Avaliando os reservas
Em termos de classificação,
a vitória do Flamengo sobre o Friburguense não
teve nenhuma importância, afinal o Mengão
já estava classificado para a semifinal e com a
liderança do grupo garantida. Mas esse jogo acabou
sendo um dos mais interessantes para o torcedor rubro-negro
nesta Taça Rio, recheada de jogos fáceis
e sem graça. Por que? Pela ótima oportunidade
de se observar alguns jogadores que normalmente não
tem a oportunidade de atuar ou que só jogam em
poucos minutos. Eis a minha avaliação de
cada um dos reservas que entraram em campo neste domingo:
Marcelo Lomba – Ao contrário
do jogo em que atuou pela Libertadores, desta vez o reserva
de Bruno foi bastante exigido e mostrou todas as suas
qualidades como goleiro. Fez grandes defesas e passou
segurança. Sem dúvidas nós estamos
bem servidos nesta posição.
Fierro – Mais uma vez teve uma atuação
sem brilho ou eficiência, e ainda foi envolvido
o tempo inteiro pelo lateral-esquerdo adversário.
Até tem a desculpa de ter atuado fora de posição,
mas até hoje eu nunca vi uma atuação
realmente convincente do chileno, nem mesmo no meio-campo.
Joga mais pelo status de jogador de seleção
chilena do que pelo futebol que (não) apresenta.
Welinton – Outro jogador que definitivamente
não me agrada. A melhor definição
do seu futebol foi o patético lance em que se enrolou
todo e praticamente tomou um drible da bola... O melhor
caminho para ele é ser emprestado para um clube
de menor expressão.
Ronaldo Angelim – A cada jogo mostra
mais que merece voltar ao time titular. Atuação
segura na defesa e ainda teve oportunismo para marcar
o primeiro gol do jogo. Com a dupla de zaga atual sem
corresponder, com certeza o herói do Hexa tem vaga
entre os 11.
Everton Silva – Como já ficou
comprovado até em outros jogos, é um bom
reserva para a lateral-direita, e também pode quebrar
o galho na esquerda, quando isso for necessário.
Maldonado – Foi o mesmo grande jogador
de sempre: cobertura eficiente dos zagueiros, bons desarmes
e saída de bola com qualidade. O fato de ainda
não estar de volta ao time titular é a maior
injustiça cometida pelo técnico Andrade
na atualidade, principalmente pelo momento ruim de Toró.
Lenon – Tem um estilo até um
pouco parecido com o de Maldonado, mas ainda precisa ganhar
mais experiência para poder disputar uma vaga de
titular. Mas é outro bom reserva.
Ramon – De longe a maior decepção
neste jogo. Uma atuação totalmente apagada,
não criou nenhuma jogada e em alguns momentos parecia
meio desligado do jogo. Infelizmente não mostrou
o seu talento e desperdiçou uma ótima oportunidade
de mostrar serviço.
Michael – Ao contrário de Ramon,
acabou sendo a grande surpresa positiva da partida. Disparado
o melhor jogador em campo. Buscou o jogo o tempo inteiro,
mostrou habilidade, agilidade e categoria. Sofreu o pênalti
do segundo gol após grande jogada. Merece ganhar
uma vaga no banco nos próximos jogos.
Gil – Comprovou de uma vez por todas
a minha tese de que o Flamengo não tem reservas
para o Império do Amor. Uma atuação
pífia, errou tudo o que tentou. Está mais
para um ex-jogador em atividade.
Denis Marques – Quase igual ao seu
companheiro de ataque. Perdeu vários gols fáceis
e só teve o mérito de bater bem o pênalti.
Mais uma péssima opção de ataque
do elenco rubro-negro, que definitivamente vai precisar
de reforços de qualidade para o setor, ainda mais
com o risco enorme de perder Love e Adriano após
a Copa do Mundo.
Rômulo – Como o Friburguense
já havia jogado à toalha, o volante praticamente
não teve oportunidade de mostrar as qualidades
que o levaram a ser titular com o Joel Santana em 2007.
Camacho – Participação
no lance do gol contra bizarro que sacramentou os 3 a
0 do Flamengo, e mais nada.
Rafael Galhardo – Se pegou duas vezes
na bola, foi muito. Sem avaliação.
Hora da verdade
Pela segunda vez no ano, o Flamengo terá
pela frente uma sequência de jogos decisivos. Na
realidade na primeira vez nem houve exatamente essa sequência,
graças à eliminação precoce
da Taça GB contra o Botafogo. Para que esse fracasso
não se repita, é bom que o Andrade pare
de insistir com alguns erros na escalação
e aproveite bem o fato de ter todos os principais jogadores
à disposição. Mais uma vez o Flamengo
tem tudo para vencer todas essas decisões, tanto
as do Estadual quando as da Libertadores, mas corre o
risco de perder para ele mesmo. Tudo dependerá
das atitudes do técnico e da vontade do time dentro
de campo.
Por Daniel Marques, editor-chefe
do site Flamengo MTM