o segundo cartão amarelo e consequentemente o vermelho.

E nos outros lances que eles protestam, não há sequer discussão. É um típico caso em que eles brigam com a imagem só para justificar a derrota com ridículas teorias de conspiração. No gol anulado de Elton só cego não viu que ele empurra o Juan antes de cabecear. E da mesma forma, só quem insiste em ignorar o que os olhos vêem pode dizer que não foi pênalti de Márcio Careca em Léo Moura. O lateral do Vasco visivelmente empurra com uma das mãos o lateral do Flamengo. E não se pode usar o argumento de que o empurrão não teve força o suficiente para derruba-lo, afinal numa arrancada em alta velocidade como aquela qualquer toquinho é suficiente para desequilibrar e derrubar o jogador.

E no lance em que Phillipe Coutinho caiu na área, só sofreu pênalti se o próprio gramado contar como jogador do Flamengo... Enfim, mais uma vez o Flamengo ganhou na bola e ficam querendo desvalorizar o resultado com esse chororô sem sentido. Houve sim erros de arbitragem, mas para os dois lados. Aliás, é quase impossível com os péssimos árbitros da atualidade que uma partida de futebol seja jogada até o final sem nenhum erro deles. Até na outra semifinal o Botafogo venceu com um gol totalmente irregular... E isso não deu nem metade da repercussão que o único erro (pênalti do Willians) e os ilusórios erros (todos os outros) da arbitragem contra o Vasco.

Acredito que esse seja o ônus que o Flamengo tem que pagar por ser muito maior e mais vitorioso do que todos os seus rivais cariocas. Sempre vão tentar desvalorizar as nossas glórias, por pura inveja e dor de cotovelo. Já vi até torcedores da turma do arco-íris dizerem a asneira de que a Libertadores de 1981 não teve a participação de clubes argentinos e uruguaios, e até mesmo aumentando a lorota com a justificativa de que isso aconteceu por causa de um boicote desses dois países à Conmebol por causa da Guerra das Malvinas... Se eles têm a capacidade de inventar algo deste tamanho, nem é tão surpreendente assim esse chororô todo com mais uma derrota para o Mengão. O clube muda, mas a choradeira vai ser sempre a mesma...

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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